Canabidiol e Mal de Parkinson: estudos sobre a eficácia do uso de Cannabis sativa em doenças neurológicas

Por Lucas Pietro Ferrari Gianini | 20/09/2017 | Saúde

RESUMO

O uso da Cannabis sativa para uso recreativo é datado há mais de 2000 anos, porém, seu uso como droga medicinal ainda é bastante discutido e pesquisado na área da ciência. Para o tratamento do Mal de Parkinson, por exemplo, pesquisas em todo o mundo se iniciam tentando buscar uma forma de aliar esta planta, com a recuperação de pacientes em estágios graves da doença, onde, o uso da C. sativa vem a ser a última esperança. Embora tenha sido comprovado, por vários estudos, sua eficácia como relaxante muscular e cerebral, ainda há muito preconceito sobre o uso, onde muitas pessoas veem a planta como um mal caminho e porta para o vício tanto na C. sativa como em outros entorpecentes. Diante destes fatos, este projeto veio a fazer um levantamento bibliográfico de pesquisas já existentes sobre o assunto, a fim de esclarecer o porquê do uso da Cannabis sativa com base nos resultados apresentados por vários autores e cientistas da área.

Palavras-chave: Maconha; Parkinson; Drogas medicinais; Fitoterápicos;

1. Introdução

A história da maconha no Brasil tem seu início com a própria descoberta do país. A Cannabis sativa (CS) é uma planta exótica, ou seja, não é natural do Brasil. Foi trazida para cá pelos escravos negros em torno de 1549, dai a sua denominação de fumo-de-Angola. As sementes da planta eram colocadas em bonecas de pano, amarradas em suas extremidades na época da vinda dos mesmos para o nosso país. O seu uso disseminou-se rapidamente entre os negros escravos e nossos índios, que passaram a cultivá-la (CARLINI, 2006).

A CS é usada desde A.C. e seu uso terapêutico desde os tempos Mesopotâmicos. Como curiosidade cigarros feitos com Maconha eram vendidos em farmácias em partes da Europa e nos EUA, até a sua “recente” proibição nas décadas de 1950 e 1960.

Séculos mais tarde, com a popularização da planta entre intelectuais franceses e médicos ingleses do exército imperial na Índia, ela passou a ser considerada em nosso meio um excelente medicamento indicado para muitos males.

Neste projeto, será avaliado o poder terapêutico e os benefícios da Cannabis sativa como medicamento alternativo em prol de doenças que não tem cura e que são de degeneração neuronal, com ênfase no Mal de Parkinson.

Os receptores CB1 estão densamente distribuídos na parsreticulatada substância negra, cerebelo, hipocampo, estriado e córtex frontal. Estes receptores estão localizados principalmente na pré-sinapse e influenciam diferentes neurotransmissores tais como GABA, glutamato, noradrenalina, serotonina e dopamina, assim potencializando as suas ações. Esta ação pode influenciar a cognição, percepção, funcionamento motor, apetite, sono, neuroproteção, neurodesenvolvimento e liberação hormonal (CARLINI, 2004, p. 641-7).

Há estudos sobre a ação terapêutica da Cannabis sativa (CS, Cannabis) nas últimas décadas, focando especialmente em doenças neurológicas, sobretudo as chamadas convulsões. Porém, esta ação se estende para outros tipos de doenças como o Mal de Parkinson. Sendo utilizada para fins recreativos e medicinais e, ainda ser altamente consumida no mundo, nenhuma droga causa tanta controvérsia quanto a Cannabis. Seu consumo só fica atrás do cigarro e do álcool, sendo a droga ilícita mais consumida no mundo (Watson SJ; Benson JÁ; Joy JE, 2005).

O Mal de Parkinson (MP) é um distúrbio que é acometido em pessoas de meia-idade ou de idade mais avançada, sendo essas as mais sucintas a este mal. Tremores, rigidez dos membros e lentidão são alguns sintomas desta. É uma doença degenerativa que afeta milhares de pessoas pelo mundo todo, esse mal vem aumentando gradativamente. Em 2005 foram diagnosticados 4.1 milhões de pessoas com a doença.

No sistema nervoso central, mais precisamente no corpo estriado, existem liberações de certos neurotransmissores nos quais são chamados de inibitórios e estimulantes. O MP é causado pela drástica diminuição dos neurotransmissores inibitórios, a maconha, que pode ser utilizada como forma de tratamento sobre essa doença, causa um efeito antagônico fazendo com que volte a retomada do fluxo padrão do neurotransmissor inibitório.

A doença de Parkinson fisiopatologicamente deve ser considerada como uma afecção neurodegenerativa, progressiva, caracterizada pela presença de disfunções monoaminérgicas múltiplas, incluindo déficits dos sistemas dopaminérgicos, colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos. (Teive HAG, 2005)

Tendo em conta este assunto de interesse muito grande, surgiu o seguinte problema de pesquisa „‟Relacionando artigos da área de saúde e também biológica publicados na última década, qual é o efeito terapêutico da maconha e a sua funcionalidade medicinal em pacientes que possuem o Mal de Parkinson?‟‟. O interesse nessa área que deu origem ao problema de pesquisa é muito grande pois o mesmo ainda é muito discutido no Brasil, mesmo a maconha sendo benéfica para uso medicinal, ela ainda é a droga ilícita mais consumida no país e no mundo. Ter isso como base, causa controvérsias sobre a utilização da droga na área médica e em forma de lazer.

O tema é relevante pois existem vários artigos sobre estes assuntos, porém ainda tem muito o que se descobrir, ainda existem coisas sobre os efeitos benéficos da maconha que são de extrema importância para o tratamento ou até mesmo a cura de doenças severas ao ser humano que são extremamente desconhecidos. Até agora a planta tem muitos pontos positivos, se os experimentos e pesquisas continuarem bem aprofundados pode-se achar mais pontos positivos e finalmente romper um pensamento retrógrado e estabelecer uma linha de pensamento visando sempre o bem das pessoas.

Esse projeto tem como objetivo geral analisar variados estudos científicos sobre o aceitamento do uso terapêutico da Cannabis sativa em pessoas que possuem doenças degenerativas como o Mal de Parkinson. Para poder sanar este objetivo, as partes específicas são: fazer o levantamento de dados sobre a pesquisa atual do uso de Cannabis sativa para diminuição ou tratamento dos sintomas do Parkinson, descrever as características do uso medicinal da Cannabiscontra o Parkinson, avaliar a efetividade do uso do princípio ativo da maconha para o tratamento do Parkinson, selecionar artigos científicos revistas de saúde por meio das palavras-chave: terapias alternativas para o Mal de Parkinson, uso terapêutico de Cannabis sativa em pacientes de Mal de Parkinson e examinar as contribuições do uso da mesma.

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