BULLYING E O PAPEL DO PROFESSOR.

Por JEFERSON GONÇALVES DE OLIVEIRA | 07/06/2017 | Educação

RESUMO

O bullying sempre esteve presente na escola, porém, a pouco mais de trinta anos é que começou a ser estudado cientificamente, como fenômeno psicossocial, e recebeu nome científico. O método utilizado para a elaboração desta pesquisa é de carácter documental buscando conceituar o fenômeno bullying e mostrar a dimensão dessa problemática perante o professor através de questionários. No decorrer do trabalho foi conceituado esse fenômeno, analisando o papel que cada indivíduo tem dentro desse assunto. O presente trabalho abordou sobre a problemática do bullying no contexto escolar, objetivando discutir o papel dos professores mediante esse fenômeno do bullying no ambiente escolar, mostrando através de referencial teórico qual as finalidades para cada atitude que o profissional da educação toma diante de tais violências, expondo que o professor tem papel fundamental para identificar e intervir. Mas vem mostrar também que as atitudes do professor podem também ocasionar o bullying decorrente das atitudes tomada pelo professor na sala de aula. Compreendemos que o papel do professor é de suma importância para identificar e prevenir o bullying na escola, podendo atuar de forma direta e indireta, onde o mesmo vai incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito mútuo dos alunos, por meio de conversas, campanhas, trazendo para sala de aula um ambiente mais favorável aos alunos.

INTRODUÇÃO

O conceito global do fenômeno bullying é uma junção de comportamentos agressivos físicos e/ou verbais, intencionais e repetitivos que acontecem sem nenhum motivo específico, sendo atuado por um ou mais alunos causando dor, agonia, medo, ansiedade e sofrimento.

O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. 

O primeiro pesquisador que percebeu o fenômeno bullying foi o professor Dan Olweus e seus estudos realizados na Universidade de Bergan – Noruega (1978 a 1993) obtiveram grande repercussão. Porém, o governo norueguesa atentou seu olhar para essa violência institucional, apenas após o suicídio de três criança entre 10 e 14 anos, que provavelmente foi influenciados por atos de maus tratos dos colegas. A partir desse fato, a autoridade norueguesa, pressionada pela população, realizou em escala nacional a campanha Anti-Bullying nas escolas (1993).

A violência está de forma ativa dentro das escolas, o que muito se ver, principalmente, em jornais televisivos é a agressão física de alunos que muitas das vezes o motivo é decorrente de agressões verbais, o que caracteriza o bullying, que vem prejudicando a identidade daquela que é vista como uma instituição educadora. O bullying é um problema que existe há alguns anos, apesar de muitos acharem uma novidade. Porem a mesma vem a cada dia ganhando espaço nas escolas, deixando muitos pais, professores e alunos sem resposta.

Decorrente dessa problemática associa-se o bullying a três tipos de envolvidos (as): o agressor, a vítima e aos espectadores. As vítimas que sofrem essas agressões, geralmente são pessoas que não consegue reagir a tais agressões, fazendo com que a mesma se retraia e se afasta dos seus colegas de aula, contribuindo muito para a evasão escolar, já que as vítimas não conseguem suportar a pressão dos colegas.

Diante de tais situações de agressões físicas e principalmente verbais, resolvemos analisar como o professor reage ou deve reagir diante dessa situação em meio dos alunos, como agir, o que fazer e que decisões tomar para tentar pelo menos diminuir a realidade que esses alunos passam nessas escolas. Repetitivas agressões, muitas vezes intencionais, podem causar graves consequências às crianças ou jovens, tanto no presente quanto no futuro.

A metodologia do presente trabalho é de caráter documental, embasada em livros, artigos, revistas, vídeos e sites, buscando conceituar o fenômeno bullying e mostrar qual o papel do professor frente a essa problemática, na qual o trabalho em segundo momento será feito uma pesquisa de campo com questionários voltados para o corpo docente e discente da escola estadual Fiorentina Margalho com as turmas 7° e 8° ano do ensino fundamental.

O bullying vem se tornando um grande problema em meio à sociedade, onde está presente em vários locais de convívio das pessoas, no qual, pode ser praticado não somente na sala de aula ou na escola, mas também, dentro de casa por parte dos familiares, nas ruas, em locais onde tem maior número de pessoas. É toda e qualquer atitude ou brincadeira de mau gosto feita pelos alunos da escola, seja menino ou menina. Mas para que se caracteriza bullying tem que decorrer de atitudes intencionais, tem que ser repetitivo, ou seja, no mínimo três vezes e são ações não justificáveis, sem que haja nem um motivo específico.

Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem um motivo evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros, causando sentimentos negativos como raiva, angustia sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar (FANTE, 2005).

AGRESSOR

É importante saber identificar que papel a criança está exercendo no bullying, por que sabemos que tem o agressor, a vítima e os espectadores ou testemunhas. O papel do agressor se subdivide em quatro grupos; O primeiro grupo é a grande maioria dos agressores que são aquelas crianças que não tiveram nenhum sistema educacional onde você ter limite que intervindo nisso o problema se resolve, o segundo grupo são aqueles que não tiveram exemplos dentro de casa, ou seja, a falta de uma educação familiar, uma educação que associe alta realização e altruísmo social, onde a família ensine ao filho os conceitos básicos de cidadania, de solidariedade. O terceiro é o grupo que passa pelo praticar o bullying circunstancialmente, uma criança que nunca foi agressiva, mas que por uma questão circunstancial se torna agressiva, seja pela separação agressiva dos pais ou algum parente próximo que está com uma doença crônica. O quarto grupo que é a minoria são aquelas crianças que desde muito cedo mostra uma tendência mais violenta que maltrata animais em casa, maltrata a empregada, a babá, o irmão, não respeita as pessoas, trata as outras crianças como soldadinhos.

Segundo Fante (2005) o bullying escolar se resume em insultos, intimidações, apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, danos na aprendizagem.           

AS VÍTIMAS

As vítimas ou alvos do bullying são aquelas crianças que sofrem as agressões, são elas que recebem as consequências do comportamento violento dos colegas, e que na maioria das vezes não tem condições para se defender. Assim como o papel do agressor se subdivide, o papel da vítima também.

Segundo Fante (2005) vítima típica refere-se ao indivíduo que sofre repetidas vezes a agressão e não resolve a situação por não conseguir se impor. Na grande maioria desse tipo de vítima percebe-se que ela é mais retraída, insegura, que se exclui dos demais, submissa e possui baixa autoestima, que a impossibilita de reagir contra o agressor. Esse tipo de vítima tem características típicas, ou seja, os alunos que sofrem bullying são tímidos, se retraem e tem dificuldades de socialização.

A vítima provocadora é caracterizada, segundo Fante (2005), pela personalidade agressiva, pois tenta revidar a agressão, mas geralmente isso acontece de forma ineficaz e são alunos que sofrem maus tratos, apelidos, gozações e buscam resolver o problema sozinho.

Nesse caso, a autora explica que os alunos tentam revidar para conseguir libertar-se desta violência e acabam sofrendo repressões, agressões a ponto de desistir do próprio direito à liberdade.

Existe também, conforme Fante (2005), o caso da vítima agressora, que é a vítima que sofre a violência e passa a agredir crianças mais frágeis. Muitos alunos que são vítimas do bullying acaba se tornando agressores para repreender o sentimento de humilhação e indignação, transferindo para os colegas a mesma violência.

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