Breve síntese do que é a Fenomenologia.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 28/09/2015 | Filosofia

 A Fenomenologia enquanto campo específico da Filosofia do psicologismo clássico. Por outro lado, procura refutar o empirismo lógico, aplicação do método indutivo a ciência do espírito, do mesmo modo a recusa ao positivismo como método.

Portanto, como perspectiva científica cria sua metodologia própria fundamentada na teoria do conhecimento fugindo da antinomia como  objetividade do conhecimento,  também do subjetivismo gnosiológico. 

Tem como finalidade apreensão pura da essência ao entender um fato fenomenológico, objetivando a descrição total da experiência vivida pelo Homo  Sapiens.

O grande filósofo Husserl 1859-1938 objetiviza as grandes definições da metodologia fenomenológica, posterior a ele outro teórico de peso N. Hartmann ao construir a axiologia dos valores. Entretanto, Max Scheller 1874-1928 grande contribuidor para evolução da Fenomenologia.

No entanto, o que não pode ser desconsiderado, a evolução da Fenomenologia na França, particularmente o grande pensador Maurice Merleau- Ponty 1908-1961.

Qual a grande contribuição de Ponty, a rejeição absoluta da concepção idealista do homem, da mesma forma a negação da acepção materialista objetivista, não que Ponty não fosse uma materialista, pois era defensor do materialismo histórico.

Ponty define o homem dentro do espaço e tempo, sem negar a historicidade como realidade, no entanto a vida é entendida em sua concretude existencial, a perspectiva da construção da mesma na apreensão e criação das significações existenciais.

O conhecimento é a criação e produção histórica humana, por natureza complexo e contraditório, o sujeito que conhece tem dentro de sua memória códigos determinados.

O conhecimento é prejudicado por  códigos fundamentados em doutrinas, tais como: positivismo, empirismo, marxismo, liberalismo, etc.

A Filosofia procura de algum modo explicar metodologicamente por meio da Fenomenologia o sentido da vida, a lógica de funcionamento do mundo e da natureza do próprio conhecimento em tempos históricos distintos.

Com efeito, a Fenomenologia como corrente filosófica procura entender a condição humana situada na História e meio cultural, a epistemologizacão, a relação do homem com outros homens e consigo mesmo.

O conhecimento trilha por muitos caminhos, escolas, epistemologias, correntes filosóficas.  Desse modo, podemos dizer para fugir dos essencialismos, erros filosóficos, no sentido absoluto da compreensão.

Portanto, ideologias tais, como marxismo, liberalismo, cristianismo, qualquer corrente filosófica essencialista, fundamenta se no erro da acepção absolutista.

A Fenomenologia é uma dessas correntes, nascida de um método crítico com objetivo de captar a realidade.

Portanto, tornou-se uma doutrina metafísica apesar de negar a metafísica, pois tem como objeto a compreensão da essência das coisas ou fatos fenomenológicos.

Com efeito, do ponto de vista metodológico a essencialidade é uma ideologização do objeto ou do fato fenomenológico, pois a realidade é construída, na construção dos fatos e suas significações epistemológicas, a existência precede a essência.

Significando, primeiro o homem existe a partir da existência histórica desenvolvendo o conhecimento no tempo e espaço, a partir de memórias construídas, o saber não resulta de uma tábua rasa.

Husserl afirma que a mente humana pode intuir essências puras das coisas, entretanto, tais essências não existem, pois são eternas modificações. O movimento dialético das coisas e do mundo.    

Heidegger procura por meio da Fenomenologia, definir o lugar da cognição epistemológica no mecanismo da construção do pensamento. O conhecimento é processado pelo sujeito sendo o referido o ser, que é nossa própria experiência vivida.

O valor de Husserl a constituição da intencionalidade e a redução fenomenológica, para compreender as coisas ou fenômenos, nada mais é que dar sentido aos objetos à consciência.

Com efeito, a necessidade que as ideias correspondam com a realidade dos fatos, o que é muito difícil, pois existe uma lógica dialética fundamentada em antagonismo entre a realidade da memória humana e os  fatos fenomenológicos.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.