Breve Análise do Grande Império Sacro Romano Germânico
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 12/04/2013 | HistóriaUma análise do grande Império sacro-romano germânico.
Em um período da História em que a França oriental estava profundamente enfraquecida politicamente, do mesmo modo o poder da Igreja católica, pelo ano 919 da era cristã.
O duque da antiga Saxônia, Henrique, com apoio do papa teve sua sagração política, transformado em Henrique I, como rei dos povos germanos, antes diversas etnias próximas como parentes. Primeira tentativa de unificação dos povos locais.
Foi exatamente desse modo que surgiu o reino alemão, obviamente com forte vinculação com o Vaticano, que fazia sempre a defesa veemente desses povos.
Mas relação entre os dois poderes foi de fato intensificada pelos anos 962, quando o papa sagrou o segundo rei, o filho de Henrique I, cujo nome denomina-se de Otto I. A formação da primeira grande genealogia política do sacro império.
Exatamente esse fato histórico de suma importância para as partes começou a desenvolver o que seria mais tarde o chamado de sacro império o que veio a ser denominado posteriormente de sacro império romano-germânico. O princípio da história do que foi império político e religioso.
A Igreja Católica aos poucos adquirindo poder político, isso durante toda a Idade Média, exatamente na proporcionalidade em que o Estado entrava em decadência, consequência o que levou ao fim do império romano.
A total ausência de Estado e o processo de feudo da sociedade, perda do aspecto político da Instituição, relações fragilizadas em todos os aspectos, nesse ínterim, restou a Igreja assumir o papel canalizador do poder na Europa.
Outro grande acontecimento que deve ser analisado foi à coroação de Carlos Magno, empossado como Imperador no ano 800, do grande sacro império romano-germânico.
O ocidente todo cristianizado, a ideologia da época, o imperador era tido como aquele que tinha poder sobre o povo de Deus. A ideologia propulsora do tempo que sempre existiu um único poder que se referia a Deus.
No entanto, o poder de Deus era manifestado duplamente, sobre o papa e o imperador, sendo que papa tinha poder espiritual, quanto ao imperador competia ao referido o domínio do poder político, desobedecer a autoridade seria ofender a Deus.
O grande império estava indo muito bem, até a divisão do reino pelos parentes de Carlos Magno, por intermédio do tratado de Verdun, o que aconteceu no ano 843, o império foi dividido, um grande golpe a unidade sob Deus, o papa e o imperador.
A parte ocidental passou a pertencer à atual França, com a decadência dos descendentes de Carlos Magno, permitiu a subida ao poder Hugo Capeto, isso basicamente no ano de 938.
Surgiu, com efeito, o reinado capetíngio, que para solidificar o poder entrou em conflito com o Vaticano, desse modo essa dinastia não era confiável ao papado.
O papa tinha muito poder até então na região denominada alemã, de onde surgiu o sacro império.
Mas sempre existiu um grande problema, o poder lá não era dinástico, isso significa a não herança do mesmo pela família, o que foi um complicador. Eram eleitos alguns políticos aos principais Estados da região.
Ao lado desse fato, subiu ao poder uma das famílias importante da Europa, isso já no início da Idade Moderna, a família dos Habsburgos, estando no trono pela primeira vez Rodolfo I, mais tarde em guerra o imperador conseguiu anexar a Áustria e outras regiões.
O poder político dos Habsburgos começou a tornar determinante com Maximiliano I, imperador do sacro império entre 1508 e 1519. Quando casou com Maria da Borgonha, passou a governar outras partes da Europa.
Regiões Baixas, Luxemburgo, Borgonha, Franco Condado, fronteira com a Suíça. Posteriormente seu filho Felipe casa com Joana de Castela, o que fez tornar rei de Castela, Aragão, Nápoles e dono das terras espanholas o que denominou de novo mundo.
Mais tarde os netos de Maximiliano I, casam com as herdeiras de Ladislau II da Polônia o que deu direito aos Habsburgos de governar Hungria e Boêmia, ganhando forças políticas para o grande império.
Carlos I, o filho de Felipe e neto de Maximiliano I, foi na prática o grande herdeiro desse vasto território sendo eleito o imperador do Sacro Império em 1519, com o título de imperador Carlos V. O ideal de uma monarquia imperial ligada a Igreja de Roma, estava de fato efetivando.
Exatamente quando tudo parecia dar certo que o império e Roma começaram entrar em derrocada, outro movimento contrário ao sacro império, o nascimento da reforma protestante, principalmente a luterana na Alemanha, o que alastrou posteriormente a parte significativa da Europa.
Na verdade nada é muito claro entre a política e a religião, apenas contestações a respeito do poder imperial ou dinástico, o império estava preste a sofrer uma grande fragmentação, o que de fato aconteceu ao mesmo tempo uma contestação ao poder do Vaticano.
Desencadeou um movimento religioso, que era também político, comandado por John Huss, desejava mudança da Igreja, não aceitando a autoridade do papado em assuntos políticos.
Além de excomungado e morto na fogueira, Huss possibilitou uma ideologia de mudança, contra a autoridade do papa e do império.
A ideologia religiosa foi fundamental para a vitória do movimento luterano, em diversas partes da Europa, naturalmente aconteceu reação da Igreja e do império, mas naquele momento foi muito tarde.
Após a guerra na Alemanha e outras partes do mundo europeu, ficou definido o grande princípio, cada governante teria liberdade para escolher a religião, formulado a escolha, teria que ser a religião dos súditos, e todos desejavam livrar-se do Vaticano, motivo do sucesso da reforma.
Os políticos nunca brigaram por Deus, mas pela política, apenas os pobres dedicam a Deus a fé em busca de misericórdia, esse procedimento tem sido histórico em todas as culturas.
Posteriormente, já na metade do século XVI, aconteceu intensa divulgação das ideias Calvino na Alemanha, como também na região da Boêmia, com campo propício ao desenvolvimento do capitalismo.
Surgiu à contra reforma o que possibilitou o catolicismo recuperar parte do grande império, mas na verdade, o que estava em jogo naquele momento da história era a defesa por um lado, do Antigo Regime, ao que refere ao catolicismo.
Por outro, surgimento do Estado Moderno, a ideologia liberal, o que se pode dizer, a reforma foi mais produto político, em defesa da burguesia e da criação do Estado na modificação da estrutura política e econômica dos Estados Nacionais.
Entretanto, o grande império sacro romano germânico, desapareceu completamente da história política do mundo europeu. Em seu lugar o novo Estado e ao mesmo tempo a revolução liberal burguesa.
Edjar Dias de Vasconcelos