Brassinosteróides, Poliaminas, Ácido Jasmônico e Ácido Salicílico
Por Thamirys Freitas Teixeira | 13/07/2016 | ArteBrassinosteróides, Poliaminas, Ácido Jasmônico e Ácido Salicílico: Compostos com importantes papéis no crescimento e desenvolvimento vegetal.
Em botânica, fisiologia vegetal é descrita como o estudo das funções ou fisiologia das plantas, ou seja, como funcionam os vegetais. É o estudo dos processos e funções das plantas, bem como de suas respostas às variações do ambiente em que vivem, como, solo; clima; interação com outras espécies vegetais e animais.
Assim como o corpo humano, as plantas necessitam de um eficiente meio de comunicação entre suas células, órgãos e tecidos para seu correto desenvolvimento. Os principais meios de comunicação intercelular são os hormônios, estes carregam a informação entre células, coordenando assim o seu crescimento e desenvolvimento.
O desenvolvimento da planta é regulado por uma variedade de hormônios vegetais, as cinco classes de hormônios mais estudadas e citadas na literatura científica são as auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, e, ácido abscísico.
Porém, existem outros compostos que podem efetivamente afetar o crescimento e desenvolvimento vegetal, estes tem sido atualmente alvo de muitos estudos, a saber: os brassinosteróides, as Poliaminas, o ácido jasmônico e o ácido salicílico.
1 – Os Brassinosteróides
Os brassinosteróides (BRs) são hormônios vegetais com ampla distribuição no corpo vegetal, podendo estar localizado nos caules, nos botões florais, nas sementes, em folhas e frutos, exceto nas raízes. Estes são derivados do esteroide vegetal campesterol, sitosterol e colesterol.
1.1 – Funções
- São essenciais para as plantas, uma vez que possuem ação semelhante à das auxinas, regulando o crescimento e desenvolvimento.
- Possui influência na germinação de sementes, floração, senescência, retardamento da abscisão em folhas, maturação, e resistência contra vários estresses abióticos e bióticos.
- Regulam processos como divisão e alongamento celular, diferenciação vascular, desenvolvimento reprodutivo e modulação da expressão gênica.
- Provocam mudanças na composição de ácidos graxos promovendo assim mudanças em suas propriedades, fenômeno esse chamado de plasticidade.
- Aumenta a capacidade de síntese de composto polissacarídeo facilitando a translocação de moléculas.
2 – Poliaminas (PAs)
As poliaminas (PAs) são comumente encontradas em todas as células, tanto em animais quanto em plantas, porém, somente a partir da década de 1980 que o papel das PAs na atividade metabólica das células vegetais passou a ser investigado.
São três os tipos de poliaminas encontrados nas plantas, sendo elas: as putrescinas (diaminas), espermidinas (triaminas) e as esperminas (tetraminas). As poliaminas são sintetizadas nas células do tecido vegetal e possuem principal ação na maturação. Porém, estas necessitam estar em maiores concentrações do que os hormônios convencionais para realizar o mesmo efeito de um fitorregulador clássico.
Sua biossíntese é estimulada na presença de Auxinas, Citocininas e Giberelinas; inibe a síntese de Etileno e vice e versa (possuem precursor comum).
2.1 – Funções
- Podem ser encontradas em vacúolos, mitocôndrias, cloroplastos e associadas às paredes celulares, podendo constituir até 90% do total das PAs nas células.
- Estimulam a síntese de macromoléculas, síntese das cinases e da frutose-1,6-bisfosfato.
- Restaura os padrões normais de crescimento e desenvolvimento e atua na divisão e alongamento celular, podendo ainda ser substitutas do tratamento com auxinas.
- Influenciam na formação de flores normais retardando ou prevenindo a senescência foliar (clorofila, proteínas e RNA).
- Atua na maturação de frutos e grãos de pólen, na formação de raízes e ramos adventícias, no enraizamento e formação de tubérculos e na diferenciação vascular.
3 - Ácido Jasmônico
O ácido jasmônico foi extraído pela primeira vez a partir de arbustos de jasmim, porém, tem sido isolado em muitos outros espécies de plantas, este é sintetizado a partir de ácido linoleico.
Sua atuação ocorre quando em plantas feridas é desencadeada a formação da sistemina, esta é transportada para outros órgãos da planta, ligando-se a um receptor, o que causa à ativação da lípase, por fim, esta promove a ação do ácido jasmônico.
Este ácido e alguns dos seus derivados (principalmente a jasmonato de metilo ), são utilizados em culturas como indutores vegetais à produção de metabólicos secundários envolvidos na defesa química.
3.1 – Funções
- É inibidor do crescimento e da germinação das sementes, e promotor da senescência, sua aplicação inibe o crescimento de raízes e caules.
- Compromete a fotossíntese, pois gera redução da expressão de genes que codificam proteínas de reserva vegetativo, situados no núcleo e no cloroplasto.
- Causa a degradação de clorofilas e folhas, provocando a senescência e abscisão de folhas.
- Estimula a formação de tubérculos, induz o amadurecimento de frutos e a formação de pigmentos.
- Possui participação na expressão de genes, estando envolvido no desenvolvimento de grãos pólen e semente.
- Atua na transdução de sinais relacionados ao estresse, promovendo sinalização e defesa contra o estresse físico, químico e biótico.
4 - Ácido Acetilsalicílico
O ácido salicílico (AS) pertence ao grupo bastante diverso dos compostos fenólicos usualmente definidos como substâncias com um anel aromático ligado a um grupo hidroxil ou ao seu derivado funcional.
O ácido salicílico só foi denominado após ser encontrado na casca de Salix sp., hoje sabe-se que ele está amplamente distribuído nas plantas tanto folhas quanto em suas estruturas reprodutivas. Em estudos, um aumento na concentração de AS livre foi observado próximo ás lesões ocasionadas.
4.1 – Funções
- Inibe a germinação e o crescimento da planta interferindo na absorção das raízes.
- Reduz a transpiração e causa a abscisão das folhas, porém, promove a floração.
- Altera o transporte de íons e atua na produção de calor.
- Atua como defesa das plantas contra-ataque de microrganismo como fungos e bactérias.
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Referências
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.