Bradesco compra Banco do Brasil. E o Real, a Caixa 2.
Por Félix Maier | 05/11/2008 | PolíticaA fusão dos bancos Itaú e Unibanco, que se tornaram o maior
aglomerado bancário do Hemisfério Sul da Patagônia do Sul, foi urdida em
segredo durante 15 meses. Coisa rara em um país onde predomina a política da
fofoca, a religião rasteira, a traição filosófica, a ética dos petralhas e o
lançamento de casca de banana no caminho dos concorrentes.
Enquanto isso, há duzentos anos o Bradesco vem costurando um ultra-secreto
plano de incorporar o Banco criado por D. João VI, descriado por ele na prática
quando voltou a Portugal, surrupiando as economias para manter a boa vida da
corja de puxa-sacos e porta-sacos (porta-vozes puxa-sacos) - nada a ver com
Brasília, onde tudo é muito pior -, e recriado posteriormente com alguns nomes
diferentes até se tornar o hoje bicentenário BB (Banco do Babalorixá).
Bicentenário, pelo menos, em empréstimos de papéis podres portugueses que teve
que pagar à Rainha da Inglaterra, já que o Banco Mais Popular do Brasil morreu
durante alguns anos e ressuscitou, não podendo ter os 200 anos comemorados pelo
Babalorixá de Banânia neste glorioso Annus Lulae 6.
Assim, será anunciado, para breve, outra megafusão nuclear bancária brasileira,
que terá o globalizado nome de Prime Brazil Corporate, ao unir o Banco
Mais Popular do Brasil de Todos os Tempos do Governo Lula ao Bradesco Prime. É
o início da competição dos megaconglomerados bancários brasileiros, futuros
Lehman Brothers do século XXI. Bush até já destinou US$ 30 bilhões de dólares
para a fusão do Banco do Babalorixá de Banânia com o "Banco Brasileiro dos
Dez Contos" criado por Amadeu Aguiar.
Mas a coisa não pára por aí. Há outra mega-operação bancária sendo urdida nos
porões dos palecetes niemayerianos do Banco Central: a fusão do Banco Real com
a Caixa 2 - Econômica e Federal, que também irão triplicar a alavancagem
financeira, deixando o povo brasileiro alegre neste Natal, como quer o
Babalorixá de Banânia. Em tempos de crise, nada como a criação de oligopólios
para aumentar a cotação das ações da Boa Vespa, a conhecida casa de marimbondos
de fogo.
Lula baixou uma Medida Provisória Permanente para que o Banco do Babalorixá e a
Caixa 2 comprassem bancos privados. No entanto, com a sutil ajuda de um
ex-presidente do BankBoston, candidato a presidente em 2014, a operação foi
invertida: os bancos particulares em dificuldades é que compraram os bancos
oficiais, que nunca padecem de falta de dinheiro, porque nunca quebram, por
mais quebrados que estejam (o saldo negativo dos bancos públicos será
automaticamente zerado; a conta será paga pela Viúva, ou seja: você e eu).
Perguntado sobre o assunto, o Babalorixá de Banânia disse que nada sabia, que
foi mais uma vez traído pelos amigos aloprados - logicamente, depois de
comemorar com os banqueiros vinho Romanée-Conti de R$ 20 mil a garrafa.
E Bush foi taxativo: ou o controle acionário ficaria com os donos dos bancos
privados, ou não emprestaria o dinheiro salvador de US$ 30 bilhões para os
espertalhões continuarem especulando com o dólar, em derretimento do real. Está
certo Bush Filho da ....: já chega ter que comprar bancos particulares nos EUA,
por que financiar os esbanjadores bancos estatais dos cucarachas lá
fora?
Os bancos brasileiros estão corretos: se é para falir em algum armagedon
financeiro do futuro, que seja através da competência Prime, não da
incompetência americana do Subprime.
A Vale do Rio Doce, farejando cheiro da agradável carniça do real derretendo,
quer adoçar ainda mais a boca de seus negócios. Está pretendendo comprar a
Petrobras. Petroleiros, patrulheiros, pistoleiros, grileiros, trapaceiros,
lanceiros indígenas, carabineiros do MST, petralhas e petralhotários dizem que
não vão permitir o fechamento do negócio. De onde iriam tirar o dinheiro para
os mensalões e para o Mengão? Dizem que tudo é coisa de Bob Fields, já
enterrado mas ainda não morto. Nem que tenham que dinamitar todas as
plataformas de petróleo, tanto as das águas rasas, quanto as profundas do
pré-sal, do pós-sal e do além-sal.
A última notícia do último segundo desta noite de pós-Finados em que Felipe
Massa venceu e não levou deu que os bancos em questão irão efetivar o
meganegócio no dia 1º de abril de 2009. Até lá, nada muda, sua conta continua
sendo o mesmo número, assim como o prédio onde você abriu a conta. Mas só por
enquanto: depois do próximo carnaval, todas as operações bancárias serão
resolvidas com telefone celular. Não existirão mais agências bancárias, só caixas
eletrônicos, para pagar contas e tirar um dinheirinho não-rastreável do motel.
O que é muito ruim, pois aquela gerente que você babava só de olhar é que não
estará mais lá pra você bater aquele papo de cerca-lourenço: por certo, ela
chefiará alguma superintendência atrasada por aí, em algum paraíso caribenho de
Frei Betto que ainda exige gerentes, quem sabe em Kubanacan, onde uma agência
bancária foi inaugurada pelo Babalorixá de Banânia em sua última visita à Ilha.
O que será uma boa vantagem para o espião brasileiro que saiu do calor: terá
agora uma boa companhia feminina para bebericar seu mojito
preferido. O agente do PTPol (Polícia Política do Petê) já estava cansado das jineteras
que agora só tomam banho uma vez por semana depois que passou o furacão
Michelle pela Ilha do Dr. Castrado, vulgo Coma Andante, e derrubou todas
as 50 caixas d'água de La Habana.
Então, até 1º de abril de 2009, amigos correntistas virtuais!