BOLHAS SOCIAIS E JUVENTUDES

Por RAFAEL LUAN FERREIRA DA COSTA | 06/06/2017 | Psicologia

Com o objetivo de debater a respeito das possíveis consequências das bolhas sociais virtuais, este artigo apresenta algumas considerações sobre a forma como os jovens são organizados atualmente nas redes. Dessa forma, em um primeiro momento, vamos historicizar juventudes e grupos sociais antes e depois do advento de redes sociais como Facebook e Twitter, apresentando conceitos como os de mecanismos de organização de dados digitais. A intenção é utilizar estes conceitos para refletirmos sobre rumos de uma socialização virtual cada vez mais refém do modo como os dados se organizam e circulam na internet. Fazendo analogias entre a maneira como os jovens se expressavam antes das redes sociais e agora, depois das redes socais. O surgimento da internet permitiu que a sociedade se remoldasse, criando novos hábitos de relacionamento e consumo. As novas tecnologias ampliaram nossas possibilidades de conexão, facilitando o acesso e o contato com outras pessoas, empresas e conteúdo. O que garantiu a construção de um cenário complexo que contribuiu para que a maior diversidade de ideias pudesse circular. Em contrapartida, com vistas a organização destes dados, as empresas virtuais de relacionamento, as redes sociais, criaram algoritmos de controle de dados que permitiram controlar de maneira organizada estas informações. Com cada vez mais dados sendo inseridos na internet e a demanda por controle aumentando, todo o comportamento do usuário online passou a ser mapeado com o intuito de que as empresas além de entregarem a estes usuários as informações que procuram entreguem também informações que podem lhes serem úteis no futuro, transformando as redes sociais em um sistema de aquisição e organização de dados que são usados “em favor dos usuários”, numa espécie de funil digital por onde só passa aquilo que o algoritmo decide que se adeque as necessidades daquele usuário. Cada dia mais efusivo e invasivo para alguns usuários, este algoritmo determina como será a forma que os usuários se comportarão, interpretando seu comportamento virtual através de variáveis, afim de proporcionar uma experiencia virtual cada vez mais próxima da realidade que estes algoritmos acreditam ser adequada para cada usuário. As conclusões a respeito deste estudo, Bolhas Sociais e Juventudes, contribuirão para demonstrar ainda mais a influência dos algoritmos sociais sobre a maneira como a juventude tem se organizado atualmente, permitindo analogias sobre a forma como tanto a juventude quanto a sociedade em geral se organizava antes do advento da internet e redes sociais, quanto hoje, apresentando o modo como se consome informação no meio sócio virtual digital. Na medida em que refletimos sobre a manipulação automática de informações a que estamos sujeitos podemos compreender sob quais aspectos as nossas ações vêm sendo condicionadas. Longe de se pensar as redes sociais como algo utópico ou totalmente livre.  Assim, instaura-se uma dicotomia, pois um meio que deveria contribuir cada vez mais para somar novas visões de mundo e estimular a exploração de conteúdo, insiste em afunilar cada vez mais as possibilidades para resultados que, em sua maioria, confirmem as crenças de cada pessoa, enxergando estes sob os aspectos: afinidade e temporalidade, criando bolhas sociais que detêm total controle sobre as percepções de mundo das pessoas, oferecendo uma falsa sensação de que esta pessoa é unanime em suas opiniões e ações.