BNCC: As Práticas na Educação Infantil
Por Gisele Marteninghi | 24/08/2018 | EducaçãoBNCC: As Práticas na Educação Infantil
A Base Nacional Comum Curricular define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do Brasil. Ela estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica, aprofundando e atualizando outros referenciais, como as Diretrizes Curriculares Nacionais.
Em Educação Infantil, a BNCC refere-se aos direitos de aprendizagem e os campos de experiência. Dentro de cada campo, em vez de habilidades, há objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
Acreditamos que nosso foco como educadores desta faixa etária deve ir além dos campos de experiência, também devemos utilizar como referência os direitos. Lembrando que os campos de experiência foram pensados para assegurar os direitos e, por isso, trazem questões sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, prezando pela interação do indivíduo com o mundo, abrindo caminhos para novas maneiras de enxergar as coisas ao redor.
Logo as experiências que propomos às crianças devem contemplar os campos de experiência garantindo os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Refletimos sobre como aplicar os seis direitos de aprendizagem na prática da Educação Infantil:
CONVIVER: Garantimos esse direito através de situações que permitam interação entre os colegas, possibilitando o conhecimento de si e o respeito ao outro, trabalhando as diferenças seja cultural ou entre as pessoas, bem como através de jogos, onde as crianças convivam em uma situação em que precisem respeitar regras.
BRINCAR: Garantimos esse direito através das brincadeiras com os demais alunos da escola, que devem ser vivenciadas na rotina da criança. Elas precisam ser planejadas e variadas, dirigidas e não dirigidas e em espaços abertos e fechados. Possibilitando assim imaginação, criatividade, experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
PARTICIPAR: Garantimos esse direito através de atividades que envolvam planejamento, como a montagem de uma casinha de brinquedo. Também através da escolha da brincadeira nos cantos temáticos, do material para confecção do seu brinquedo de sucata. Bem como do seu posicionamento na hora da conversa.
EXPLORAR: Esse direito é garantido permitindo que as crianças explorem sozinhas os materiais, seja através de tapetes sensoriais ou cesto dos tesouros com objetos de diferentes texturas, cores e aromas, seja trabalhando as emoções, os relacionamentos através de histórias ou outras modalidades como a arte e a tecnologia.
EXPRESSAR: Garantimos esse direito através de rodas de conversa e momentos de fala, oportunizando discussões onde possam argumentar principalmente sobre decisões que afetam o coletivo. Bem como expressões artísticas seja através da dança, do teatro, da pintura, da mímica...
CONHECER-SE: Muitas atividades ajudam a garantir esse direito, mas há algumas mais específicas como colocar os bebês na frente dos espelhos para que possam se observar, enquanto o professor toca e nomeia as partes do corpo ou quando aprendem a avisar quando precisam utilizar o banheiro, adquirindo a consciência sobre seu corpo. Bem como reconhecer seu grupo de pertencimento.
Percebemos que é através da experiência que os direitos são garantidos na educação infantil. Na BNCC, são apresentadas maneiras de organizar as estruturas pedagógicas. Dessa forma, podemos criar diferentes propostas que afirmem os direitos de aprendizagem e a partir delas, explorar brincadeiras que valorizem o aprendizado sem perder o teor de diversão e lazer.
Não existem receitas prontas para aplicar os direitos de aprendizagem, contudo, podemos pensar em atividades diárias que considerem a importância de garanti-los, pois, brincando se educa.
Dabda Tais Borba
Daiane Schmitt
Gisele A. Marteninghi