Biossegurança em Estética

Por Daniella Leite de Souza | 14/10/2015 | Saúde

INTRODUÇÃO
O ser humano, desde sempre, procurou melhorias de vida. Lá na Pré-história descobriu como fazer fogo, construiu objetos para caçar e pescar. Todas essas invenções e descobertas foram para seu benefício. E hoje, não é diferente. Depois da Revolução Industrial, da Globalização, o interesse em melhorias está cada vez mais evidente. Neste mundo pós-moderno “perfeição” é um termo constante, e observamos isso em todas as áreas. Não seria diferente na área da saúde, assim como, na estética.
A área da saúde e estética esta sempre se renovando para o bem-estar do profissional da área e o paciente/cliente. Hoje, sabemos a fundamental importância de utilizarmos os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), em Centros de Estética, visto que, assegura não só o profissional, mas também, o cliente de possível contaminação por meio de vírus, bactérias ou fungos.
Neste trabalho focaremos na Estética Facial, e nos basearemos nas condutas de Biossegurança, pois no espaço desses tratamentos faciais há constante exposição a micro-organismos que podem causar doenças infectocontagiosas, e tais condutas são necessárias para o desenvolvimento dos procedimentos com total segurança para as pessoas envolvidas.
Como foi citado acima, os EPI’s são de fundamental importância em procedimentos estéticos faciais, por exemplo, na limpeza de pele, por isso, os objetivos deste trabalho são: explanar sobre os EPI’s responsáveis pela prevenção de alguns tipos de contaminação; Explicar sobre a necessidade de utilização dos mesmos; e Destacar as principais doenças que podemos evitar com o uso dos EPI’s.


DESENVOLVIMENTO

O profissional da área da estética ao executar suas atividades em tratamentos faciais está vulnerável aos diversos micro-organismos causadores de doenças infectocontagiosas, pois, o contato físico com o cliente é constante, e com isso, pode haver contato com secreções e sangue. Por isso, estudiosos da biossegurança perceberam a importância da proteção para tais profissionais, e também, para os clientes.
Assim, foram criados alguns equipamentos indispensáveis para os procedimentos estéticos, que são chamados de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). De acordo com ODA (1996 apud SHMIDLIN) “As barreiras de proteção reduzem o risco de exposição tanto da pele como das membranas mucosas do profissional da saúde ao material infectante”. E, é sobre os EPI’s utilizados nas limpezas de pele que vamos discorrer agora. São eles: Luvas, Máscara, Óculos de Proteção, Gorro e Avental.
• Luvas: Segundo Guandalini (1997, apud SHMIDLIN) “as luvas servem como barreira mecânica para as mãos, sendo consideradas como uma ‘segunda pele’”. Sendo uma barreira, ela evita o contato direto com o cliente, e assim, protege os envolvidos no procedimento. Mas, deve-se ter alguns cuidados na utilização das luvas. Antes de colocá-las as mãos devem ser lavadas, e devem ser retiradas pela parte do punho evitando contato com a parte superior delas, após a retirada das luvas as mãos devem ser higienizadas novamente. Outro ponto importante, as luvas são descartáveis, portanto, não podem ser reutilizadas.
• Máscara: A máscara deve ser utilizada para evitar contaminação por meio de micro-organismos no momento da fala, pois como afirma SILVA (2002, apud SHMIDLIN) “a máscara representa uma importante forma de proteção das mucosas da boca e do nariz, contra a ingestão ou inalação de micro-organismos”. Assim como as luvas, a máscara, também, deve ser descartada após a utilização. Não adianta ter a máscara e não colocá-la de forma correta. A máscara deve está bem adaptada, protegendo a parte logo abaixo dos olhos, nariz e boca. E só devem ser retidas após as luvas serem descartadas e as mãos lavadas.
• Óculos de Proteção: Estes são de proteção exclusiva do profissional, visto que, protege os olhos de respingos de secreções ou sangue. Os olhos precisam de proteção, pois, como diz Guandalini (1997, apud SHMIDLIN) “a conjuntiva do olho, apresenta menor barreira de proteção, que a pele”. Assim, torna-se mais vulnerável à contaminação.
• Gorro: O uso do gorro é importante porque evita queda de cabelo, “que representam uma importante fonte de infecção, já que podem conter inúmeros micro-organismos”. Segundo SHMIDLIN, “É uma medida de segurança e de higiene, tanto para o profissional quanto para o cliente, que também deverá utilizá-lo”.
• Avental: O avental evita contaminação da roupa e deve ter manga comprida para proteção da pele do profissional. Os aventais devem ser usados apenas no local de trabalho “e nunca devem ser guardados no mesmo local, onde são guardados objetos pessoais”.

Portanto, se o profissional da área de estética facial não utilizar corretamente os EPI’s nos procedimentos estéticos, estará sujeito à contaminação por meio de micro-organismos, e assim, poderá adquirir doenças infectocontagiosas. Mas, como podem ser contaminados? Segundo TEIXEIRA e VALLE (1996, apud SHMIDLIN):

As vias de penetração por micro-organismos são: via aéreas superiores, via cutânea e via ocular. Através das vias aéreas superiores (nariz e boca), o profissional pode inalar ou aspirar, gotículas de saliva ou secreção nasofaringeana contaminadas, que podem ser eliminadas pelo cliente, durante a fala, tosse ou espirro. Por via cutânea, quando o profissional possui cortes ou ferimentos, e entra em contato direto com secreções ou sangue contaminados do cliente ou sofre um acidente com agulha contaminada. Por via ocular, quando secreções contaminadas, atingem a conjuntiva dos olhos. Um exemplo seria durante uma extração, quando o profissional ao realizar pressão com os dedos para extrair uma pústula, o exsudato contaminado atingisse o seu rosto e olhos.

Podemos observar que existem diferentes formas de contaminação, por isso, deve-se usar os EPI’s, pois muitas doenças podem ser transmitidas aos profissionais da área por falta de proteção. E, quais são as doenças infectocontagiosas que os esteticistas na limpeza de pele estão vulneráveis quando não utilizam os EPI’s? Existem várias doenças, mas as principais são: “herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e, até mesmo, a AIDS.”


CONCLUSÃO
Este trabalho nos possibilitou melhor compreensão sobre os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), a importância de utilização desses equipamentos e o que pode ocasionar caso o profissional da área não utilize corretamente esses materiais.
Enfim, sabendo de tais riscos, a melhor maneira de preveni-los é seguindo as condutas de biossegurança. Pois, além de proteger-se, protege também o cliente, e este sairá satisfeito e confiante do trabalho e do profissional escolhido para tal procedimento.
REFERÊNCIAS

AMARAL, Marcos Antonio do. Biossegurança em centros de estética. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

SHMIDLIN, Kelly Christine Schmitt. Biossegurança na Estética: Equipamentos de Proteção Individual – EPIs. Curitiba – Paraná. Disponível em: http://www.revistapersonalite.com.br/bioseguranca.

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