Bioética E Os Seus Questionamentos
Por Damiana de Moraes Igaki | 27/07/2007 | ArteResenha sobre
A. S. FERNANDEZ, Fernando. Aprendendo a lição de Chaco Canyon: do "Desenvolvimento Sustentável" a uma Vida Sustentável. In: CONFERÊNCIA NACIONAL, 2004, SÃO PAULO.
O texto é constituído de seis partes, cada uma delas sob a responsabilidade do autor Fernando A. S. Fernandez traduzindo para o texto sua experiência e fundamentação sobre Desenvolvimento Sustentável.
Na primeira parte o autor mostra através de uma abordagem pré-histórica que no período Pleistoceno-holoceno a extinção de grandes animais ocorreu no período de 50 mil a 500 anos atrás e esclarece por meio de fatos históricos que a extinção da mega fauna aconteceu por causa da intervenção do homem por meio da caça predatória e não por fenômenos naturais.
Na segunda parte o assunto em questão são as imagens de satélites, indaga se elas são ou não verdadeiras e se realmente conseguem visualizar a floresta. Os satélites são responsáveis pelas informações de queimadas, desmatamentos, áreas, etc. Outro fator importante a questionar sobre os satélites e a sua falsa interpretação de que não revelam florestas vazias, ou seja, florestas que não possuem um número suficiente de animais que são responsáveis pela disseminação das sementes e do reflorestamento. Há também casos em que a população tradicional local explora não só a floresta como também os animais e o fazem de forma incorreta e insustentável prejudicando assim o reflorestamento e como conseqüência o que se vê realmente são exemplares de árvores adultas e sem regeneração.
Na terceira parte é abordado o conceito de Desenvolvimento Sustentável como uma utopia em que muitos acreditam que existam, de fato existe, mas em casos muitos raros. O conceito é assim definido como aumentar o padrão do Primeiro Mundo e levar o Terceiro Mundo para o mesmo patamar sem comprometer o meio ambiente ecologicamente falando, o que de fato leva a crer que o Desenvolvimento Sustentável tem tudo a ver com o crescimento econômico e financeiro com o uso racional dos recursos ambientais. O uso racional dos recursos ambientais depende de um monitoramento demográfico biológico em longo prazo onde se mostre a sua ascensão ou o seu declínio, sabendo que na realidade isso e feito raríssimas vezes e ainda é encontrado outros problemas relacionados ao crescimento populacional que interfere muito no ambiente ecológico explorado; outro fato muito intrigante é a propaganda que empresas ditas "ecologicamente corretas" fazem realmente para preservar a natureza ou apenas utilizam o selo de qualidade como um meio de publicidade. Isso não quer dizer que há somente pontos negativos em relação ao tema "Desenvolvimento Sustentável" existem também pessoas e empresas preocupadas em dar uma solução para os problemas ambientais com vista a um futuro melhor.
Na quarta parte o autor revela que as Civilizações Antigas também utilizaram os recursos ambientais de forma desordenada e dá um exemplo a respeito do deserto de Chaco Canyon no Novo México onde havia uma construção esplendorosa em que foi utilizado para sua construção madeiras tiradas da floresta e indaga a respeito de como esses povos teriam abandonado tal construção e a resposta é simples, ao redor do palácio só se vê deserto daí uma conclusão arrasadora, esses povos utilizaram de forma errada a madeira e sem se preocupar acabaram exterminando sua floresta e causando a desertificação daí o provável motivo do abandono. Não só essas, mas muitas outras civilizações acabaram da mesma maneira por não saber utilizar as florestas e isso só reforça a idéia que a exploração e extinção do meio ambiente já vêm de muito tempo.
Na quinta parte o tema tratado é a ilusão da humanidade diante da grave crise ambiental pela qual estamos passando, quanto já está sofrendo com isso e a cada dia piora ainda mais. A falsa idéia de Desenvolvimento Sustentável engana a maioria da população com o objetivo de promover crescimento e desenvolvimento e isso é preocupante porque se todos tivessem consciência de fato do que está ocorrendo às coisas teriam outra direção.
Na sexta e última parte o autor não visa apontar soluções e sim sugestões para tratar de problemas ambientais. O fato é que já estamos num patamar muito alto quando se falam de degradação, extinção e poluição no meio ambiente. É preciso muito esforço e união para que alguma mudança ocorra devemos nos conscientizar que a cada passo em falso que damos com o meio ambiente não estamos prejudicando somente ao meio ambiente e sim ao conjunto no qual nós estamos inseridos nele e isso acaba afetando as questões econômicas e sociais. No âmbito social o destaque maior é para o crescimento populacional, pois ocasiona mais desmatamentos, poluição, extrativismo, ou seja, acaba com a qualidade de vida em geral.
Outro fator decisivo é a questão da mudança de consciência por parte da população em que cada um de nós, seres humanos, é capaz de melhorar o meio no qual vivemos com simples atos como uma auto reflexão do consumismo mundial que é um dos grandes vilões no meio ecológico e atrapalha e muito para a criação de uma consciência crítica de mundo para que mudemos o nosso conceito de uso racional e do não desperdício aí estaremos a um passo de melhorar a situação em que estamos vivenciando agora e para que não venhamos no futuro a sofrer com problemas ambientais que poderíamos no passado ter remediado.