Besta Bestial Burrice

Começou mais um programa que vai entreter a nossa falta de cultura. A televisão mostra nessa hora sua força manipuladora, mostrando um ibope baseado na inutilidade. A nossa parte nós fazemos, elegemos mocinho e bandidos. A musa, a gostosa, o galã, são títulos que damos no decorrer desse jogo bestial.
A nossa sede por mexericos e voyeurismo nos coloca como imbecis telespectadores, torcendo e ovacionando pela futilidade. Se não bastasse a falta de comprometimento que a mídia televisiva tem com a cultura, ainda assim, em horário dito nobre, ela nos oferece um pobre programa. A culpa disso tudo é nossa, pois o que se vê é uma novelinha de quinta categoria, mostrando um enredo de baixo calão e uma premiação que afronta um povo acostumado com o seu mísero salário mínimo. Da noite pro dia fazemos um anônimo virar um pop star. Com direito a tudo que uma estrela de Hollywood tem. Mulheres elegem o seu galã e os homens a gostosona do momento. Como retribuição esses artista instantâneos nos presenteiam à noite com seus showzinhos particulares. Quase nus eles passeiam pela frente da tela e com corpos quase perfeitos e cérebros construídos em academias nos mostram quão fútil o que tem pra nos oferecer.
Até o amor entra nesse jogo e jura eternidade, pelo menos enquanto dure a competição. Amigos nascem e juram lealdade e inimigos confabulam. Tudo é potencializado. A lágrima e o sorriso são homéricos, a sensibilidade vive à "flor do bolso". Do bolso porque o que está em jogo é uma cifra que não da para colocar aqui porque não tem espaço. E não adianta dizer por aí que não assistimos a esse "Besta Bestial Burrice", porque por mais que tentamos desligar o aparelho, a nossa curiosidade é quem dita a nossa medíocre obsessão pelo nada ofertado.
Podemos culpar GEORGE ORWELL e o seu livro "1984"? Acho que não! Ficção é ficção, mas tentar imitá-lo foi sem propósito. Por aqui fico, porque como todo bom brasileiro eu vou dar minha "espiadinha". Rsrsrsrsrsrssr... É claro que é brincadeira!!!