BENEFÍCIOS SOCIAIS E AMBIENTAIS ADVINDOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM SELO ECOLÓGICO PARA OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS NO MUNICÍPIO DE JAGUARIBE CEARÁ
Por Romário Soares Barbosa | 29/06/2011 | SociedadeBENEFÍCIOS SOCIAIS E AMBIENTAIS ADVINDOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM SELO ECOLÓGICO PARA OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS NO MUNICÍPIO DE JAGUARIBE CEARÁ
Romário Soares Barbosa¹
Francisco Pedro Saldanha Alves¹
Marta Luciana Sousa Xavier²
Resumo
A preocupação com o meio ambiente, nos últimos anos, vem crescendo tanto nas sociedades desenvolvidas quanto nas em desenvolvimento. Esta preocupação com a qualidade ambiental pode manifestar-se principalmente pelo repúdio dos donos de estabelecimentos comerciais em adquirir bens que ao longo de seu ciclo de vida vem causando degradação ambiental. Nesse sentido, o presente artigo visa apresentar uma discussão acerca dos benefícios sociais e ambientais que a implantação de um selo ecologicamente correto poderá proporcionar para os estabelecimentos comerciais no município de Jaguaribe. Além disso, busca-se destacar a importância de ações individuais, por parte das empresas, em prol da preservação do meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
Palavras- chave: Meio Ambiente, Selo Ecologicamente Correto, Desenvolvimento Sustentável.
1. Introdução
A busca por empresas e estabelecimentos comerciais ecologicamente corretos tem crescido nos últimos anos. Com a pressão a cerca do capitalismo, a variável meio ambiente tem sofrido com a constante degradação existente e o planeta terra fica impossibilitado de "repor" tal situação.
Além da pressão dos consumidores, os chamados consumidores verdes, Miranda et al. (1997) identifica outras fontes de pressão sobre os estabelecimentos comerciais, tais como: ONGs, Associações e Instituições públicas e privadas que primam pela qualidade ambiental, bem como investidores verdes, que procuram investir em estabelecimentos não poluidores.
Porém, antes de gerenciar ambientalmente os estabelecimentos comerciais, os mesmos necessitam definir sua "política ambiental". Segundo a
Associação Brasileira de Normas Técnicas: ABNT - NBR ISO 14001 (1996), a política ambiental consiste em uma declaração da empresa quanto as suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental. Deve prever, portanto, estrutura para agir e definir seus objetivos e metas ambientais.
Dado que a Série ISO 14000 consiste em um conjunto de normas ambientais voluntárias, as quais, em última instância, visam contribuir para a melhoria da qualidade do meio ambiente, pode-se afirmar que o somatório de esforços individuais dos estabelecimentos "contribui", em parte, para que se atinja o que atualmente é denominado de desenvolvimento sustentável.
2. Considerações Sociais
A criação do SEC (Selo Ecologicamente Correto) auxiliará as pessoas e também os estabelecimentos comerciais que vêem a preservação ambiental não como um empecilho, mas como um fator de sucesso para se posicionarem no mercado, ou seja, uma oportunidade de ascensão regional, nacional e internacional.
A implementação desse selo poderá oferecer vantagens para os estabelecimentos comerciais. Entre as vantagens para esses estabelecimentos estão a criação de uma imagem "verde"; acesso a novos mercados; redução e/ou eliminação de acidentes ambientais, evitando, com isso, custos de remediação; incentivo ao uso racional de energia e dos recursos naturais; redução do risco de sanções do Poder Público (multas) e facilidade ao acesso a algumas linhas de crédito.
Para Castro (1996), além de promover a redução dos custos internos das organizações, a implementação de um sistema de gestão ambiental e do SEC aumenta a competitividade e facilita o acesso aos mercados consumidores.
Argumentos semelhantes são apresentados por Frondizi (1998), quando menciona que até pouco tempo as exigências referentes à proteção ambiental eram consideradas como um freio ao crescimento, um fator de aumento dos custos de produção. Hoje, proteger o meio ambiente está se convertendo em oportunidades.
Nos últimos anos, houve um crescimento acentuado de leis e acordos internacionais na área ambiental que visavam a preservação do meio ambiente, paralelamente a isso ocorreu uma grande expansão do comércio mundial. No intuito de proteger o meio ambiente, muitos países passaram a exigir padrões de qualidade ambiental muito elevados, criando barreiras não tarifárias, que podem trazer efeitos danosos ao livre comércio (Procópio, 1994; Bravo & Silva, 1994).
Dessa forma, a exigência de um meio ambiente saudável constitui um requisito de peso ao comércio. Em países desenvolvidos, as certificações ambientais voluntárias significam para aos estabelecimentos comerciais ampliação de mercado e garantia de consumidores fiéis. Assim, a busca de maior competitividade pelos estabelecimentos, passa pela promoção de ações de resposta positivas frente as novas demandas ambientais (Castro,1996).
Neste sentido, a mobilização em torno da definição de normas ambientais comuns reflete nitidamente a pressão dos agentes, em diferentes graus, na busca do desenvolvimento sustentável, possibilitando às gerações futuras usufruir de um meio ambiente mais saudável.
Portanto, para continuar concorrendo em mercados cada vez mais competitivos, as empresas e os estabelecimentos comerciais devem tomar conhecimento e resolver os problemas ambientais decorrentes de seus processos produtivos, caso contrário perderão gradativamente seu espaço entre os consumidores mais exigentes e preocupados com o meio ambiente.
3. Considerações ambientais
A implantação do SEC (Selo Ecologicamente Correto) visa amenizar ou eliminar os impactos ambientais advindos dos processos produtivos no que diz respeito ao óleo de cozinha usado e a sua ação no meio ambiente quando descartado de maneira errônea. Nesse sentido, o conjunto de ações empreendidas pelos estabelecimentos comerciais durante a implantação do SEC trazem melhorias ao meio ambiente.
Segundo Castro (1996), a partir de um SEC o estabelecimentos passa a incentivar a reciclagem, buscar matérias-primas e processos produtivos menos impactantes, passando a racionalizar o uso dos recursos naturais renováveis e não-renováveis. Dessa forma, a implantação do SEC poderá possibilitar o desenvolvimento de processos produtivos mais limpos, bem como de produtos menos nocivos ao meio ambiente.
Em estudo realizado com 1.451 estabelecimentos, Frondizi (1998) salienta que as preocupações ambientais dos grandes e médios estabelecimentos comerciais são quanto a redução de gases e emissões atmosféricas. Salienta, também, que suas ações ambientais são movidas no intuito de obter o licenciamento, bem como atender a legislação vigente no país.
Por fim, pode-se afirmar que a ações ambientais dos estabelecimentos comerciais, manifestadas através da implantação do selo ecologicamente correto, busca racionalizar o uso dos recursos naturais e reduzir o montante de dejetos e resíduos devolvidos ao meio ambiente, contribuindo, com isso, para o desenvolvimento sustentável.
4. Considerações Finais
A maioria dos autores pesquisados vêem a certificação ambiental ou criação de um SEC (Selo Ecologicamente Correto) como um diferencial de competitividade, que possibilitará ao estabelecimentos comercial reduzir seus custos de produção via racionalização dos processos produtivos e substituição de matérias-primas, reduzindo, com isso, o uso de recursos naturais. Além disso, possibilitará que o estabelecimento crie uma imagem verde junto aos seus clientes.
A exemplo de que o comportamento dos donos de estabelecimentos comerciais brasileiros como bares, restaurantes e lanchonetes, quanto as questões ambientais, está se alterando, pode ser encontrado na pesquisa realizada por Frondizi (1998). O estudo mostra que em torno de 85% dos estabelecimentos pesquisados, numa amostra de 1.451, adotam algum tipo de procedimento associado a gestão ambiental em suas atividades, tais como reciclagem, disposição de resíduos, controle de ruídos, entre outros. Tais resultados mostram que as preocupações quanto as questões ambientais estão aumentando.
Portanto, a partir de pressões de consumidores, ONGs, Associações, Projetos de incentivo e demais instituições públicas e privadas, os estabelecimentos comerciais passam a preocupar-se com as possíveis degradações ambientais oriundas da produção e consumo de seus bens e serviços. Neste sentido as ações isoladas dos empresários ambientalmente corretos contribuem para que se atinja um desenvolvimento sustentável.
6. Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14001 - Sistema de gestão ambiental: especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 1996. 14 p.
CASTRO, Newton de. A questão ambiental: o que todo empresário precisa saber. Brasília: SEBRAE, 1996. 71 p.
COMISSÃO Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991. 430 p.
FRONDIZI, Isaura M. R. L. et al. Pesquisa gestão ambiental na indústria brasileira. Brasília: BNDES/CNI/SEBRAE, 1998. 71 p.
MIRANDA, Nuvia G. M. et al. A estratégia de operações e a variável ambiental. Revista de Administração. São Paulo: v. 32, n. 1, p. 58-67, jan./mar. 1997.
PROCÓPIO FILHO, Argemiro et al. Ecoprotecionismo: comércio internacional, agricultura e meio ambiente. Brasília: IPEA, 1994. 212 p. (Estudos de Política Agrícola. Relatórios de Pesquisa, 17)
SILVA, R. & BRAVO, M. A. M. P. Comércio e meio ambiente. Revista do BNDES. Rio de Janeiro: v. 1, n. 1, p. 113-128, jun. 1994.
VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: o desafio de ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira,1995.
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¹. Alunos do 2º do Curso Técnico em Informática da EEEP Poeta Sinó Pinheiro
². Professora de Laboratório e Tecnóloga pelo CENTEC na EEEP Poeta Sinó Pinheiro