Belo horizonte
Por GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA | 30/09/2011 | PoesiasBELO HORIZONTE
Belo Horizonte, 22-12-1976
Sinto-me profundamente triste,
Ao atravessar a linda avenida
E ver tantas coisas feias.
Um popular atropelado,
Um pedinte caído,
Uma prostituta em chagas,
Uma balconista cansada.
Todos ganhando a vida,
Todos ganhando a morte.
Povo de pouca sorte.
Ninguém sabe para onde vai,
Andam como máquinas.
Ninguém é de ninguém,
Todos são marionetes,
Que andam em linha reta
Num passeio sinuoso,
Em uma tangente automática
Como retardados mentais.
Uns tombando nos outros,
Voltam-se, se agridem, brigam
Como loucos violentos
Quando os olhos estão em chamas.