BBB: Um deserviço ao Brasil chega ao fim
Por Romão Miranda Vidal | 31/03/2012 | CrônicasBBB.UM DESERVIÇO AO BRASIL CHEGA AO FIM.
Segundo noticiários da mídia falada, escrita e televisionada e da InterNet, está chegando ao fim mais uma edição da porcaria que uma emissora de televisão, levou ao ar por algumas semanas.
Naturalmente que este lixo de programação, rendeu de início manchetes que todo e qualquer mortal poderia notar, querendo ou não. Um possível caso de abuso sexual, transmitido ao vivo e as cores (o edredom era colorido) e numa tentativa de aumentar a audiência e por que não mantê-la, promoveram ou armaram um escândalo, acusando um dos participantes de tais atividades imorais e abusivas. Inclusive dando conotação de estupro.
E então o que aconteceu?
Resumindo a questão. O rapagão foi simplesmente “internado” em um hotel, providenciado pela promotora do evento. E a rapariga? Deve ter dito seus dois minutos nos indicadores de pesquisas e ficou por ai.
O que aconteceu ou deixou de acontecer, deve ter sido uma mistura daqueles filmes do tipo “Mundo Cão, com um programa de canal por assinatura, Tabu” Ou seja, um verdadeiro circo dos horrores, com um adicional da Gaiola das Loucas.
Um país do quilate do Brasil. Com taxa de 15 milhões de analfabetos, na ordem de 14% da população brasileira, com a posição 84ª entre os 187 países avaliados pelo PNDU e pior ainda, países com IDH, abaixo da crítica. Com um sistema de comunicação da pior qualidade, como Cuba, Antigua e Barbados, Panamá não pode se dar ao luxo de promover um tipo de lixo pseudo-artístico ou o que venha a se equivaler, ante estes dois dados estatísticos. Ainda em relação ao IDH, o índice brasileiro é de 0,499 o da Índia é de 0,617.Somos parceiros no BRIC.
Nos orgulhamos de produzirmos safras recordes de soja, de milho. O segundo maior rebanho bovino de gado de corte, o segundo maior produtor de frango de corte, possuidor da maior área irrigável continuada, detentor de 25% das reservas hídricas, com uma faixa litorânea de 8.000 quilômetros, com jazidas de minérios exploráveis por mais de 300 anos, com um complexo ambiental ainda em tempo de se precaver contra a destruição. Aproximamo-nos das maiores economias entre os países desenvolvidos, nossas ferrovias experimentam um avanço superior a 5.000 quilômetros, a diversidade da matriz energética é uma realidade.
A Plataforma Lattes indica que estamos na ordem de 1.14 milhões de currículos catalogados e armazenados. Deste universo, 102.600 são doutores e 171.000 são mestres. Então surge a dúvida. Os dados informados conflagram entre si. Mas evidenciam que ainda resta uma esperança. O mundo universitário apresenta 912.000 pós-graduandos, que irão buscar o Mestrado e o Doutorado.
Nós infelizmente contamos com 177.000 milhões de hectares de pastagens degradas, que se devidamente recuperadas e coordenadas no quesito produção de soja, alcançaríamos a quantia de 424.800 toneladas ou 2.124.00 toneladas de milho.
Estes valores em toneladas, se agregados de valor ou ainda transformados em proteína de origem anima- ovos, leite, pescados, suínos, frangos, perus, lácteos – e exportados, daria um salto na balança comercial brasileira e contribuiria para a diminuição da pobreza e do analfabetismo e melhoria da saúde como um todo.
Mas grande pergunta que não quer calar.
De que forma o Brasil pretende atingir o pódio dos países desenvolvidos e se tornar uma economia estável, com o analfabetismo beirando ao da Dinamarca, Noruega ou da Suíça? Se estamos perdendo para o Zimbábue em termos de analfabetismo?
A preocupação é considerável. Se indagado qualquer cidadã ou cidadão brasileiro a respeito dos nomes dos participantes deste horror televisionado diariamente, praticamente todos responderiam. Mas se a indagação fosse a respeito do nome das capitais brasileiras, ou qual é o estado com maior PIB, praticamente ninguém responderia.
É falta de educação formal? Sim.
E como eliminar tal? Só um visionário ousaria. Ou o mais puro estoicismo, para acabar com esta situação.
Mas enquanto não encontramos solução para que o Brasil se destaque no panorama mundial, em termos antes citados, ficaremos reféns do inútil e não menos ignóbil apresentador, de mulheres loucas para satisfazer seu ego e seu desejo sexual televisionado e por marmanjos marombados doidos por figurarem em revistas especializadas em assuntos sexuais.
Dirão uns. E a democracia? E o direito da livre expressão? E o direito da livre imprensa? Democraticamente aceito. E se por um acaso do destino, surgisse um movimento contra este lixo promovido pela emissora de televisão? E se um grupo organizado conseguisse arcar com os custos para produzir um programa de televisão com a finalidade de instruir a população brasileira a respeito o quão negativo é para a educação brasileira? Qual seria a resposta?
Com os senhores e senhoras as respostas.