Banquete.
Por JOAQUIM SATURNINO DA SILVA | 11/02/2010 | CrônicasBanquete
A reunião foi convocada de última hora. O grupo foi se formando lentamente, como lentamente se formam todos os grupos convocados contra a vontade.
O comandante em chefe na ocasião era o temido general Ed Covas, que embora não fosse militar, era perito em eliminação de coberturas supérfluas.
Ele não atingiu sua posição à toa. Era o verme mais especializado em consumir celebridades. Conhecia como ninguém o ritual exigido para tais ocasiões. Em seu currículo estava a limpeza perfeita e acabada de muitos ossos humanos importantes. Por isso não era um verme qualquer, era o chefe supremo naquele momento.
E, em sendo o chefe, com todo direito assumiu a palavra nesta reunião.
- Senhores! Comunico uma ocorrência nada comum, o falecimento do senhor “fulano de tal” e que este destacamento está incumbido da tarefa de “limpar seus ossos”.
Embora fossem membros da “elite” dos vermes (mais ou menos como um BOPE subterrâneo), todos ficaram admirados com a notícia. Enfim iriam comer uma pessoa realmente importante. E após isso advinham as específicas instruções, dadas pelo comandante em chefe, consistentes nas seguintes ordens: “todos os senhores deverão estar devidamente paramentados, de smokings. Os talheres à disposição dos senhores serão de ouro 18 quilates. É indispensável que se comportem com a maior lisura, pois estarão se alimentando de alguém muito importante”.
Dito isto, os talheres dourados foram entregues e os vermes deram início ao banquete...