Avante, 2016

Por josé maria couto moreira | 02/02/2016 | Crônicas

Avante 2016 !

José Maria Couto Moreira*


Com fogos, luzes, cantos, chegamos ao 16º ano do terceiro milênio ! Muito embora tempestades, terremotos e turbulências de toda ordem surgiram tanto aqui quanto alhures, o homem se apresentou para enfrentá-las, e, se não as venceu todas, recolheu experiências, sacrifícios, emoções e ordens outras de sentimentos, prejuízos, perdas, a maioria delas irrecuperáveis. Só lembranças caleidoscópicas, algumas íntegras, com o auxílio de que hoje dispomos da tecnologia nos servirão de advertências para circunstâncias futuras. Em parte, é a evolução da vida do planeta, e nós sempre processando nossos medos como execução do plano de Deus, na visão da corrente religiosa majoritária. E não há como rechaçar a ocorrência destas turbulências, pois tudo procede da vontade do Criador, assim como foi o castigo de Sodoma e Gomorra, a espantosa travessia do Mar Vermelho, o povo errante do deserto por quarenta anos.
O retrospecto nos prova que os acontecimentos, até os trágicos, vem confirmar a inquietação e a energia humana em todos os episódios que lhe causaram pânico, para superar, reconstruir, refazer, restaurar, prevenir. Assim, o passado não está perdido, só aponta mudanças e pede a atenção do homem para mitigar as catástrofes, porque o universo possui intocáveis mecanismos de evolução. As eventualidades de terremotos e maremotos avassaladores em Tokio e arredores, assim também os que nos amedrontam como possíveis ocorrências em virtude da falha de Andrews, no Pacífico, não mais constituem surpresas, e cabe ao homem prevenir-se de seus efeitos. E ele está atento.
O homem, precavendo-se dos fatos devastadores em proteção da vida comunitária não se preocupa com as falhas do próprio homem no elenco evangélico, cujas agressões à terra e à sociedade à qual se encontra inserido são, por vezes, mais dilacerantes que os fenômenos naturais.
É isto que assistimos em todo o mundo. A ofensa do homem ao meio-ambiente é constante e completamente banalizada, embora bandeiras ruidosas tenham sido empunhadas por facções diversas. Em todo o globo a corrupção desenfreada está presente e se enraizando (até na Suissa, aquela pequena e virginal terrinha), agora obliterando a ação de audaciosos ladrões que ali encontraram pouso e suposta discrição de banqueiros.
No Brasil, então, o festival de achaques ao tesouro tem se propagado a níveis incomensuráveis, e nestes sucessivos acontecimentos o epicentro é sempre o Palácio do Planalto. Brasília é o valhacouto das artes e dos artistas no palco de novas estrepolias, mostrando, ainda, caras novas a desafiar a diligência da Polícia Federal e do Ministério Público, este já abarrotado de processos que, esperamos, se convertam em prisões exemplares. Os residentes naquela bela cidade, concebida por homens que pregavam a retidão por suas vidas insuspeitas, os pobres candangos que a ergueram, e Dom João Bosco, aclamado santo, seu padroeiro, são as primeiras vítimas da imoralidade que campeia naqueles corredores.
Valha-nos 2016 !

*Advogado

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