AVALIAÇÃO DOS SOFTWARES EDUCATIVOS

Por OSMARINA DE OLIVEIRA CARDOSO FILHA | 15/02/2017 | Educação

Diante da utilização dos softwares no contexto educativo e a sua eficácia no processo de ensino-aprendizagem, existe a necessidade de uma constante avaliação em torno desse recurso educacional, já que o mesmo está inserido no Projeto Político-Pedagógico de várias escolas.

 Os profissionais da educação precisam estar capacitados para trabalhar com a multiplicidade tecnológica, interagindo e socializando com a real condição dos alunos. Os softwares para ter finalidade educativa devem ser estruturados segundo uma perspectiva que contemple a forma como se dá a aprendizagem do indivíduo e como ele constrói seu pensamento. Sendo assim se faz necessário que antes do uso deste programa se faça uma avaliação desse tipo de software. Acerca disso Tajra (2007, p. 75) salienta que:


A partir do momento que a escola disponibiliza para o professor softwares como auxilio para as aulas, é importante que o professor efetue uma avaliação para que possa utilizá-lo de forma adequada às necessidades, verificando, inclusive, quais são os recursos oferecidos pelo próprio programa.

 Cabe ao educador a tarefa de avaliar o programa para que o objetivo da aula seja alcançado sem correr o risco de desvincular o software do fim pedagógico. A priori, é relevante uma analise para identificar a linha teórica que norteia este programa educativo, verificando se as funções propostas por eles estão compatíveis com os conteúdos curriculares, evitando a dissociação entre o saber e a prática.

Desta forma, avalia-se o software educativo que seja mais eficaz no processo de ensino-aprendizagem, para que realmente ele contribua para a aquisição de conhecimento.

Avaliar é um processo de classificar situações específicas em função de parâmetros pré-estabelecidos [...] todo software educativo reflete necessariamente, uma concepção de ensino e aprendizagem, resultante de uma visão filosófica da relação sujeito-objeto. (OLIVEIRA; MENEZES; MOREIRA, 1987, p. 50)

 De acordo com os estudos de Skinner (Behaviorismo) e de Vygotsky (construtivismo) é possível preparar tais formas de avaliação nas mais diversas atribuições de cada software educativo, ou seja, a avaliação de software encontra-se diretamente relacionada aos objetivos a serem adquiridos pelo mesmo, ou seja, informar, ajudar e orientar as escolas e professores acerca de seu uso (OLIVEIRA; MENEZES ; MOREIRA, 1987).

 Assim sendo, um programa considerado eficiente depende de como é usado e se privilegia aspectos pedagógicos ou não, tudo depende da sua usabilidade, funcionalidade e finalidade almejada.

Portanto, os métodos de avaliar softwares educativos classificam os softwares quanto às características abaixo citadas:

 Funcionalidade: Evidencia o conjunto de funções que atendem às necessidades explícitas e implícitas para a finalidade a que se destina o aplicativo; Usabilidade: Evidencia de forma facilitada a utilização do software; Confiabilidade: Evidencia o desempenho mantido ao longo do tempo em condições estabelecidas; Eficiência: Evidencia os recursos e o tempo quanto à compatibilidade do nível de desempenho solicitado para o aplicativo; Manutenibilidade: Evidencia a facilidade em corrigir, atualizar e alterar; Portabilidade: Evidencia a utilização do produto em diversas plataformas.


Para que os professores se adaptem aos softwares como recurso didático, é indispensável que estejam habilitados para a utilização do computador como instrumento pedagógico.

A utilização de um software está diretamente relacionada à capacidade de percepção do professor em relacionar a tecnologia à sua proposta educacional. Por meio dos softwares podemos ensinar, aprender, simular, estimular a curiosidade ou, simplesmente, produzir trabalhos com qualidades. (TAJRA, 2007, p. 75)

Para tanto, a escola precisa disponibilizar desses recursos como auxílio para o professor, para que o mesmo possa utilizá-los de maneira adequada às necessidades do aluno, observando sempre quais os recursos oferecidos pelo programa, analisando sempre antes de fazer uso dos mesmos.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Rosamaria Calaes de. Interdisciplinaridade: um novo paradigma curricular. In: GOLART, Iris Barbosa (org). A educação na perspectiva construtivista – reflexões de uma equipe interdisciplinar. Petrópolis, vozes, 1998.

LUCENA, M. W. F. P. O Uso das Tecnologias da Informática para o Desenvolvimento da Educação. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, jun. 1994.Relatório Técnico n.ES-301/94.

MORAES, Raquel de Almeida. Rumos da Informática no Brasil. Brasília: Plano Editora,2002.

MIRIAN, P.S. Zippin Grispun (org). Educação Tecnológica: Desafios e Perspectivas. 3ed. São Paulo: Cortez, 2002.

OLIVEIRA,Celina O, MENEZES,Eliane,MOREIRA, Mercia. Avaliação de software educacional.Documento base para discussão apresentado na XVIII Reunião da ABT.Belo Horizonte,1986.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Tradução: Sandra Costa, - Ed.rev. –Porto Alegra: Artmed,2008.

PRADO, M. O uso do computador na formação do professor. Brasília: MEC.Secretaria de Educação à Distancia,1999.( Coleção Informática para a Educação)

RAMOS, Edla Maria Faust; MENDONÇA, Ivan José. O fundamental na avaliação do software educacional. Anais do II Simpósio Brasileiro de Informática Educacional. Porto Alegre, 1991.

RAMOS, José Luís et AL., Construtivismo Comunal: Esboço de uma teoria emergente no campo da utilização educativa das Tic na Escola, no Currículo e na Aprendizagem. Disponível em : <http://www.cceseb.ipbeja.pt/evolutic2003/SP_0.HTM> Acesso em 5 out. 2008.

SANCHO, Juana M. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed,2001.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 7. ed. São Paulo: Érica, 2007.

TOPFLER, A. Previsões e Premissas. Rio de Janeiro: Record,1983.