Avaliação do níveis glicêmicos em um projeto de extensão de uma certa população da cidade de Dourados - MS
Por Kelly Yumi Tome | 09/11/2011 | Saúde
Autores: Amanda de Lima Silvano, Geovana S. Dilorenzo Silva, Kelly Yumi Tome, Vanessa Silva Ferreira. |
RESUMO
O diabetes melito (DM) é uma doença metabólica de etiologia múltipla. É caracterizado pela hiperglicemia crônica resultante de distúrbios no metabolismo. Ele já é considerado um problema de saúde pública, e uma epidemia está em curso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Internacional Diabetes Federation (IDF), o número de diabéticos no mundo dobrará para 366 milhões em 2030. Então, quantificar a prevalência de DM e o número de pessoas diabéticas, no presente e no futuro, é importante para permitir uma forma racional de planejamento e alocação de recursos. O objetivo do projeto é avaliar os níveis glicêmicos de pessoas de 15-65 anos de idade. Foram avaliadas 130 pessoas, consideradas em estado de jejum. A monitorização foi feita com glicosímetro digital (Biocheck TD-4225), tiras (Biocheck – glucose test trip TD-4225) e respectivas lancetas. A ponta do dedo médio ou indicador foi a escolhida para se realizar o teste. A monitorização da glicemia nestes locais é simples, segura e eficaz. Nos resultados foram observados que a maioria das pessoas estavam com o nível de glicose no sangue alterados.
INTRODUÇÃO
O diabetes melito (DM) é uma doença metabólica de etiologia múltipla. É caracterizado pela hiperglicemia crônica resultante de distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, em função de secreção insuficiente e/ou ausente de insulina, como também por defeitos da sua ação nos tecidos-alvo da insulina (fígado, tecidos muscular e adiposo).(1)
O DM tipo 1 é conseqüência da deficiência absoluta da produção de insulina, em função de uma destruição auto-imune ou idiopática das células beta do pâncreas. Os sintomas aparecem geralmente na infância ou início da adolescência. Devido ao processo de intenso catabolismo, próprio da deficiência de insulina, os pacientes costumam apresentar-se com baixo peso no momento do diagnóstico ou referir perda de peso recente, apesar da ingestão alimentar inalterada.(2)
O DM tipo 2, antes conhecido como diabetes não insulino-dependente ou diabetes do adulto, é uma doença caracterizada por sua resistência periférica a ação da insulina e deficiência relativa da sua produção pelo pâncreas endócrino. A maioria desses pacientes é obeso e a obesidade, por si só, causa algum grau de resistência à insulina.(3)
Considerando-se o atual estágio da transição demográfico-epidemiológica, o diabetes mellitus, ao lado de outros desfechos crônicos, é considerado um problema de saúde pública, não apenas em países desenvolvidos, como também em países em desenvolvimento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Internacional Diabetes Federation (IDF), o número de diabéticos no mundo dobrará para 366 milhões em 2030, dos 171 milhões na atualidade.(4)
Uma epidemia de diabetes mellitus (DM) está em curso. Em 1985 estimava-se que existissem 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões no ano 2030.(5)
Segundo Milech et. al.(2006), quantificar a prevalência de DM e o número de pessoas diabéticas, no presente e no futuro, é importante para permitir uma forma racional de planejamento e alocação de recursos.(6)
No Brasil, não existem informações sistemáticas sobre a prevalência de desfechos crônicos ou de seus fatores de risco/proteção, o que tem dificultado a formulação de hipóteses, ainda que em base agregada, sobre a influência de determinados fatores sobre estes desfechos.
Em relação aos estudos de prevalência, merece destaque por sua abrangência, o Censo de Diabetes, conduzido entre 1986 e 1988 em nove capitais brasileiras. Naquela ocasião, Malerbi & Franco, a prevalência de diabetes mellitus no Brasil foi 7,4% (prevalência ajustada por idade). No mesmo estudo, os autores detectaram prevalência de 9,7% para o Município de São Paulo que apresentou a maior magnitude do indicador entre as nove capitais avaliadas.
O intuito do projeto é avaliar os níveis glicêmicos de pessoas de 15-65 anos de idade no bairro Parque das Nações I, do município de Dourados, durante a ação social promovida pela Universidade da Grande Dourados - UNIGRAN na Escola Estadual Tancredo Neves, no qual vários serviços foram prestados pelos acadêmicos da universidade pelos seus respectivos cursos.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo descritivo com análise quantitativa em pessoas atendidas na Escola Estadual Tancredo Neves, no município de Dourados – MS, no mês de setembro de 2011.
Foram analisadas 130 pessoas, sendo 29% do sexo masculino e 71% do sexo feminino. A idade variou de 15 a 65 anos, sendo a média de . As variáveis analisadas foram idade, sexo, glicemia capilar, diabético ou se alguém na família possui a doença. Foram excluídas as seguintes pessoas: idade inferior a 15 anos e superior a 65 anos.
O exame foi realizado por alunos do curso de biomedicina em um projeto de extensão do Ministério Público monitorados por seus professores, utilizando glicosímetro digital Biocheck TD-4225, tiras Biocheck (glucose test strip) TD-4225 e respectivas lancetas. As medidas foram realizadas na ponta do dedo indicador ou médio de cada pessoa.
Os dados foram coletados em uma ficha contendo questões para serem respondidas e analisadas pelo software Excel. As pessoas foram incluídas no estudo após assinatura do termo de consentimento livre esclarecido.
RESULTADOS
Foram avaliadas 130 pessoas com medida da glicemia na ponta do dedo. Os resultados são demonstrados nos seguintes gráficos:
CONCLUSÃO
Analisando os resultados deste estudo, pode-se avaliar as taxas de glicemia de forma esperada. Porém, os resultados foram considerados altos na maioria dos submetidos ao estudo. As pessoas do teste foram consideradas em estado de jejum. De acordo com a Associação Americana de Diabetes o valor de referência da glicemia normal é de 70 a 99 mg/dl em jejum. No sexo feminino, das 92 mulheres, 67% estavam com o valor de glicemia alterados, já no sexo masculino, dos 38 homens, 33% estavam alterados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Lebowitz HE. Goals of treatment. In: Lebowitz HE, editor. Therapy for diabetes mellitus and related disorders. 3rd ed. Alexandria: American Diabetes Association; 1998. p. 1-4.
2- Jacobson AM. Current concepts: the psychological care of patients with insulin-dependent diabetes mellitus. N Engl J Med 1996;334:1249-53.
3- Unger RH, Foster DW. Diabetes Mellitus. In: Williams Texbook of Endocrinology. 9th ed. WB Saunders, Philadelphia 1998;p.973.22
4- HiperDia. Disponível em <www.hiperdia.datasus.gov.br>
5- Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care. 2004; 27(5): 1047-53.
6- Milech, Adolpho; Golbert, Airton; Ramalho, Ana Claudia; et. al. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2006; p. 8.
7- Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian Cooperative Group on the study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care 1992;15:1509-16.
8- King H, Aubert RE, Herman WL. Global burden of diabetes, 1995-2025. Diabetes Care 1998; 21:1414-31.
9- Wild S, Roglic G, Green A. Global prevalence of diabetes. Diabetes Care 2004; 27:1047-53.