AVALIAÇÃO DO IMPACTO ANTRÓPICO NAS MARGENS E NO CORPO HÍDRICO NO PERÍMETRO URBANO DO RIO POTI EM TERESINA-PI

Por Lucas Alves Portela | 17/02/2020 | Engenharia

Resumo: A água é um recurso que sempre foi de fundamental importância para a existência e manutenção da vida humana no planeta. Seu uso está tão enraizado nas principais atividades humanas que seria impossível listar ou delimitar o uso de tal recurso. Contudo, a sociedade, principalmente a urbana, não tem utilizado este bem natural de forma sustentável, o que acaba por ocasionar problemas sérios de abastecimento e reduz a qualidade dos recursos hídricos, podendo até culminar na sua inutilização, ou na sua escassez. Partindo disso, o presente trabalho teve como objetivo analisar e apresentar resultados sobre a qualidade das águas do Rio Poti, localizado na cidade de Teresina – PI, utilizando o Índice de Qualidade de Água (IQA). Para tal determinação foram analisados os seguintes parâmetros: Potencial Hidrogeniônico (PH), Oxigênio Dissolvido (OD), Temperatura, Turbidez, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Nitrogênio Total (NTK), Fósforo Total (FT), Coliformes Termotolerantes (CT) e Sólidos Totais (ST). Ao todo foram analisados 4 pontos (P1, P2, P3 e P4) ao longo do Rio, dentro de seu perímetro urbano, de forma que pudesse causar uma imparcialidade nos dados obtidos. Com todas as amostras coletadas, e de posse dos resultados de cada parâmetro foi possível calcular o IQA, que varia normalmente de 0 (qualidade muito ruim) à 100 (qualidade excelente), e verificar a qualidade da água do Rio Poti, e avaliar os impactos da ação antrópica nas margens e nas águas do rio. 
Palavras-chave: água, escassez, IQA, qualidade da água. 
EVALUATION OF THE ANTHROPIC IMPACT ON THE WATER BODY IN THE URBAN PERIMETER OF RIO POTI IN TERESINA-PI 
 
Abstract: Water is a resource that has always been of fundamental importance for the existence and maintenance of human life on the planet. Its use is so rooted 
in major human activities that it would be impossible to list or delimit the use of such a resource. However, society, especially the metropolitan society, has not used this natural good in a sustainable way, which ends up causing serious problems of supply and reduces the quality of water resources, and may even culminate in its destruction or scarcity. From this, the present work aimed to analyze and present results about the water quality of the Poti River, located in the city of Teresina - PI, using the Water Quality Index (IQA). For this determination the following parameters were analyzed: Hydrogenionic Potential (PH), Dissolved Oxygen (OD), Temperature, Turbidity, Biochemical Oxygen Demand (BOD), Total Nitrogen (NTK), Total Phosphorus (FT), Thermotolerant Coliforms (CT) and Total Solids (ST). In all 4 points were analyzed (P1, P2, P3 and P4) along the river, within its urban perimeter, so that it could cause an impartiality in the obtained data. With all the samples collected, and having the results of each parameter, it was possible to calculate the WQI, which usually ranges from 0 (very poor quality) to 100 (excellent quality), and to check the water quality of the Poti River, and assess the impacts of anthropic action on the banks and Waters os the river. Keywords: water, scarcity, WQI, water quality. 
 
1.INTRODUÇÃO  
As Revoluções Industriais facilitaram sem dúvidas a atual condição de vida da população global, sendo no campo interpessoal, aproximando cidades e pessoas, no campo físico, com os avanços nos modais de deslocamento, ou no campo tecnológico, com o uso da automação nos diversos setores profissionais. Contudo, toda essa evolução até o status atual, repleto de tecnologias e de facilidades, trouxeram também vários malefícios como contaminação do ar, do solo, das águas, e até mesmo problemas de saúde como o desencadeamento de problemas respiratórios, doenças relacionadas ao mal uso de recursos hídricos e também provenientes da contaminação do solo, que hoje, é preocupante nas grandes cidades, principalmente, as que possuem complexos industriais. (PORTELA, 2020). 
Tanto os organismos como o ecossistema em seu todo têm o poder de se adaptar a pequenas alterações, restabelecendo o equilíbrio. No entanto, modificações bruscas ou violentas normalmente não são compensadas em prazos razoáveis, impondo quebra duradoura do equilíbrio, com reflexos danosos para a saúde dos organismos e de todo o ecossistema. (LOPES; ROSSO, 2013). 
Contudo, o que acontece no mundo hoje, é uma alteração brusca da cadeia biológica, que inclui não apenas as plantas e os animais, mas também a manutenção e o equilíbrios dos recursos naturais, estes que, são utilizados de forma irracional, e que não possuem o devido retorno ecológico, já que, as ações antrópicas tendem a aumentar e, isso ocorrendo, esses recursos tendem a findar, caso não haja uma consciência pessoal e coletiva dos hábitos que devem ser tomados para evitar essa catástrofe. (PORTELA, 2020). 
Pensando nisso, o presente trabalho teve como objetivo análise e a avaliação dos impactos antrópicos nas margens do Rio Poti, área que recebe o nome específico de Mata Ciliar, bem como averiguação da qualidade da água presente no rio, dentro do perímetro urbano da Cidade de Teresina-PI. 
 
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 – Rios Urbanos 
Os rios são considerados sistemas complexos, hierárquicos, que possuem três componentes principais interligados: o componente geológico e geomorfológico que constitui o modelo de base física, os componentes climáticos e hidrológicos, que são controladores abióticos fundamentais do sistema, através de regimes de vazão, qualidade da água e temperatura da água. (MAITRE; COLVIN, 2008). 
Garantir o acesso à água de qualidade a todos, é um dos principais desafios para os próximos gestores dos países. Culturalmente tratado como um bem infinito, a água é um dos recursos naturais que mais tem dado sinais de que não subsistirá por muito tempo às intervenções humanas no meio ambiente e às mudanças do clima. (BRITO, 2018). 
Essas intervenções são maiores quando o rio, durante seu curso natural, passa por um perímetro urbano, já que a cultura da população e a má eficiência de gestão pública na maioria das cidades, faz com que esse corpo hídrico se torne uma espécie de espaço de desova de resíduos sólidos e de efluentes líquidos da cidade, o que culmina num abaixamento abrupto da qualidade do rio, nesse perímetro, deixando-o praticamente sem vida e com águas inutilizáveis, caso não receba um tratamento apropriado. (PORTELA, 2020). 
Outro fator preocupante no tocante aos rios urbanos, é a questão da ocupação das margens dos corpos hídricos, bem como a destruição da mata ciliar, que é de fundamental importância para a manutenção da qualidade da água e da vida no ambiente fluvial. Há uma legislação específica nacional e, em alguns casos até estaduais, que regulamentam o uso e ocupação desse espaço nas margens, contudo, como outras legislações no Brasil, essa é mais uma que não é cumprida e nem fiscalizada de forma rígida. 
 
2.2 – Margens e Mata Ciliar 
Segundo a WWF BRASIL as Matas Ciliares são florestas, ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. O nome “mata ciliar” vem do fato de serem tão importantes para a proteção de rios e lagos como são os cílios para nossos olhos.  
Ela desempenha uma função ambiental na manutenção da qualidade da água, estabilidade dos solos, regularização dos ciclos hidrológicos e conservação da biodiversidade, além de colaborar também para a diminuição 
das temperaturas médias dos locais no qual o corpo hídrico passa. (PORTELA, 2020). 
Em relação à manutenção da qualidade da água, a mata reduz o assoreamento e a força das águas que chegam aos rios, lagos e represas, o que mantém sua qualidade ao impedir a entrada de poluentes para o meio aquático. Além disso, formam corredores que contribuem para a conservação da biodiversidade, fornecendo alimento e abrigo para a fauna, constituindo barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura e, durante seu crescimento, absorvem e fixam dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas. (GRUPO OPERSAN, 2015). 
 
Figura 01: Imagem mostrando o Rio Jaguari (SP) com suas margens e mata ciliar. 
 
Fonte: Site Corredor Ecológico, 2017. Contudo, mesmo possuindo tamanha importância para a manutenção da qualidade da água, e do ecossistema aquático e terrestre ao seu redor, as margens dos rios, bem como a sua mata ciliar, tem sido cada vez mais reduzidas em prol do desenvolvimento de cidades através de ações antrópicas cada vez mais constantes e fortes ao redor do curso de rios. 
Em Teresina, essa situação se agrava ainda mais, pois o rio Poti, que corta a cidade ao meio, foi ocupado de forma maciça o que acabou por deixar o rio, praticamente sem margens e totalmente sem mata ciliar condizente com os regimentos presentes na Legislação Brasileira sobre a preservação e manutenção dessas áreas. 
 
Figura 02: Imagem mostrando o Rio Poti e a ocupação do espaço às margens do rio. 
 
Fonte: Autor, 2019. 
 
O Código Florestal prevê faixas e parâmetros diferenciados para as distintas tipologias de Áreas de Preservação Permanentes, de acordo com a característica de cada área a ser protegida. [...] Para as nascentes (perenes ou intermitentes) a lei estabelece um raio mínimo de 50 metros no seu entorno independentemente da localização, seja no Estado do Amazonas ou em Santa Catarina, seja na pequena ou na grande propriedade, em área rural ou urbana. Tal faixa é o mínimo necessário para garantir a proteção e integridade do local onde nasce a água e para manter a sua quantidade e qualidade. As nascentes, ainda que intermitentes, são absolutamente essenciais para a garantia do sistema hídrico, e a manutenção de sua integridade mostra estreita relação com a proteção conferida pela cobertura vegetal nativa adjacente.  
 
Já o Código Florestal brasileiro, no seu Art. 2°, traz o seguinte texto: 
 
Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:  
 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)  1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)  2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)  3 - de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989). 
 
Para os pesquisadores da Unicamp Oscar Sarcinelli, João F. Marques e Ademar R. Romeiro, a invasão das áreas de preservação da vegetação ripária ou ciliar, junto aos corpos d’água potencializa os efeitos negativos da erosão sobre a hidrologia do córrego, ao mesmo tempo em que reduz sua capacidade de vazão, a qualidade e a quantidade de água disponível para consumo. 
2.3 – Qualidade das Águas de um Corpo Hídrico 
Considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução e da integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco à natureza e levando em consideração também que a Constituição Federal e a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, visam controlar o lançamento no meio ambiente de poluentes, proibindo o lançamento em níveis nocivos ou perigosos para os seres humanos e outras formas de vida, a Resolução CONAMA N° 357/2005 traz em seu artigo 14, a seguinte determinação: 
Art. 14. As águas doces observarão as seguintes condições e padrões: 
 I - Condições de qualidade de água:  
a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, comprovado pela realização de ensaio eco toxicológico padronizado ou outro método cientificamente reconhecido.  
b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;  
c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;  
d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; 
e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;  
f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;  
g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato primário deverão ser obedecidos os padrões de qualidade de balneabilidade, previstos na Resolução CONAMA no 274, de 2000. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliforme termotolerante de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;  
h) DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2;  
i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2;  
j) turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT);  
l) cor verdadeira: nível de cor natural do corpo de água em mg Pt/L; e m) pH: 6,0 a 9,0. 
 
2.3.1 – Parâmetros de Qualidade das Águas 
 
* Turbidez 
Segundo pesquisadores da UFRJ, a turbidez é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água, conferindo uma aparência turva à mesma. Essa medição é feita por um turbidímetro, que compara o espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra, com o de um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior é o espalhamento, maior será aa turbidez. 
Ela é baseada segundo o Efeito Tyndall e é causada por sólidos em suspensão na água, matéria orgânica e inorgânica finamente divididas, organismos microscópicos e algas. (PORTELA, 2020). 
Figura 03: Efeito Tyndall de espalhamento do feixe de luz.Quanto mais espalhado os raios de luz, mais turva estará a água. 
 
Fonte: Site Ortoblog, 2015. 
 
*Sólidos Totais 
 
Sólidos dissolvidos totais são o conjunto de todas as substâncias orgânicas e inorgânicas contidas num líquido sob formas moleculares, ionizadas ou micro-granulares. É um parâmetro de determinação da qualidade água pois avalia o peso total dos constituintes minerais presentes na água, por unidade de volume. (OLIVEIRA, 2012) 
 
As substâncias dissolvidas envolvem o carbonato, bicarbonato, cloreto, sulfato, fosfato, nitrato, cálcio, magnésio, sódio e íons orgânicos, entre outros íons necessários para a vida aquática. Contudo, quando presentes em elevadas concentrações, podem ser prejudiciais. (PORTELA, 2012). 
 
 
*Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) 
 
Segundo a empresa DELTA SANEAMENTO AMBIENTAL (2015) D.B.O. significa Demanda Bioquímica de Oxigênio, ou seja, é a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica. O valor da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), é usado para estimar a carga orgânica dos efluentes e dos recursos hídricos, com esse valor é possível identificar a necessidade de aeração (oxigenação) para degradar essa matéria orgânica nas ETE's (Estações de Tratamento de Esgoto). 
 
Demanda bioquímica de oxigênio é o parâmetro mais utilizado para a medida do consumo de oxigênio na água. Representa a quantidade de oxigênio do meio que é consumido pelos peixes e outros organismos aeróbicos e que gasta de oxidação de matéria orgânica presente na água. 
 
Oxigênio Dissolvido (OD) 
 
Segundo a EMBRAPA oxigênio dissolvido é a concentração de oxigênio (O2) contido na água, sendo essencial para todas as formas de vida aquática. Os sistemas aquáticos produzem e consomem o oxigênio, o qual é retirado da atmosfera na interface água - ar e também é obtido como resultado de atividades fotossintéticas de algas e plantas. A quantidade de oxigênio presente na água em condições normais, depende da temperatura, da quantidade de sais presentes e da pressão atmosférica. A solubilidade dos gases aumenta com a diminuição da temperatura e aumento da salinidade. Portanto, águas mais frias retém maior quantidade de oxigênio e águas salinas contêm menos oxigênio. A pressão relativa do ar e o grau de saturação do oxigênio, alteram com a altitude, sendo que o oxigênio contido na água diminui com o aumento da altitude devido ao decréscimo da pressão relativa. Por isso, equipamentos portáteis para medidas de OD em campo devem ser constantemente calibrados. As concentrações de OD normalmente são expressas em mg/L, podendo também serem registradas em porcentagem de saturação (quantidade de oxigênio contido em 1L de água relativo ao nível total de oxigênio que a água pode reter naquela temperatura). 
A determinação da concentração de OD é de importância fundamental na avaliação da qualidade das águas, uma vez que o oxigênio, está envolvido praticamente em todos os processos químicos e biológicos. A descarga em excesso de material orgânico na água pode resultar no esgotamento de oxigênio do sistema. Exposições prolongadas a concentrações abaixo de 5mg/L podem não matar alguns organismos presentes, mas aumenta a susceptibilidade ao estresse. Exposição abaixo de 2 mg/L podem levar à morte a maioria dos organismos. 
 
 
 
Temperatura 
 
Para os pesquisadores da UFRJ (2015), a temperatura da água é ditada pela radiação solar, salvo nos casos de despejos industriais, de termoelétricas e de usinas atômicas que ocorrem nas margens de lagos ou reservatórios. A temperatura exerce maior influência nas atividades biológicas e no crescimento. 
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a temperatura, o oxigênio dissolvido e o efeito da contaminação são fatores intimamente relacionados no ambiente aquático, já que com o aumento de temperatura há aumento da taxa metabólica dos organismos, acarretando maiores gasto energético, consumo de oxigênio e, consequentemente, maior sensibilidade aos efeitos dos poluentes.   
 
Coliformes Termotolerantes 
 
Segundo o Manual Prático de Análise da Água (2013) o grupo de coliformes termotolerantes, comumente chamados de coliformes fecais, é um subgrupo dos coliformes totais. Este grupo é restrito às bactérias capazes de fermentar a lactose a 44,5-45,5°C com produção de gás. A princípio, essa definição abrangia somente as enterobactérias de origem fecal (E. coli), porém hoje se sabe que esse grupo inclui membros de origem não fecal (cepas de Klebsiella pneumoniae, Pantoea agglomerans, Enterobacter cloacae e Citrobacter freundii).  Consequentemente, a presença de coliformes termotolerantes em alimentos não quer dizer necessariamente que exista contaminação de origem fecal. 
Já como um indicador da qualidade da água, as bactérias do grupo coliformes têm sido amplamente utilizadas para o monitoramento da potabilidade. Além disso, a análise de coliformes é mais viável economicamente, pois são mais fáceis de serem detectados com análises baratas do que patógenos específicos. 
 
Nitrogênio 
 
Segundo o Manual de Monitoramento das Águas em Rios e Reservatórios (2015) o nitrogênio está presente nos ambientes aquáticos sob várias formas, sendo as principais o nitrato (NO3 -), nitrito (NO2 -), amônia (NH3), íon amônio (NH4 +) entre outros. Dentre todas estas formas o nitrato, juntamente com o íon amônio, assume grande importância nos ecossistemas aquáticos, por serem as principais fontes de nitrogênio para os produtores primários. 
O nitrato ocorre geralmente em quantidades muito pequenas no ambiente; o nitrogênio sob a forma de amônia é transformado em nitrito e posteriormente em nitrato pelo processo de nitrificação. A presença de nitrogênio na forma de nitrato em um corpo d’água é indicador da poluição relacionada ao final do 
processo de nitrificação e pode caracterizar a presença de efluentes de esgotos sanitários nos corpos hídricos. 
 
Fósforo 
 
Tomando por base o Manual de Monitoramento das Águas em Rios e Reservatórios (2015) a importância do fósforo nos sistemas biológicos é notória, e deve-se à sua participação em processos fundamentais do metabolismo dos seres vivos (armazenamento de energia e estruturação da membrana celular). Na maioria dos corpos d’água o fósforo pode ser fator limitador da produtividade e, portanto, é apontado como o principal fator responsável pela eutrofização artificial dos ambientes aquáticos. O fósforo encontra-se na água na forma de fosfato, assim utiliza-se essa denominação para as diferentes formas de fósforo. 
O fosfato presente na água tem origem em fontes naturais (rochas das bacias de drenagem, material particulado presente na atmosfera e decomposição da matéria orgânica) e artificiais (esgotos domésticos e industriais e material particulado de origem industrial contido na atmosfera). 
Os dados obtidos de fósforo em conjunto com os de transparência da água são de grande importância para se determinar o estado trófico dos corpos de água. (PORTELA, 2020). 
 
Potencial Hidrogeniônico (pH) 
 
Para o Manual Prático de Análise de Água (2013) o termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma solução. Na água, esse fator é de excepcional importância, principalmente nos processos de tratamento. Na rotina dos laboratórios das estações de tratamento ele é medido e ajustado sempre que necessário para melhorar o processo de coagulação/floculação da água e também o controle da desinfecção. O valor do pH varia de 0 a 14. Abaixo de 7 a água é considerada ácida e acima de 7, alcalina. Água com pH 7 é neutra.  
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde recomenda que o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição. 
 
2.4 - Resíduos Sólidos 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) os define como “todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade”. O descarte desse resíduo não significa que ele não tem mais valor, mas sim que não é mais necessário para quem o descartou. Contudo, existem grandes chances desse resíduo ainda ser útil para outras pessoas, em sua forma original ou transformado. 
Cada tipo de resíduo tem suas particularidades e características, e são elas que devem ser levadas em consideração, no momento do descarte, acondicionamento, transporte e manuseio. Quando essas especificidades não são levadas em consideração, e toda a massa de resíduos é descartada de forma aleatória, problemas graves acontecem, como poluição do solo, contaminação de bacias hidrográficas, enchentes e alagamentos, pelo não escoamento da água da chuva, entre outros problemas. (PORTELA, 2020). 
Logo, baseado nisso, hoje, no Brasil e no Mundo é um desafio conter e elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que seja eficaz e que seja colocado em prática pela população e fiscalizada pelos órgãos públicos competentes.  
Uma discussão no Senado Brasileiro em junho de 2010, determinou o fim dos lixões para priorizar a saúde e o meio ambiente, além de definir que todos serão responsáveis pelo destino dado ao lixo - a responsabilidade compartilhada.  
Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão de investir para colocar no mercado artigos recicláveis e que gerem a menor quantidade possível de resíduos sólidos. Ele se aplica às embalagens e outros materiais recicláveis descartados, que deverão ser reaproveitados. Alguns setores ainda terão que implementar a chamada logística reversa. (REVISTA EM DISCUSSÃO, 2010). 
Figura 04: Imagens mostrando como funciona a coleta seletiva, um dos planos de ação direta no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. 
 
Fonte: Site Granbio, 2018. 
 
2.5 – Efluentes Líquidos e Poluição das Águas 
 
Efluentes líquidos são substâncias poluentes que lançadas na natureza sem o devido tratamento, causam sérios danos ao ecossistema dos rios, lagos, córregos e oceanos. Os efluentes líquidos são provenientes dos esgotos sanitários, das indústrias, dos lixões, das redes pluviais poluídas e da agricultura, resultado da atividade humana junto à natureza. (SIGNIFICADOS, 2017). 
O descarte direto de efluentes em corpos hídricos, é bastante comum, fato este que acaba por culminar no aumento dos níveis de matéria orgânica no leito dos rios, o que desencadeia uma série de problemas tanto para a própria sociedade quando para o ambiente aquático. (PORTELA, 2020). 
Figura 05: Esgotos sendo jogados diretamente no Rio Poti, em Teresina (PI). 
 
Fonte: Compilação feita pelo autor de uma imagem de O Dia e outra do autor. 
 
O lançamento de efluentes, principalmente de esgoto doméstico, diretamente nos rios sem tratamento adequado é uma das principais causas de eutroficação e tem sido responsável pela destruição da fauna e da flora de muitos rios que banham as grandes cidades. (LOPES; ROSSO, 2013). 
 
Figura 06: Imagem de uma lagoa em processo de Eutroficação. 
 
Fonte: Site Infoescola, 2020. 
 
A eutroficação é um processo que ocorre em ambientes aquáticos em função do aumento excessivo de nutrientes na água, especialmente fosfato e nitrato. A elevação na concentração desses nutrientes leva à proliferação exagerada de algas do fitoplâncton, pois esses nutrientes são importantes para elas. (LOPES; ROSSO, 2013). 
Contudo, mesmo com toda a problemática sendo mostrada e vivenciada no dia-a-dia, a gestão pública da maioria das cidades urbanas, nas quais passam corpos hídricos, ainda não possuem uma fiscalização adequada dos órgãos ambientais, que estão sucateados e incapazes, com os atuais recursos que recebem, de realizar suas devidas atividades. A Resolução CONAMA n° 357/2005 traz em seu texto o seguinte artigo: 
 
Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, a qualquer momento, mediante fundamentação técnica: I – Acrescentar outras condições e padrões para o lançamento de efluentes, ou torná-los mais restritivos, tendo em vista as condições do corpo receptor; ou II – Exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável para o tratamento dos efluentes, compatível com as condições do respectivo corpo receptor. 
  
 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
2.1 – Área Estudada 
A Cidade de Teresina, está localizada a 343 km do litoral brasileiro e é caracterizada por ser a única capital nordestina que não é banhada pelo Oceano Atlântico, fato este que deixa a população da cidade mais vulnerável e mais necessitada de recursos hídricos. 
Essa necessidade pode ser compensada pelo fato de a capital ser banhada e cortada por dois rios, o Poti e o Parnaíba, este último que é caracterizado por ser um rio de divisa, pois representa uma fronteira natural entre os estados do Piauí e Maranhão. 
Pelo fato das águas desses rios serem de extremo uso e importância para a população da cidade, verificou-se a necessidade de um estudo aprofundado sobre a qualidade da água do rio que corta a cidade, Rio Poti, e que é a principal vítima dos moradores da cidade, já que é ele quem recebe todos os efluentes líquidos da cidade, sem nenhum tipo de tratamento adequado prévio, e quando possui este tratamento, não recebe todas as etapas de tratamento para evitar acidentes ambientais. 
Abaixo, está representado o mapa da cidade e os rios que banham a Cidade de Teresina. 
 
Figura 07: Mapa de Teresina, obtido via processamento digital de imagens pelo programa Spring, representando um recorte nítido dos dois rios que banham a cidade. 
 
Fonte: Compilação feita por Lucas Portela, 2020. 
 
2.2 – Determinação dos pontos analisados 
O Rio Poti é um rio que possui cerca de 540 km de comprimento, se contado de sua nascente até sua foz no Rio Parnaíba, e banha cerca de 25 municípios piauienses e cearenses ao longo de toda sua extensão. 
Pelo fato da cidade de Teresina ser a mais populosa cidade que o Rio Poti banha, sentiu-se a necessidade de analisar e verificar a qualidade da água deste rio ao longo de sua passagem por dentro da capital piauiense, vendo assim, se é adequado o uso da água para atender as necessidades biológicas e humanas da população local. 
Para isso, foram demarcados quatro pontos, localizados nas principais pontes que cortam o rio e ligam uma parte da cidade à outra, com o objetivo de analisar essa água que faz parte do Rio, e que corta a cidade de Teresina, bem como o aspecto das margens do corpo hídrico. Os pontos demarcados podem ser observados na imagem abaixo: 
Figura 08: Demarcação dos pontos que tiveram suas águas coletadas para análise do IQA. 
 
Fonte: Compilação feita por Lucas Portela, 2020. Buscando um melhor entendimento, pode-se ainda explicitar os pontos demarcados através da tabela abaixo, o que facilita na exposição dos resultados obtidos. Os pontos foram demarcados com o auxílio do GPS Garmin MAP 76 Csx, o que permitiu um referenciamento global, no Sistema WGS 84 de posicionamento global. 
Tabela 01: Pontos demarcados para análise com suas respectivas localizações globais. PONTO LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO FÍSICA PONTO 01 S 05° 03’ 51,5” W 042° 48’ 22,3” PONTE DA PRIMAVERA PONTO 02 S 05° 04’ 12,1” W 042° 48’ 09,6” PONTE ESTAIADA MESTRE JOÃO ISIDORO FRANÇA PONTO 03 S 05° 04’ 57,6” W 042° 47’ 44,2” PONTE JUSCELINO KUBITSCHEK PONTO 04 S 05° 05’ 40,9” W 042° 46’ 51,1” PONTE WALL FERRAZ Fonte: Lucas Portela, 2020. 
 
2.3 – Coleta de Dados 
A coleta dos dados deu-se início no Ponto 4, onde foi possível observar a qualidade visual da água e já tirar conclusões antecipadas, que depois viriam a ser confirmadas com o processamento dos dados coletados. 
Durante a coleta, como um todo, foram feitas observações visuais, registros fotográficos sobre as margens do Rio, e a coleta das amostras de água que viria a dar a conclusão final deste trabalho, medindo a qualidade dos recursos hídricos do Rio Poti, no perímetro urbano da cidade de Teresina (PI). 
Para essa coleta, também foi levado um termômetro de precisão, com o objetivo de medir a temperatura das águas do Rio, nos referidos pontos. Essa medição foi de extrema importância para que se chegasse à avaliação do IQA, já que a temperatura é um dos parâmetros de grande peso para a determinação desse índice. 
 
2.4 – Índice de Qualidade da Água 
O Índice de Qualidade de Água é um índice que é dado pela média ponderada dos índices de diversas variáveis que integram o Índice. Esse cálculo é baseado e formulado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). 
Matematicamente, a fórmula que define e calcula o IQA é representada 
por: 
 
Onde: 
IQA = índice de Qualidade de Água, e é representado por um número que varia de 0 à 100. 
qi = qualidade do parâmetro, que também é representado por um número que varia de 0 à 100, e que é referendado conforme a curva média de variação de qualidade do parâmetro, em função de sua concentração ou medida. 
wi = peso estabelecido ao parâmetro medido conforme sua importância para a composição final do Índice de Qualidade da Água. 
Partindo disso, é totalmente relevante saber os pesos atribuídos a cada um dos parâmetros que envolve o cálculo do IQA, uma vez que tais pesos revelam a importância do parâmetro para a medição da qualidade do recurso hídrico. Os pesos (wi) utilizados para tal determinação foram pré-estabelecidos também pela CETESB, e podem ser resumidos na tabela a seguir: 
Tabela 02: Parâmetros de Qualidade da Água analisados para medir o IQA, e seus respectivos pesos. Parâmetro de Qualidade da Água Peso (w) Potencial Hidrogeniônico (PH) 0,12 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) 0,10 Fósforo Total (FT) 0,10 Temperatura (T) 0,10 Oxigênio Dissolvido (OD) 0,17 Nitrogênio Total (NTK) 0,10 Turbidez (TBZ) 0,08 Coliformes Termotolerantes (CT) 0,15 Sólidos Totais (ST) 0,08 Fonte: CETESB, 2008. 
Contudo, antes de calcular tais parâmetros com seus respectivos pesos, é preciso enquadrar os valores medidos mediante coleta e análise com as respectivas equações que baseiam cada faixa de valor, de acordo com o intervalo estabelecido pela CETESB. Para cada intervalo, em cada parâmetro, há uma equação de enquadramento, o que permite calcular o valor da variável, para o cálculo do IQA. 
Tabela 03: Equações de enquadramento dos parâmetros medidos após análise. Parâmetro Limite Mínimo Limite Máximo Equação (qi) 
 
 
 
Potencial Hidrogeniônico (PH) 
0 2,0 2 2,0 4,0 13,6 – 10,6 * Ph + 2,4364* Ph2 4,0 6,2 155,5 – 77,36* Ph + 10,2481* Ph2 6,2 7,0 -657,2 – 197,38* Ph + 12,9167* Ph2 7,0 8,0 -427,8 – 142,05* Ph + 9,695 * Ph2 8,0 8,5 216 – 16* Ph 8,5 9,0 1415823* EXP(-1,1507*Ph) 9,0 10,0 228 – 27* Ph 10,0 12,0 633 – 106,5 * Ph + 4,5* Ph2 12,0 14,0 3 
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) 
0 5,0 99,96* EXP(-0,1232728*DBO) 5,0 15,0 104,67 – 31,5463* LOG10(DBO) 15,0 30,0 4394,91* DBO-1,99809 30,0 1000,0 2 
 
Fósforo Total (FT) 
0 1,0 99* EXP(-0,91629*FT) 1,0 5,0 57,6 – 20,178*FT + 2,1326* FT2 5,0 10,0 19,8* EXP(-0,13544* FT) 10,0 10000,0 1 
 
Sólidos Totais (ST) 
0 150,0 79,75 + 0,166* ST – 0,001088* ST2 150,0 500,0 101,67 – 0,13917 * ST 500,0 1000,0 32 
 
Turbidez (TBZ) 
0 25,0 100,17 – 2,67*TBZ + 0,03775* TBZ2 25,0 100,0 84,76* EXP(-0,016206*TBZ) 100,0 1000,0 5 
Coliformes Termotolerantes (CT) 
0 1,0 100 – 33*LOG10(CT) 1,0 5,0 100 – 37,2*LOG10(CT) + 3,60743*LOG10(CT2) 5,0 30,0 1 Temperatura (T) - - 94 Nitrogênio Total (NTK) 0 200,0 100* EXP(-0,0994*NTK) 
 
 
 
 
Oxigênio Dissolvido (OD) 
0 50,0 3 + 0,34*PS + 0,008095*PS2 + 1,35252* 0,00001*PS3 50,0 85,0 3 + 1,166*PS + 0,058*PS2 – 3,803435*0,0001*PS3 85,0 100,0 3 + 3,7745*PS0,104889 100,0 140,0 3 + 2,9*PS – 0,02496*PS2 + 5,60919*0,00001*PS3  140,0 1000,0 3 + 47 Concentração de Saturação (CS) (14,62 – 0,3898*T + 0,006969*T2 – 0,00005896*T3)* (1 – 0,0000228675* ALTITUDE)5,169 Porcentagem de Saturação (PS) 100* OD/CS Fonte: CETESB, 2008. 
Logo, de posse dos valores corretos, conforme o fornecido pelas equações depois de calculadas dentro dos limites estabelecidos, e dos respectivos pesos dados pela CETESB, o Índice de Qualidade da Água é determinado, e encaixado dentro das seguintes escalas: 
Tabela 04: Classificação do IQA – Parâmetros CETESB Categoria da Água Parâmetro de Variação Ótima 80 < IQA ≤ 100 Boa 52 < IQA ≤ 80 Média 37 < IQA ≤ 52 Ruim 20 < IQA ≤ 37 Muito Ruim 0 < IQA ≤ 20 Fonte: CETESB, 2008. 
 
Uma outra forma de avaliar o Índice de Qualidade da Água, seria pela National Sanitation Foundation (NSF) que segue os mesmos parâmetros de avalição e cálculo para o IQA. A única diferença entre a avaliação CETESB e NSF, está no parâmetro Nitrogênio, pois a CETESB para seus cálculos entra com o número total de nitrogênio, enquanto a NSF entra apenas com a quantidade de nitratos presente na amostra coletada. Além disso,  as categorias e o parâmetro de variação também mudam, como se pode demonstrar na tabela a seguir: 
Tabela 04: Classificação do IQA – Parâmetros NSF Categoria da Água Parâmetro de Variação Excelente 90 < IQA ≤ 100 Boa 70 < IQA ≤ 90 Média 50 < IQA ≤ 70 Ruim 25 < IQA ≤ 50 Muito Ruim 0 < IQA ≤ 25 Fonte: NSF, 2008. 
 
 
 
2.5 – Análise da Mata Ciliar e das Margens Hídricas 
Para a análise da mata ciliar e das margens do corpo hídrico do Rio Poti no perímetro urbano da cidade de Teresina (PI), foram utilizados imagens via satélite e outros trabalhos feitos anteriormente, que serviram de apoio para fazer novas conclusões á respeito da temática abordada. 
Tomando como base o Art. 2° do Código Florestal Brasileiro, tem-se os limites básicos que toda ação antrópica deve obedecer, preservando o espaço nas imediações e margens de rios, lagos, represas e nascentes de água, para que esse patrimônio não seja degradado, contaminado ou destruído. 
Partindo dessa legislação, pode-se visualizar a aplicabilidade dessa lei na imagem seguinte, que servirá de parâmetro base para a análise das imagens coletadas em campo da realidade das margens do Rio Poti, bem como do 
processamento de algumas imagens utilizando softwares específicos como o Spring 2008, e Surfer 2000. 
 
Figura 09: Esquema de representação das Áreas de Preservação Permanente nas margens de Rios. 
 
Fonte: Site Grupo Opersan, 2015. 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
1.0 – Margens e Mata Ciliar do Rio Poti no Perímetro Urbano de Teresina  
Durante os estudos, visitas e análises, percebeu-se que as margens do Rio Poty, encontram-se bastante vulneráveis, pois há uma facilidade muito grande do acesso à população ao leito do Rio, e não há nenhum tipo de fiscalização ou de acompanhanmento que regulamente esse encontro, entre o corpo hídrico e a população da cidade. 
Essa facilidade de encontro, poderia ser algo beneficente tanto para a população quando para a natureza, pois permitiria um maior contato entre natureza e sociedade e poderia aproximar ambos, culminando assim, no que se chama atualmente de Desenvolvimento Sustentável. 
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. (WWF BRASIL, 2015). 
Contudo, a população mundial, e nela se inclui a brasileira e a teresinense, que pelo fato de o Brasil ser considerado um país rico em recursos hídricos, ainda não estão familiarizados com essa política disseminada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e, assim, sendo ainda não possuem uma conscientização adequada sobre a realidade do problema. 
O esgotamento dos recursos hídricos, esta intimamente ligado com o desmatamento e a precarização de sua mata ciliar e de suas margens, já que estas funcionam como uma barreira natural contra todo e qualquer tipo de contaminação ou poluição, sem falar no fato de que também , seriam elas, o habitat natural de vegetação e de alguns animais que desempenhariam um papel importante dentro do ciclo biológico daquele ecossistema. 
Abaixo pode-se perceber a atual situação da disposição daquilo que deveria ser sua Mata Ciliar, e, consequentemente, Áreas de Preservação Permanente, segundo a Legislação Federal Brasileira. 
Figura 10: Imagem mostrando a margem do Rio Poti (em amarelo) e a delimitação do espaço que deveria ser ocupado pela Mata Ciliar do Rio (em vermelho). 
 
Fonte: Compilação feita pelo autor, 2020. 
Essa delimitação da área que deveria ser ocupada pela Mata Ciliar (funcionando como uma barreira natural para as margens do rio), é determinada de acordo com os limites propostos pelo Código Florestal Brasileiro, e deveria ser obedecida e fiscalizada com rigor, uma vez que as consequências das infrações desses atos, pode acarretar prejuízos para toda uma parcela populacional. 
De acordo com a análise da Figura 10, pode-se notar que em vários pontos distintos, há construções de grande porte em áreas que deveriam ser compostas por vegetação nativa e habitada por fauna local.  
Ainda analisando a Figura 10, percebe-se que construções para propor o lazer à população, como o Parques ambientais, shoppings centers, e até áreas que hoje abrigam a sede dos poderes legislativos da cidade de Teresina, deveriam se tratar de áreas de preservação ao leito do Rio. Essa irresponsabilidade por parte dos gestores, faz com que consequências graves ocorram todos os anos, como alagamentos e transtornos para a população local. 
Figura 11: Alagamento da Avenida Marechal Castelo Branco, localizada na margem esquerda do Rio Poti. 
 
Fonte: Agecom, 2009. 
 
Esses alagamentos são causados, dentre outros fatores, pelo fato de o Rio, não possuir um espaço específico para seus momentos de cheia, que deveriam ser suas respectivas matas ciliares, contudo, com a sua retirada, a vazão de água aumenta em períodos de cheia, e cabe à água, naturalmente, buscar por locais para se comportar, que naturalmente tende a ocupar as áreas que deveriam ser suas. 
Somado a isso, há também a falta de conscientização pública, que sabendo de todo o caos gerado pela exposição das margens do Rio, ainda utiliza de forma imprudente esses locais, que são usados para fazer refeições, realizar rituais religiosos, e até para descarte de lixo urbano e doméstico. 
Durante as visitas aos locais demarcados, verificou-se a seguinte situação: 
Figura 12: Imagens mostrando dejetos e materiais sólidos jogados diretamente no Rio Poti, contribuindo para aumentar os péssimos índices de qualidade da água. 
 
Fonte: Compilação feita pelo autor a partir de imagens feitas em Teresina, 2019 
 
Além do fato da população colaborar em massa para o despejo e o descarte de resíduos sólidos como o da Figura 12, há ainda o descaso dos gestores da cidade, que quando realizam melhorias nas pontes que cortam o Rio, interligando a Zona Leste da Cidade ao Centro, não retiram materiais que são trocados ou que estão comprometidos. 
 
Esses resíduos de Construção Civil, também colaboram e amplificam os efeitos sobre o abaixamento da qualidade das águas do Rio, uma vez que, com o passar dos anos, há a ocorrência do processo de oxidação e decomposição desses materiais, o que acaba por liberar compostos e substâncias nocivas no corpo hídrico. 
 
Além da não retirada de materiais antigos, há ainda o mal condicionamentos de materiais utilizados para essa manutenção, ou construções, que fazem com que sedimentos corram para o leito dos rios, resultando na diminuição da sua profundidade e comprometendo assim, até a perenidade do Rio Poti, que por algumas vezes, teve partes expostas, durante o período de estiagem. 
 
Essa realidade pode ser observada na Figura 14, a seguir: 
 
Figura 14: Imagem mostrando resíduos de construção civil no leito do Rio Poti, bem como na sua margem. 
 
Fonte: Compilação feita pelo autor a partir de imagens feitas em Teresina, 2019 
 
2.0 – Qualidade das Águas do Rio Poti 
A água própria para consumo humano deve ser insípida, inodora e incolor. Insípida: o que não possui sabor, gosto. Incolor: o que não possui cor, a água deve ser límpida e transparente, a presença de cor ou turvação indica a possível presença de contaminantes na água. Inodora: o que não possui odor, cheiro, o que pode indicar a presença de gases ou outras substâncias dissolvidas. A água que chega na torneira pode apresentar um leve odor de cloro utilizado nas estações de tratamento. (FELTRE, 2007). 
Partindo dessa premissa de Feltre, na chegada ao leito do Rio, a realidade encontrada foi outra: um cheiro forte, e a coloração alterada das águas, o que viria a indicar de forma clara, uma diminuição da qualidade das águas do Rio, bem como a presença de contaminantes. 
Figura 15: Imagem mostrando a coloração alterada da água, bem como partículas em suspensão na mesma indicando contaminação. 
 
Fonte: Autor, 2019. 
Além da coloração e do cheiro alterados, havia ainda a presença abundante de aguapé. Conhecida cientificamente como Eichhornia crassipes, essa planta é conhecida como “praga-verde”, pois funciona como indicativo de rios ou lagos em processo de eutroficação, absorvendo essa matéria orgânica existente em abundância nas águas e limpando o rio. 
O problema é que quanto maior o nível de poluição, mais rapidamente acontece a proliferação dessas plantas na superfície do rio, que acabam criando um verdadeiro tapete verde sob a lâmina d’água, comprometendo a vita aquática, que fica sem realizar fotossíntese e sem grandes quantidades de oxigênio para a realização de trocas gasosas.  
 
Figura 16: Imagem mostrando a grande quantidade de aguapés sob a superfície do Rio Poti. 
 
Fonte: Autor, 2019. 
 
Essa proliferação em excesso se dá pelo fato do Rio Poti, receber uma grande quantidade de efluentes líquidos domésticos, que são despejados sem nenhum tipo de tratamento em suas águas. Esse fato aumenta exponencialmente a quantidade de matéria orgânica nas águas, o que acaba por culminar na proliferação anual desses aguapés na superfície do rio. 
Figura 17: Imagens mostrando esgotos sendo jogados diretamente no Rio Poti. 
 
Fonte: Compilação feita pelo autor de uma imagem de O Dia e outra do autor 
Tendo visto toda essa situação, partiu-se então para a coleta da água nos pontos determinados e indicados pela Tabela 01, com o objetivo de se calcular o Índice de Qualidade da Água do Rio Poti dentro do perímetro urbano da Cidade de Teresina (PI). 
Com as amostras coletadas, fez-se as análises químicas da água em laboratório específico na cidade de Fortaleza (CE), e os resultados foram enviados conforme os parâmetros adotados pela CETESB e indicados na Tabela 02, que ao final, permitiriam calcular o IQA. 
Tabela 05: Dados fornecidos pelo Laboratório mediante análise das amostras de água colhidas nos pontos demarcados. 
Parâmetros PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 Ph 7,54 7,50 7,52 7,66 Nitrogênio 0,30 0,20 0,20 0,60 DBO 3,0 3,0 3,0 3,0 Sólidos Totais 247,0 251,764 123,53 217,65 Coliformes Termotolerantes 1700,0 2200,0 5400,0 4300,0 Fósforo 0,54 0,01 0,01 0,1 Turbidez 1,18 1,25 3,34 11,5 OD 5,57 5,19 5,17 5,19 Temperatura 30 30 30 30 Fonte: Autor, 2020. Analisando os dados de forma imediata, pode-se concluir que a quantidade de amostra que mais possui Coliformes Termotolerantes é a amostra do Ponto 4, ou seja, amostra coletada na Ponte Juscelino Kubitscheck, que é a que possui maior exposição ao público, já que no local, pela margem esquerda, há um complexo turístico que fornece atrações noturnas ao público, presença de bares, e também há um mirante, que não possui devida fiscalização e faz com que a população acabe descartando resíduos nas margens, o que culmina na proliferação de bactérias termotolerantes. 
Dando seguimento à análise, outra constatação pode ser feita de forma imediata, que é o alto nível de Turbidez no Ponto 4, correspondente á amostra coletada na Ponte Wall Ferraz, que provavelmente, seja derivada de resíduos da construção de uma via rodoviária nas margens do Rio, que são mal acondicionados no local, além de não haver fiscalização contra possíveis casos de escorrimento de materiais sólidos ou pulverulentos para o leito do rio. 
Outro fator importante que merece destaque é a alta quantidade de Fósforo presente na amostra coletada no Ponto 1, que corresponde à Ponte da Primavera, que é o principal indicativo de eutroficação de ambientes aquáticos. É nesta ponte, onde há a maior quantidade de aguapés, o que corrobora com os dados emitidos pelo laboratório, já que os aguapés são tidos como indicadores naturais de locais em processo de eutroficação. 
Com essas análises feitas de forma prévia, passou-se para o cálculo do Índice de Qualidade das Águas das amostras coletadas. Para isso fez-se o uso 
do software Excel, na qual foi elaborado uma planilha com todas a formulação matemática envolvida no processo, e pode se chegar aos seguintes resultados: 
Tabela 06: Resultados do IQA para as águas coletadas nos pontos demarcados, com base nos parâmetros CETESB. ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA PONTOS DEMARCADOS IQA PONTO 1 59,956 PONTO 2 65,490 PONTO 3 63,074 PONTO 4 60,273 Fonte: Autor, 2020. As análises dos valores de IQA permitem chegar a seguinte classificação das águas nos determinados pontos: 
Tabela 07: Resultado da Avaliação das Águas nos pontos demarcados, segundo parâmetros CETESB. Ponto Demarcado IQA obtido Avaliação CETESB PONTO 1 59,956 MÉDIA PONTO 2 65,490 MÉDIA PONTO 3 63,074 MÉDIA PONTO 4 60,273 MÉDIA Fonte: Autor, 2020. Mediante os resultados da avaliação, pode se verificar que os resultados obtidos pela matemática que envolve o cálculo do IQA, condiz com a situação real do Rio, já que os resultados individuais de cada ponto coletado, há especificações que justificam a medida de IQA obtida. 
Se for analisar de forma individuais os resultados e classificações obtidos tem-se as seguintes conclusões: 
PONTO 01: Localizado na Ponte do Primavera, o ponto é o que possui a maior quantidade de aguapés como indicativo do fenômeno de eutrofização, assim como possui também a maior quantidade do parâmetro Fósforo. Isso levou o ponto a obter classificação MÉDIA, com uma quantificação de 59,956 de IQA. 
PONTO 02: Localizado na Ponte Estaiada Mestre João Isidoro França, a ponte é a que possui um índice mais mediano, com relação as demais: há presença de aguapés, contudo o nível de fósforo na água não foi tão elevado como no Ponto 01. Logo, mesmo possuindo uma classificação MÉDIA, obteve uma quantificação de 65,490. 
PONTO 03: Localizado na Ponte Juscelino Kubitscheck, a ponte é a que possui o maior índice de Coliformes Termotolerantes com relação as demais. Há presença de vários resíduos sólidos nas margens e também uma quantidade significativa de aguapés. Com uma classificação MÉDIA, obteve uma quantificação de 63,074. 
PONTO 04: Localizado na Ponte Wall Ferraz, foi a ponte com os maiores níveis de Turbidez e de Nitrogênio nas suas águas, significando o alto índice de 
partículas em suspensão bem como há presença de efluentes líquidos na água. Com uma classificação MÉDIA, obteve uma quantificação de 60,273. 
 
CONCLUSÃO  
Com base em todos os dados coletados e examinados, e também fazendo o uso da quantificação do IQA, é possível diagnosticar o Rio Poti, como um rio em estado de Eutrofização, já que os altos níveis de indicativos de poluição, diagnosticados pela análise da água, corroboram com os aspectos visuais que se teve dos locais analisados. 
Esse processo está ligado não só com o fato do Rio Poti receber efluentes líquidos sem nenhum tipo de tratamento ao longo do seu leito, mas está intrinsecamente relacionado com o fato do Rio não possuir o devido espaço para sua autoproteção, que seria sua Mata Ciliar, esta que foi suprimida por ações antrópicas e sem qualquer tipo de fiscalização ou demarcação dentro dos parâmetros ambientais. 
Esses fatores somados à falta conscientização da população e dos gestores, fazem com que o Rio tende a permanecer nesse estado de precarização até que seu leito não suporte mais tantas quantidades de poluentes e finde esse recurso.  
Há algum tempo o Rio vem dando sinais de sua saúde, já que há uma certa periodicidade tanto nos alagamentos, quando na proliferação excessiva dos aguapés, fato este, que já deveria ter sido resolvido ou minimizado, já que há uma constância nesses fatos. 
Contudo, a gestão pública Municipal e Estadual pouco faz para resolver a situação e quando adota alguma medida, são medidas de caráter provisório e imediata, sem qualquer tipo de preocupação ou de perenidade que possa evitar impactos no ano seguinte. 
Dessa forma, fica nítido que a problemática enfrentada pelo Rio Poti, não é somente o despejo de resíduos sólidos ou somente o despejo de efluentes líquidos em suas águas, mas um conjunto histórico que tem início desde a retirada de partes de sua Mata Ciliar, somado ainda à falta de preparo dos gestores públicos da Cidade e do Estado, que pouco fazem para revitalizar o Rio Poti. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1.0 – Bibliografia Física 
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Bertoldo Schäffer... [et al.]. – Brasília: MMA, 2011. 96 p. : il. color. ; 29 cm. + mapas. (Série Biodiversidade, 41) 
FAÇANHA, Antônio Cardoso. Evolução de Teresina: agentes, processos e formas espaciais da cidade. 1998. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Departamento de Geociência da UFPE, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1998. 
FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química: Química, Tecnologia e Sociedade. Volume único. São Paulo: Moderna, 2005 
LOPES, Sonia; Rosso, Sergio. Bio volume único. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
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2.0 - Bibliografia Eletrônica 
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