Autismo
Por Francisca Lúcia Carlota de Araujo | 11/05/2008 | EducaçãoAUTISMO
Francisca Lúcia Carlota de Araújo
Graduada em Pedagogia com Especialização em Psicopedagogia, atua como professora no Ensino Fundamental em uma Escola Pública do Município de Fortaleza, e funcionária da Universidade Federal do Ceará.
RESUMO
Este trabalho aborda assuntos relacionados com os aspectos clínicos do autismo infantil, enfatizando o quadro clínico, desde as primeiras mudanças de comportamento na mais tenra idade até a fase adulta. Apresento uma revisão dos principais diagnósticos diferenciais, bem como descreve as mais importantes modadalidades de tratamento utilizados atualmente; Apesar dos progressos alcançados em relação a uma melhor conceituação diagnóstica e indicação do tratamento farmacológico. Muitas questões continuam sem respostas. Os fatores etiológicos são desconhecidos e as teorias psicodinâmicas e parentais para explicar o autismo tem sido contestadas em inúmeros estudos. Atualmente é aceita a possibilidade de que múltiplas agressões ao sistema nervoso central podem levar a síndrome chamada autismo ( AU)
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO
2- CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS
3- O QUE É AUTISMO
4- CAUSAS DO AUTISMO
5- SINTOMAS DO AUTISMO
5.1 IDADE DE MANIFESTAÇÃO DOS SINTOMAS
5.2 EVOLUÇÃO
6- MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
7- DIAGNÓSTICO
7.1 COMPLICAÇÕES
7.2 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAL
8- TRATAMENTO
8.1 MEDICAMENTOS UTILIZADOS
9- DOENÇAS RELACONADAS AO AUTISMO
10. PROGNÓSTICOS
11- CASOS CLÍNICOS
12- CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-INTRODUÇÃO
Quando nos deparamos com uma criança que não brinca, não se relaciona com as outras, revelando inabilidade para se comunicar e exprimir suas emoções, que não se aventura na descoberta do mundo ao seu redor, preferindo isolar-se, temos mais suficientes para nos preocuparmos, ´pois pedemos estar perante um caso de autismo infantil
O autismo infantil é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta, geralmente, antes dos três anos de idade comprometendo todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação, interação social e a comportamento da criança.
È inerente ao ser humano a propensão para nos relacionarmos e nos comunicarmos com os outros e fazemos desde o dia nascemos. O bebê quando nasce vem equipado com um dispositivo inato que o impele para a interação com o outro. Desde que não apresente comprometimento neurológico ou congênito, este está apto desde que nasce a comunicar e interagir com a mãe. Por exemplo um bebê com fome comunica a mãe o desconforto através do choro. Ao alimentá-lo, o choro é silenciado porque o bebê sente-se confortado.Neste relacionamento de estimulo (choro)/ reposta (alimento). Aprendendo o mundo como algo agradável, com o qual vale a pena estar em contato.
Sempre que um bebê tem uma iniciativa ( choro- estímulo) e se este é compreendido e atendido pela mãe ( afeto- resposta), ele vai desenvolver novas iniciativas, cada vez mais elaboradas. Caso contrário, se não tiver uma resposta do exterior as suas iniciativas, o bebê deixa gradualmente de as ter. Assim, ao invés de lançar-se para a descoberta do mundo exterior, fecha-se no seu próprio mundo, comunicando e interagindo consigo mesmo.
A criança autista não toma iniciativa de abraçar, não pede colo, nem proteção quando se magoa, evitando a todo custo estabelecer o contato físico e visual e permanece indiferente aos abraços e carinhos das pessoas. Não demonstra preferência pelos seus progenitores em relação aos outros. Usualmente, demonstra sérios problemas na compreensão e utilização da mímica e da fala. Não responde ao sorriso social. Os jogos do faz de conta e de imitação social, quase não se fazem notar ou tomam configurações desapropiadas como: estereotipias ( expressão automática de sons e de palavras sem finalidade aparente), ecolalia ( repetição de palavras ou frases escutadas) estereotipias motoras ( balanceio do corpo) flapping ( movimento de bater asas que ocorre em estado de maior excitação).
Estes são apenas alguns comportamentos que se podem observar em crianças autistas. È importante estar atento aos sinais e sempre que existam suspeitas, não se deve hesitar levar a criança a consulta de psicologia clínica. O diagnóstico precoce e a eficácia de uma intervenção psicoterapêuta revelam-se de extrema importância na obtenção de resultados satisfatórios na recuperação e reorganização psicológica.
2- CARACRERÍSTICAS HISTÓRICAS
O termo autismo vem do grego ( autos) e denota o comportamento de voltar-se para si mesmo. Foi utilizado pela primeira vez em psiquiatria por Eugen Bleuler, psiquiatra austríaco que primeiro conceituou a esquizofrenia como doença mental diferente das demais demência, antes dele a esquizofrenia era chamada de Daementia Praecox ou demência precoce terminologia criada por Ernest Kraepelin que pressupunha em contimuum entre a demência – perda de lucidez, capacidade de julgamento e de escolha, características de idades mais avançadas e o fenômeno psicótico que geralmente acometia pessoas jovens.
Bleuler, identificando características peculiares na Demência Precoce que a destinguiam de outras demências, nomeou-a Esquizofrenia ( Schizo= dívida, henos= mente) ou divisão de mente, como é conhecido até hoje. Na época sugeriu quatro critérios principais para identificação desta afecção mental, que ficaram conhecidos como os quatro (A s ) de Bleuler.
1- Alucinações
2- Afeto incongruente
3- Ambivalência
4- Autismo
Assim o autismo, durante as primeiras décadas do século passado, referia-se em psiquiatria à tendência do indivíduo esquizofrênico em ensimesmar-se, alhear-se do mundo social, colocar-se em um mundo a parte, como hoje se fala comumente sobre os autistas.
Em 1943, Kanner estudou e descreveu a condição de 11 crianças consideradas especiais. Nessa época, o termo esquizofrênia infantil era considerada sinônimo de psicose infantil, mas as crianças observadas por Kanner tinham características especiais e diferentes das crianças esquizofrênicas. Elas exibiam uma incomum incapacidade de se relacionarem com as outras pessoas e com os objetos, concomitantemente, apresentavam desordens graves no desenvolvimento da linguagem. A maioria delas não falavam e, quando falavam era comum a ecolalia, inversão pronominal e concretismo.. O comportamento delas era salientados por atos repetitivos e estereotipados, não suportavam mudanças de ambiente e preferiam o contexto inanimado. O termo autismo se referia a características de isolamento e auto concentração dessas crianças, mas também sugeria alguma associação com esquizofrenia
No final da década de 70 Rutter descreveu o transtormo autista como sendo uma síndrome caracterizada de início e principalmente, pelas perturbações das relações afetivas com o meio. Dizia que o autista possuía uma incapacidade inata para estabelecer qualquer relação afetiva, bem como para responder aos estímulos do meio. Daí em diante, vários pesquisadores foram revelando uma distinção cada vez evidente entre o autismo e a esquizofrenia.
O próprio Kanner viria a reconhecer que o termo autismo não deveria se referir nestes casos, a um afastamento da realidade com predominância do mundo interior, como se dizia acontecer com a esquizofrenia. portanto, mesmo para ele não haveria no autismo infantil um fechamento do paciente sobre si mesmo, mas sim, um tipo particular e específico de contato do paciente com o mundo exterior.
Na década de 50 os autores norte-americanos, por mero pudor da palavra psicose, denominavam essas crianças como possuidoras de um desenvolvimento atípico ou excepcional. A partir da década de 60 definiram-se as psicoses infantis em dois tipos, as psicoses da primeira infância e as psicoses da segunda infância. Dentro as psicoses da primeira infância foi colocado o autismo infantil precoce. Portanto, foi entendido como um transtorno primário, diferente das outras formas de transtorno infantil secundários a lesões cerebrais ou retardamento mental.
Na Europa, notadamente na França, o conceito de esquizofrenia infantil foi substituído pelo o conceito de psicose infantil, bem onde se enquadra o autismo. Portanto, para os franceses, o autismo infantil ´r uma psicose.
3- O QUE É AUTISMO
Caracteriza-se por uma interiorização intensa - uma espécie de fechamento sobre sei mesmo e por um pensamento desligado do real. A incapacidade de se relacionar normalmente com pessoas e situações pode aparecer desde os primeiros tempos da vida e constitui o principal sintoma dessa perturbação que faz a criança viver num mundo todo particular.
Teorias interpessoais e orgânicas foram sugerias para explicar o autismo, mas nenhuma delas até agora plenamente aceita.
No momento do nascimento, a criança é de aparência normal, só aos 08 meses é que se observa a ausência dos movimentos antecipadores habituais.. Quando chamamos uma criança normal de 8 meses para vir ao colo, ela estende os braços e se adapta ao nosso corpo, o autista não estende os braços e nem se acomoda no colo.
Além do recuo nas relações interpessoais, as crianças autistas apresentam uma preocupação intensa com objetos materiais e diversas anormalidades de linguagem e de movimentos físicos. São freqüentes elas serem diagnosticadas erroneamente como casos de retardamento mental, surdo- mude, afasia e outros síndromes.
4-CAUSAS DO AUTISMO
A casa específica, ainda é desconhecida mais há várias suspeitas de que podem compreender alguns desses fatores:
1-Influencia Genética
2-Vírus
3-Toxinas e poluição
4-Desordens metabólicas
5- Intolerância imunológica
6- Infecções virais e grandes doses de antibióticos nos primeiros 3 anos
5- SINTOMAS COMUNS
Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos e repete continuamente certos atos rituais. A criança pode começar a falar depois de outras da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir por não poder ou não querer falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas e ela ( ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.
Conforme –ASA ( Autism Society of American). A maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança variando em intensidade de mais severo a mais brando.
Vejamos:
• Dificuldade de relacionamento;
• Riso inapropriado;
• Pouco ou nenhum contato visual
• Não quer tocado;
• Isolamento, modos arredios;
• Gira objetos;
• Cheira ou lambe os brinquedos, inapropriada fixação em objetos;
• Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade;
• Ausência de respostas aos métodos normais de ensino;
• Aparente insensibilidade a dor;
• Acessos de raiva- demonstra extrema aflição sem razão aparente;
• Procedimentos com poses bizarras ( fixar objetos ficando de cócoras, coloca-se de pé numa perna só, impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares;
• Ecolalia ( repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
• Insistência em repetição, resistência á mudança de rotina;
• Age como se estivesse surdo;
• Dificuldade de comunicação em expressar necessidades- usa gesticular e apontar no lugar de palavras;
• Não tem real noção de perigo;
• Irregular habilidade motora- pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos.
5.1 IDADE DE MANIFESTAÇÃO DOS SINTOMAS
Por definição, os sintomas do autismo se manifestam sempre antes dos trinta meses de idade. Entretanto, pode ser difícil determinar de forma retrospectiva o início dos sintomas, a não ser os que os que cuidaram da criança nos primeiros anos possam relatar a história e dar informações sobre o desenvolvimento da linguagem,sociabilidade ou de sua capacidade de brincar nessa fase.
Pais de folhos únicos podem não perceber o problema até o comparem a outras crianças. Muitas vezes datam o início a partir desta comparação.
5.2 EVOLUÇÃO
A doença é crônica, algumas crianças eventualmente podem levar uma vida independente com sinais mínimos. Apenas uma em seis acaba conseguindo um ajustamento adequado, realizando até algum tipo de trabalho regular a vida adulta. Também só uma entre seis crianças conseguem ter um funcionamento considerado razoável , e dois terços permanecem gravemente incapacitados, não conseguindo levar uma vida independente.
5- MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
Muitas vezes o início é normal, quando o bebê estabelece contato visual, agarra o dedo, olha na direção de onde vem uma voz e até sorri. Contudo, outras crianças apresentam desde cedo as manifestações do autismo. A mais troca de afeto é muito difícil como pó,r exemplo, o próprio olhar nos olhos que é uma das primeiras formas de estabelecimento de contato afetivo. Toda manifestação de afeto é ignorado, os abraços são simplesmente permitidos, mas não correspondido. Não há manifestações de desagrado quando os pais saem ou alegria quando voltam par casa. As crianças com autismo levam mais tempo para aprenderem o que os outros sentem ou pensam, como por exemplo, saber que a outra pessoa está satisfeita porque deu um sorriso ou pela sua expressão. Além da dificuldade de interação social, comportamentos agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes estranhos ou quando se sentem frustrados.
6- DISGNÓSTICO
Os pais são os primeiros a notar algo diferente nas crianças com autismo, o bebê desde o nascimento pode mostrar-se indiferente a estimulação por pessoas ou brinquedos, focando sua atenção prolongadamente por determinados itens. Por outro lado certas crianças começam com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para repentinamente transformar o comportamento em isolado. Contudo, podem se passar anos antes que a família perceba que há algo errado. Nessas ocasiões os parentes e amigos muitas vezes reforçam a idéia de que não há nada errado, dizendo que cada criança tem seu jeito de ser.
Infelizmente isso atrasa o início de uma educação especial, pois quanto antes se inicia o tratamento, melhor é o resultado. Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo. Assim o diagnóstico deve ser feito clinicamente, pela entrevista e histórico do paciente, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas neurológicos e retardo mental.
Uma vez feito o diagnóstico à criança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, este se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico. Apesar do diagnóstico do autismo não poder ser confirmado por exames as doenças que se assemelham ao autismo podem e assim se descartar outros possíveis diagnósticos.
Dentre vários critérios de diagnósticos, três não podem faltar: poucos ou limitadas manifestações sociais, habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos interesses e atividades repetitivas. Esses sintomas devem aparecer antes dos três anos de idade.
7.1 COMPLICAÇÕES
A maior complicação é o aparecimento de convulsões epiléticas secundárias e distúrbios físicos subjacentes. Cerca de 25% ou menos dos pacientes desenvolvem convulsões na adolescência ou quando adulto- jovens. A maioria das crianças com QI abaixo de 50 tem convulsões, porém poucas com inteligência normal manifestam este sintomas.
7.2 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico diferencial dos quadros autísticos inclui outros distúrbios evasivos do desenvolvimento, como a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett, transtornos desintegrativos e os quadros não especificados. Esses diagnósticos diferencial é uma das grandes dificuldades do clínico. Os quadros de síndrome de Asperger são reconhecidos antes dos 24 meses, apresentando também maior ocorrência no sexo masculino, inteligência próxima da normalidade, déficit na sociabilidade, interesses específicos e circunscritos com histórias familiar de problema similares e baixa associação com quadros convulsivos.
Por outro lado, os quadros de síndrome de Rett ocorrem preferencialmente no sexo feminino, sendo reconhecido entre 05 e 30 meses e apresentando déficit no desenvolvimento, com desaceleração do crescimento craniano, retardo intelectual e forte associação dos quadros convulsivos.
Os transtornos desintegrativos são observados antes dos 24 meses, com predomínio no sexo masculino, padrões de sociabilidades e comunicação pobre, freqüência de síndrome convulsiva associada e prognóstico pobre.
Os transtornos abrangentes não especificados tem idade de início variável na área da predomínio no sexo masculino, comprometimento variável na área da sociabilidade, bom padrão comunicacional e pequeno comprometimento cognitivo.
8- TRATAMENTO
O tratamento é complexo, centrando-se em uma abordagem medicamentosa destinada a redução de sintomas a como agitação, agressividade, e irritabilidade, que impedem o encaminhamento dos pacientes a programas de estimulação e educacionais. Considera-se assim o uso de reurolépticos como vinculado, eminentemente, a problemas comportamentais. Cabe lembrar que o tratamento se estende por longos períodos, exigindo dos profissionais envolvidos monitoração constante, para que tenham uma dimensão exata do problema.
8.1 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO
As principais drogas são:
• Os neurolépticos, utilizados para reduzir que, tem-se uma boa resposta e conseqüente melhoria do aprendizado, embora possa apresentar efeito colaterais como: sadação excessiva, reações diatônicas ( rigidez muscular), discinesia ( alteração do movimento muscular) e efeitos parkinsonianos ( tremor);
• As anfetaminas, utilizadas na tentativa de diminuir a hiperatividade e melhorar a atenção, mas tem como efeitos colaterais o aparecimento de excitação motora, irritabilidade e a diminuição do apetite;
• Os anti-opióides, utilizados no tratamento de dependência a drogas, tem sua ação principalmente em quadros de auto agressividade, provoca tranqüilizarão, diminuição da hiperatividade, da impulsividade, da repetição persistente dos atos, palavras ou frases sem sentido ( estereotipias) .
• A utilização de complexo vitamínicos como vitamina B6 associada ao aspartato de magnésio, bem como o uso de ácido fólico, embora descritos por diversos autores, apresenta aspectos e resultados conflitantes.
9.0 DOENÇAS RELACIONADAS AO AUTISMO
Podemos listar uma série de doenças das mais diferentes ordens envolvidas nos quadros autístico:
• Infecções pré-natais- rubéola congênita, sífilis congênita, toxoplasmose, citomegaloviroses;
• Hipóxia neo-natal( deficiência de oxigênio no cérebro durante o parto) ;
• Infecções pós – natais, herpes simples;
• Déficits sensoriais ( dificuldade visual ( degeneração da retina) oi diminuição da audição ( hipoacusia) intensa;
• Espasmos infantil- Síndrome de west;
• Doenças degenerativas – Doença de Tay - Sachs
• Doenças Gênicas – fenilcetonúria, esclerose tuberosa, neurofibromatose, Síndromes de Cornélia de Lange, Willians, Moebius, Mucopolissacaridoses, Zunich;
• Alterações cromossômicas- Síndrome de Down ou Síndrome X frágil ( a mais importante doenças genéticas associadas ao autismo );
• Intoxicações diversas.
10- PROGNÓSTICO
Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal- por exemplo, aquelas com QI abaixo de 50 em testes padrão- provavelmente irão precisar cuidados institucional em tempo integral quando adultos.
Crianças autistas na faixa de QI próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial. Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.
11- CASOS CLÍNICOS
Nome fictício
PAULO
Quando criança pequena era afetuoso e brincalhão. Aos seis meses senrava-se e engatinhava, aos 10 começou a andar e aos 13 meses já podia contar. Um dia aos 18 meses sua mãe o encontrou sentado na cozinha brincando com as panelas de forma estereotipada 9 repetindo sempre o mesmos movimentos e de forma tão concentrada que não respondeu as solicitações da mãe. Desse dia em diante a mãe se recorda que foi como se ele tivesse se transformando. Parou de relacionar-se com os outros. Freqüentemente corre ziguezagueando em volta da casa Tornou-se fixado por lâmpadas elétricas, corre em volta de casa apagando e acendendo as luzes e se alguém tenta interrompê-lo ele torna-se agitado batendo e mordendo quem estiver pela frente.
LAURA
Desde o dia que nasceu Laura apresentou comportamento anormal, parecia diferente das demãos crianças. Numa idade em que a maioria das crianças é curiosa e quer ver tudo, Laura mexia-se pouco no berço e não respondia aos ruídos dos brinquedos, Seu desenvolvimento não se deu na ordem esperada ficou de pé antes de engatinhar, e quando andava era na ponta dos pés. Aos dois anos e meio de idade ainda não falava apenas agarrava as coisa ou gritava pelo o que queria. Era capaz de focar sentada durante horas olhando para um de seus brinquedos. Durante uma sessão de avaliação passou todo o tempo puxando os tufos do agasalho da psicóloga.
12- CONCLUSÃO
O autismo infantil corresponde a um quadro de extrema complexidade que exige que abordagens multidisciplinares sejam, efetivadas visando-se não somente a questão educacional e da socialização, mas principalmente a questão médica e a tentativa de estabelecer etiologias e quadros clínicos bem definidos, passíveis de prognósticos precisos e abordagens terapêuticas eficazes. Com o maior grau das pesquisas clínicas, grande número subsíndrome ligadas ao complexo autismo devem ser identificadas nos próximos anos, de forma que os conhecimentos sobre a área aumentam de modo significativo em um futuro próximo.
Concomitantemente, o desenvolvimento de vias de pesquisa biológicas e cognitivas deve trazer futuras implicações não somente na questão diagnóstica mas principalmente, na questão terapêutica da síndrome.
A descrição de casos e o estudo das populações afetadas contribuem, de forma afetiva, para que pouco a pouco o autismo possa ser mais bem compreendido e analisado.
Somente a partir de uma visão médica, embasada em modelos científicos claros, é que poderemos contribuir para o estudo da questão, ao mesmo tempo que dispomos a pensar realisticamente o problema dessa população afetada.
COMPORTAMENTOS DO INDIVÍDUO COM AUTISMO (Segundo a ASA)
GIRA OBJETOS DE MANEIRA BIZARRA
ACENTUADA HIPERATIVIDADE FÍSICA
ÀS VEZES É AGRESIVO E DESTRUTIVO
MODOS E COMPORTAMENTO INDIFERENTE E ARREDIO
RESISTENTE AO CONTATO FÍSICO
RISOS E MOVIMENTOS NÃO APROPRIADOS
USA AS PESSOAS COMO FERRAMENTAS
NÃO DEMONSTRA MEDO DE PERIGOS
RESISTE AO APRENDIZADO
AGE COMO SE FOSSE SURDO
APEGO NÃO APROPIADO A OBJETOS
NÃO SE SOCIALIZA
RESISTE A MUDANÇAS DE ROTINA
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
JOSÉ, Elizabete da Assunção. COELHO, Maria Tereza. Problemas de Aprendizagem
Série Educação. 12 ed. São Paulo: Àtica, 2004.
GAUDERER, E Cristian. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento: Uma atualização para os que atuam na área; do especialista aos pais: Brasília –DF: CORDE, 1993.
www.psicosite.com.br- acesso em 18/04/2007
www.autismoinfantil.com.br- acesso 18/04/2007