Autismo
Por Janaína Prado | 18/10/2015 | SaúdeJanaína Prado
Autismo
São Paulo/SP
CAPITULO 1
1-AUTISMO: CONCEITUAÇÃO
Com base no livro de Pierre Ferrari (2012) o termo “autismo” vem do termo grego autós que significa “de si mesmo”.
Segundo Gauderer (1993) o autismo foi definido pelo “Board of Directors of the National Society for Autistic Children” como:
O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. (...)O autismo ocorre isoladamente ou em associação com outros distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro. É uma enfermidade encontrada em todo o mundo e em famílias de todas as configurações...(Gauderer, 1993, p.3)
O autor Ferrari (2012) cita os critérios psicanalíticos de F. Tustin para distinguir o autismo em três grandes tipos:
Autismo primário anormal: uma espécie de continuidade entre o corpo da criança e da mãe. Ele qualifica de “amebiana” essa forma de autismo.
Autismo secundário regressivo: seria uma regressiva com retraimento em uma vida fantasmática bastante ativa, centrada em sensações corporais.
Autismo secundário com carapaça: corresponde a uma supervalorização de suas diferenças, com a criação de uma autêntica barreira autística protetora, de uma carapaça destinada a impedir o acesso a um não eu vivido aterrorizante...(Ferrari, 2012, p. 66)
Michael Rutter citado por Gauderer (1993) em seu livro, define quatro pontos fundamentais para compreender o autismo. 1º Deficiência cognitiva: onde a maioria dos autistas tem o QI baixo e comprometimento da linguagem falada; 2º Desenvolvimento anormal: onde no autista ocorre um desenvolvimento não só atrasado, mas anormal. Há também comprometimento na linguagem, no uso da imaginação e gesticulações anômalas, além da dificuldade de relacionamento social; 3º Deficiência cognitiva de caráter primário: a deficiência cognitiva é básica e ocorrem praticamente em todas as crianças autistas e 4º Origens biológicas: o autismo esta associado a outras doenças como, por exemplo, a esclerose, assim outras doenças acarretam o retardo mental, também se tem dados que o autismo tem um componente genético.
Desde o nascimento é possível perceber alterações no comportamento do autista, segundo o autor Gauderer (1993):
- De zero a seis meses: o bebe custa a responder os estímulos, não mostra interesse a brinquedos, e seus primeiros balbucios podem não aparecer.
- De seis a doze meses: o bebe autista estará atrasado ou acelerado no seu desenvolvimento, não é afetuoso, não responde a estímulos como brincadeiras, ocorre falta de comunicação verbal, e ele pode se mostrar agitado, irritado e até em pânico com alguns sons ou situações.
- De dois a três anos: reações normais em uma criança de seis meses, como por exemplo, observar os movimentos dos dedos e das mãos passa a ser característica repetitiva no autista nesta fase, além da permanência dos comportamentos, nesta idade a criança autista mostra pouco ou nenhum interesse em brinquedos a não ser que seja para usa-los de maneira estranha, tem desinteresse pelo contato interpessoal;
- De quatro a cinco anos: o comportamento da fase anterior continua nesta, por outro lado a intensidade das manifestações diminui, ocorre ainda a ausência da fala ou uma ecolalia, ou seja, a criança repete.
- De seis anos á adolescência: nesta fase a criança perde a sua característica clássica de autista e se assemelha a uma criança deficiente mental, continua distante e indiferente emocionalmente, confunde a realidade, tem pouco autocontrole, é agitada ou hiperativa.
1.1-BREVE TRAJETÓRIA HISTÓRICA SOBRE O AUTISMO
Gauderer (1993) cita o pensamento de Lorna wing sobre o autismo, para ela uma das descrições mais interessantes e antiga é “O garoto selvagem de Aveyron”, um menino de 12 anos que foi educado com métodos inventados pelo médico Itard.
Segundo o autor Gauderer, em 1906, Plouller introduziu o adjetivo autista na literatura psiquiátrica, na época ele estudava pacientes com diagnostico de demência precoce.
De acordo com Pierre (2012), o psiquiatra Bleuler usou o termo autismo em 1911 para descrever pacientes com esquizofrenia.
Em 1943 o psiquiatra Leo Kanner usou o termo de Pouller para descrever um grupo de crianças gravemente lesadas. Em 1945 ele criou um substantivo e passou a falar em autismo primário aquele que ocorre desde o nascimento e secundário aquele que se manifesta após alguns anos. (Gauderer, 1993)
1.2-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
1.3-LEGISLAÇÃO QUE GARANTE INTEGRAÇÃO ESCOLAR DAS CRIANÇAS COM AUTISMO.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADIA, C. Aprendizagem e Autismo. In ROTTA NT; Ohlweiler L; RIESGO RS: Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre. Artmed, 2006.
FERRARI, PIERRE. Autismo infantil, O que é e como tratar. Paulinas, 2012.
GAUDERER, CHRISTIAN E. Autismo. Atheneu, 1993.