AUTISMO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE SAÚDE
Por Luis Felipe Isaias de Aguiar | 21/02/2019 | Saúde¹ Acadêmico do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Luciano Feijão, e-mail: felipeaguiar_j15@hotmail.com
AUTISMO: RELATO DE EXPERIENCIA NA ÁREA DE SAÚDE Luis Felipe Isaías de Aguiar O Autismo é caracterizado pela medicina como uma deficiência que causa prejuízos precoces na socialização e na comunicação, com comportamentos e interesses restritos e estereotipados, com causa genética que deve ser investigado para tratar e avaliar a possibilidade do potencial educativo. Tratamos aqui, a partir da psicanálise, o autismo como uma manifestação subjetiva. OBJETIVOS: Propomos-nos neste trabalho a relatar e refletir sobre a experiência de ouvir crianças autistas durante o estágio supervisionado em saúde refletindo e discutindo sobre a experiência do brincar no tratamento. METODOLOGIA: Consiste em um relato de experiência a partir da vivência de estágio supervisionado em Psicologia da Saúde no Centro de Reabilitação – CR. Vale ressaltar que a experiência foi vivenciada no período vespertino, por meio de diário de campo e supervisões individuais durante os meses de agosto de 2016 a março de 2017. Destacamos o uso do diário de campo e dos trabalhos de autores, que desenvolveram estudos sobre o autismo. RESULTADOS: O CR oferece ao paciente assistência multiprofissional visando identificar junto aos familiares e/ou cuidadores as principais queixas e dificuldades no cuidar destes, visando promover orientações necessárias ao processo terapêutico (ações e condutas), assim como adaptações do espaço físico, buscando facilitar o cuidado ao indivíduo em domicílio e no âmbito social. Existe grupo de criança que propõe trabalhar a socialização e interação. As maiores dificuldades enfrentadas pelas crianças autistas se referem à socialização e suas maiores necessidades são o respeito, a aceitação e a inclusão social. Percebemos que a princípio as crianças ao chegarem no serviço apresentam bastante agressividade, agitação psicomotora, comportamentos autolesivos, comportamentos repetitivos e resistência a mudanças de rotina. Quando a elas é dado um lugar como sujeito, pela via do brincar, notamos que o grupo funciona como refugio para esses sujeitos que ao sentirem-se pertencentes ao grupo se manifestam de forma mais harmônica. O brincar é uma ferramenta indispensável na vida da criança, pois através deste puderam aprender e se desenvolver. O fantasma da criança é resultado das suas vivencias com os adultos. Ela ocupa, geralmente, o lugar do objeto, sendo colocada para o desejo dos adultos. ¹ Acadêmico do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Luciano Feijão, e-mail: felipeaguiar_j15@hotmail.com Através dos jogos e brincadeiras infantis, a criança pode simbolizar seus desamparos. Todavia, os brinquedos e jogos tornam-se processos simbólicos, com sentidos e significações específicas para cada criança. Ressaltamos que o brincar é para criança o meio que ela consegue expressar-se livremente, pois esse mundo corresponde à sua linguagem e também fazem relação ao domínio do esquema corporal conseguido através deste brinquedo, ou seja, com o domínio do seu corpo essas crianças passam a ter uma melhor interação no ambiente em que vivem. Destaca-se que esse espaço ofertado possibilita a vinculação estabelecida entre as crianças e a equipe, propiciando uma situação enriquecedora para ambas as partes, dando lugar para além da adaptação e normatização dos ideais terapêuticos e educativos no grupo, ou seja, há uma abertura para a surpresa. CONCLUSÃO: O estágio curricular pôde apresentar como o brincar atende as necessidades terapêuticas das crianças autistas a partir do grupo, para que elas possam ser do jeito que elas quiserem, sendo sujeito de enunciação. Reitera-se a importância da relação existente entre o brincar e crianças autistas ressaltando a necessidade de estudos com esse objetivo, a fim de investigar mais profundamente esta relação, possibilitando um maior conhecimento sobre essa atividade essencial para o desenvolvimento e seus impactos em vários aspectos das vidas dessas crianças, esperase que os acadêmicos, profissionais de saúde da área possam direcionar pesquisas direcionadas a esta temática durante sua formação profissional. Palavras-chave: Autista, grupo, brincar. Referencias Bibliográficas Revista Marraio, Formações Clínicas do Campo Lacaniano/7letras, n.19/20. Rio de Janeiro, 2011. LACAN, J. O seminário Livro 11: os quatro conceitos fundamentais de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.