Autismo Infantil e o estresse familiar: universo particular

RESUMO

O presente estudo discute a temática do espectro autista, caracterizado por um transtorno invasivo do desenvolvimento, que tem como objetivo verificar a vivencia da criança autista em seu mundo singular e o estresse familiar acerca desta síndrome, usando da metodologia exploratório-descritiva, cuja pesquisa adotada é o método qualitativo. Os resultados encontrados foram baseados na descoberta de Kanner sobre este transtorno, na qual verificamos por pesquisas, as dificuldades vividas pela criança e seus cuidadores, desde o diagnóstico até a vivência familiar.

Palavras-chaves: 1.Transtorno invasivo. 2. Mundo singular. 3. Stresses familiar.

 INTRODUÇÃO  

Quando ouvimos falar sobre o transtorno autístico, logo vem-nos em mente uma criança deficiente, que tem dificuldade de socializar-se e que apresenta sinais de atraso em seu desenvolvimento e dificilmente, manifesta seus sentimentos ou afetividade. Esta visão é, possivelmente, consequência de informações vagas que a população tem acerca do assunto, pois é importante frisar que este transtorno não significa que o individuo atingido por ele, seja incapaz de desempenhar seu papel social.

O termo "autismo" é oriundo da palavra grega "autos" que significa  "próprio" ou "de si mesmo", que foi introduzido por Eugen Bleuler em 1906, para designar a perda do contato com a realidade, que implicaria uma impossibilidade ou uma grande dificuldade para se comunicar com os demais. Porém, o conceito autismo foi desenvolvido por Kanner, 1943 (apud Medeiros, 2012 p. 36.)

Ele define o autismo como incapacidade para estabelecer relações normais com pessoas e reagir a situações. São crianças autossuficientes, como numa concha, agindo como se ninguém estivesse presente, dando a impressão de uma sabedoria silenciosa. O contanto físico é vivido com angústia, como uma ameaça de romper a sua solidão. Kanner ainda lembra do desejo de imutabilidade (nada deve mudar ou se mover) e da severa patologia da linguagem.

Somente em 1980 o autismo foi reconhecido como uma patologia, sendo registrado em 1981 no DSM-III-R, como transtorno global do desenvolvimento.

O transtorno espectro autista é caracterizado como um distúrbio invasivo do desenvolvimento da personalidade, sendo marcada por uma falta de interação social. Visto isso, o presente estudo visa relatar o autismo infantil em seu mundo particular e o estresse familiar acerca do transtorno.

A pesquisa visa compreender, de forma clara, como o autismo afeta não só a criança, mas também os que estão em sua volta. Estudar esse transtorno é relevante, pois trará conhecimento não só àqueles acometidos pela doença, mas poderá contribuir no processo da busca de romper a visão estigmada que nossa sociedade ainda tem acerca deste mundo singular, na tentativa de propiciar ferramentas de igualdade aos portadores deste transtorno.

Desse modo, colocamo-nos como desafio averiguar a vivência dessas crianças que são portadoras do transtorno autista em seu âmbito familiar e a conscientização de seus pais, familiares e cuidadores. A problemática principal dessa pesquisa consiste, em compreender como este transtorno afeta as relações e o cotidiano dessas crianças, assim como, seus familiares.

O procedimento metodológico utilizado para responder a questão problema,se desenvolveu mediante a investigação teórica acerca do assunto, através de pesquisa bibliográfica, sendo esta desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Nessa perspectiva damos maior ênfase aos estudos realizados ou desenvolvidos por Leo Kanner.

Além da abordagem cognitiva comportamental e do procedimento, neste trabalhooptamos pela metodologia qualitativa de caráter exploratório-descritivo, a qual segundo Lakatos e Marconi (2010, p. 269), "preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos do significado do objeto de pesquisa, descrevendo a complexidade do comportamento humano, fornecendo análise mais detalhada sobre as investigações".