ATUAÇÃO DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS...

Por ANA PAULA DA COSTA FREITAS | 14/03/2017 | Educação

ATUAÇÃO DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM OPOSIÇÃO A EVASÃO ESCOLAR.

*Ana Paula da Costa Freitas [1]

 

 

 

RESUMO:

Este artigo tem por objetivo discutir sobre a importância da atuação do educador em oposição a evasão escolar na educação de jovens e adultos, que está entre os problemas do nosso sistema educacional mais discutidos, tendo como princípio a relação professor-aluno, e uma análise de autores sobre a temática em estudo como forma de reflexão dessa problemática. A metodologia empregada nesse estudo foi a partir de referências bibliográficas e aplicação de questionários direcionados ao professores sobre a temática abordada.

PALAVRAS CHAVES: Evasão. EJA. Educação

 

INTRODUÇÃO

            O presente estudo tem como enfoque principal enfatizar sobre a evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no município de Codó. Ao percebemos a importância do conhecimento na vida do sujeito como forma de libertação. Libertação esta em que o mesmo torna-se capaz de tomar suas próprias decisões. O problema estudado refere-se: De que forma o educador pode dinamizar o ensino de (EJA), na expectativa que seus alunos vejam sentidos e significados na aprendizagem?

            O interesse pelo tema em questão surgiu a partir do contato com a disciplina Educação para as relações étnico-racial que aborda também essa temática. Por isso, ao longo desse estudo, pretende-se conhecer e analisar os métodos e práticas educativas aplicadas pelos professores que atuam na EJA considerando a educação para as relações étnicos-raciais.

 

 

 

Deste modo, decidimos investigar a educação de jovens e adultos dentro do contexto educacional já que os mesmos por algumas décadas foram excluídos do sistema educacional e da própria sociedade. 

A educação de jovens e adultos (EJA) ainda hoje causa discussões dentro do sistema educacional e perante a sociedade. Segundo Freire, os termos Educação de Adultos e Educação não-formal referem-se à mesma área disciplinar, teórica e prática da educação, porém com finalidades distintas.  De acordo com o autor percebemos que esses termos têm sido popularizado principalmente por coordenações internacionais - UNESCO - fazendo referência a uma área especializada da Educação. Deste modo, existe uma variedade de paradigmas dentro da Educação de Adultos. Mas, o nosso trabalho  tem como objetivo geral: analisar as concepções, avanços e desafios enfrentados pela Educação de Jovens e Adultos no Brasil, discutindo sobre a importância da atuação do educador em oposição a evasão escolar na educação de jovens e adultos e como objetivos específicos: Compreender o processo histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil,Destacar as concepções teóricas de Paulo Freire na EJA e Investigar a prática pedagógica de docentes na educação de jovens e adultos.

As metodologias empregadas nesse estudo foi a partir de referências bibliográficas, resumos de questionários direcionados aos professores sobre a temática abordada. Portanto, a relevância desse estudo contribuirá para um repensar do educador que atua nas classes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), fazendo-o refletir sobre sua prática pedagógica, para que auxilie na formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. 

 

  1. Processo histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil.

Para compreender a historicidade da Educação de Jovens e Adultos dentro do contexto histórico educacional brasileiro, torna-se indispensável, analisarmos que o procedimento de composição dessa Modalidade de Ensino decorreu por momentos de avanços e retrocessos por várias décadas, aonde a mesma vem se retratando desde no Brasil Colônia, com a chegada dos jesuítas no Brasil, com o objetivo de viabilizar a aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo com a população indígenas adultos e, posteriormente, seria a vez da população  negra,ou seja, os  escravizados com a intenção de vincular valores morais a esses povos.

A partir da década de 30, passamos a consolidar um sistema público de educação elementar no país. Enfatizamos que nessa década o país passa por grandes modificações, no qual estava associada ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. Nessa década percebemos que, as escolas noturnas eram a única forma de educação  de  adultos  exercida  no país. CUNHA (1999) nos afirma que:

Com o desenvolvimento industrial, no início do século XX, inicia-se um processo lento, mas crescente, de valorização da educação de adultos. Entretanto, essa apreensão ocasionava pontos de vista distintos em relação à educação de adultos, quais sejam: a valorização do domínio da língua falada e escrita, visando o domínio das técnicas de produção; a aquisição da leitura e da escrita como instrumento da ascensão social; a alfabetização de adultos vista como meio de progresso do país; a valorização da alfabetização de adultos para ampliação da base de votos.

A partir de 1940, começamos a detectar elevados números de analfabetismo no país, no qual ocasionou a resolução do governo com propósito desenvolver um fundo reservado à alfabetização da população adulta analfabeta. Nesta mesma década com o final da ditadura de Vargas, originou-se um movimento de fortalecimento dos inícios democráticos no país. Enfatizando com a criação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), ocorreu, então, por parte desta, a solicitação aos países integrantes (e entre eles, o Brasil) de se educar os adultos analfabetos. Sendo assim, o governo lançou a 1ª Campanha de Educação de Adultos, no qual propôs que a educação dos mesmos ocorresse da seguinte forma: A alfabetização dos adultos analfabetos do país em três meses, oferecimento de um curso primário em duas etapas de sete meses, a capacitação profissional e o desenvolvimento comunitário. Vale ressalvar, nesse tempo, o analfabetismo era visto como causa (e não como efeito) do insignificante desenvolvimento brasileiro. Sendo assim, CUNHA fortalece esta afirmação que o adulto analfabeto era identificado como elemento incapaz e marginal psicológica e socialmente, submetido à menoridade econômica, política e jurídica, não podendo, então, votar ou ser votado (CUNHA, 1999).

De acordo com o autor percebemos a insignificância da população que não era letrada dentro do contexto social, e só a partir das décadas de 1950-1960 que se notou um progresso expressivo no que diz respeito à organização e a concepção da educação de jovens e adultos no país. Sendo que um novo referencial teórico e metodológico foi viabilizado a partir do desempenho de Paulo Freire e de suas ideias em movimentos, a saber: o Movimento de Educação de Base (MEB), Movimentos da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CENBB), Cultura Popular, entre outros.

Na década 1970, a ideia e a proposta de Freire foram abolidas. Surgindo assim o Mobral, em que a campanha realizada a partir do ideário autoritário foi o movimento brasileiro de alfabetização. Segundo Silva e Urbanetz (2010), a metodologia proposto pelo Mobral “apresentava poucas semelhanças com a metodologia desenvolvida nos movimentos de educação popular na medida em que todo o conteúdo crítico e problematizador das propostas anteriores foram esvaziados”. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71, em seu capitulo IV da LDB artigo 25, implantaram o Ensino Supletivo, sendo dedicado um capítulo específico para a EJA.

O ensino supletivo abrangerá conforme as necessidades a atender, desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em lei especifica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização de conhecimento. (LDB, 1971).

 De acordo com essa Lei no qual limitou-se  o dever do Estado à faixa etária dos 7 aos 14 anos, mas reconheceu a educação de adultos como um direito de cidadania, o que pode ser estimado um avanço para a área da EJA no país.

Na década de 1980, o Mobral foi abolido e suprido pela fundação educar, que tinha em vista solicitar programas dedicados àqueles que não contiveram acesso à escola ou dela foram recusados.  Era vinculado ao Ministério da Educação MEC e atuava na supervisão e apoio financeiro dos programas de EJA vinculadas às prefeituras municipais ou às associações da sociedade civil.

Na década de 1990, com o governo Collor, a Fundação Educar foi extinta. E, o desafio da EJA passou a ser o estabelecimento de uma política e de metodologias criativas, com a universalização do ensino fundamental de qualidade. Em nível internacional, ocorreu uma crescente consideração do valor da EJA para o fortalecimento da cidadania e do desenvolvimento cultural da população, esses desenvolvimentos ocorreram devido às conferências organizadas pela UNESCO, criada pela Organização das Nações Unidas ONU e responsabilizada por aprimorar a educação nos países em desenvolvimento.

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9334/96 nomeou, em seu Artigo 2o,3º e 4º a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, a garantia de padrão de qualidade, a valorização da experiência extra escolar e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. De acordo com a referida Lei LDB e seus artigos, para que a educação de jovens e adultos seja as escolas devem oferecer condições para que os educandos dessa modalidade se sintam de fato inclusos dentro do contexto educacional. Enfatizando a atuação do educador torna-se de suma importância dentro desse processo onde Souza nos diz que:

 Para uma prática docente comprometida e que atenda às demandas de aprendizagem de educação de jovens e adultos é necessário ao professor reconhecer as particularidades e especificidades da prática para se posicionar criticamente diante dessa demanda por educação. Sobre as concepções de ensino que regeram e ainda rege a EJA, Souza (2011, p.113).

Nas décadas de 1999 a 2000, os Fóruns passam a marcar presença nas audiências do Conselho Nacional de Educação para discutir as Diretrizes Curriculares para a EJA. Vale ressaltar que alguns estados, passaram a participar da preparação das diretrizes estaduais e em alguns municípios, participou da regulamentação municipal da EJA. Além disso, a Secretaria da Erradicação do Analfabetismo instituiu uma Comissão Nacional de Alfabetização e solicitaram aos Fóruns uma representação. Os Fóruns, portanto, têm sido interlocutores da EJA no cenário nacional, contribuindo para a discussão e o aprofundamento do que seja a EJA no Brasil (SOARES, 2004). A Modalidade EJA nesta década foi incluída no orçamento do Projeto Alvorada que subsidiou financeiramente o Programa recomeço (EJA).Posteriormente o subsídio financeiro ficou inserido no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB.

2.1 Concepções teóricas de Paulo Freire na EJA.

A Educação de Jovens Adultos deve ser sempre uma educação multicultural, uma educação que desenvolva o conhecimento e a integração na diversidade de cultura, como afirma Gadotti.

Uma educação para compreensão mútua, contra a exclusão por motivo de raça, sexo, cultura ou outras formas de discriminação e, para isso, o educador deve conhecer bem o próprio meio do educando, pois somente conhecendo a realidade desses jovens e adultos é que haverá uma educação de qualidade. Gadotti (1979).

 

Sendo assim, fica cada vez mais fácil aplicar as concepções teóricas de Paulo Freire onde o mesmo diz que termos de partir da realidade dos educando para podemos possibilitar a autonomia, despertando certas qualidades em aceitar e respeitar as diferenças. Considerando a própria realidade dos alunos, o educador conseguirá promover a motivação necessária à aprendizagem, despertando neles interesses e entusiasmos, abrindo lhes um maior campo para o atingimento do conhecimento. O Jovem e o Adulto querem ver a aplicação imediata do que estão aprendendo e, ao mesmo tempo, precisam ser estimulados para resgatarem a sua alta estima, pois sua “ignorância lhe trará ansiedade, angústia e complexo de inferioridade”. Vale lembrar que diante das situações do dia adia o educador pode criar meios com seus educandos para se ter uma aula prazerosa, aproveitado experiências vividas, levando assim a discussão das atividades concretas. Por isso, a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, somente ajustando pelo educador. Esta é a razão pela qual procuramos um método que fosse capaz de fazer instrumento também do educando e não só do educador e que identificasse como claramente observou um jovem sociólogo brasileiro (Celso Beisiegel), o conteúdo da aprendizagem com o processo de aprendizagem.

Por essa razão, não acreditamos nas cartilhas que pretendem fazer uma montagem de sinalização gráfica como uma doação e que reduzem o analfabeto mais à condição de objeto de alfabetização do que de sujeito da mesma (FREIRE, 1979, P. 72).

Diante desse saber de que não podemos duvidar um momento sequer na prática educativa-crítica, pois a educação se faz através da investigação  e não da mera reprodução e nem da codificação.  A história de vida dos alfabetizandos, a sua “leitura de mundo” é riquíssima. Conhecer a historia de cada um, conversar sobre anseios, problemas, lembranças, vivencia e descobrindo o que move cada um. Durante as primeiras conversas, o professor descobre as fragilidades, as expectativas, anseios, qualidades, competências e habilidades dos alunos. Sendo que o papel do professor é então, investigar o que os alunos fazem e o que pretendem fazer com os estudos. Com base nessas informações, ele vai construir uma prática para atender às diferentes necessidades de aprendizagem.

O Adulto e o Jovem trazem consigo uma longa história de conhecimento acumulados e reflexões sobre o mundo e as pessoas. Essas peculiaridades fazem com que eles tenham maior capacidade de reflexão.

É importante valorizar os saberes dos alunos e estabelecer analogias e ligações com a realidade deles, facilitando o processo de aprendizagem, sendo assim, os estudantes vão se sentir mais valorizados e confiantes, minimizando o desconforto de estar aprendendo tardiamente.

O método de Paulo Freire vai além da simples alfabetização, ele propõe e estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e transformação social. É a leitura da palavra, proporcionando a leitura de mundo. A proposta de Freire parte do estudo da realidade ( fala do alfabetizando) e a Organização dos dados ( fala do alfabetizador). Nesse processo surgem os temas geradores, extraídos da problematização da prática de vida dos alfabetizadores.

2.2 Prática pedagógica de docentes na educação de jovens e adultos

Diante das transformações ocorridas no mercado mundial nas últimas décadas, fomentadas pelo processo econômico da globalização, pelas novas tecnologias e pelo avanço formativo baseado nos mais variados métodos educacionais, as instituições de ensino vêm cada vez mais procurando adaptarem-se os novos tempos através de reflexões da prática pedagógica de docentes que carregam consigo a incumbência de contribuição no preparo educacional de jovens e adultos na modalidade de ensino EJA.

Desta forma, são presentes nos contextos educacionais as discussões sobre o aprimoramento das ações pedagógicas que possam ser adequadas a grupos determinados de alunos. Quanto às atividades de Educação de Jovens e Adultos (EJA), é propagado em uníssono no meio educacional que, para se alcançar uma práxis que possibilite uma aprendizagem significativa, é imprescindível que sejam consideradas, no processo educativo, informações que vislumbre o contexto no qual os educandos estão inseridos.

Nesse sentido, muitas têm sido as discussões voltadas para o aperfeiçoamento da prática pedagógica, o que tem gerado reflexões bastante positivas, possibilitando avanços significativos na área. Um exemplo claro dessa evolução é a assimilação de um princípio pedagógico que preconiza a incorporação da cultura e da realidade vivencial dos alunos como conteúdo ou ponto de partida do processo educativo, de modo a não interferir na forma de o educando compreender o mundo e atuar sobre ele.

Esse princípio tem como base fundamental a concepção de alfabetização conscientizadora, postulada por Paulo Freire, (FREIRE, 1978: 81).  Que “implica na negação do homem abstrato, isolado, solto e desligado do mundo, e na negação do mundo como uma realidade ausente dos homens” Ao contrário, tal concepção enreda um esforço permanente através do qual os homens vão percebendo, criticamente, como estão inseridos no mundo em que se encontram.

Para que ocorra a realização desse princípio na prática pedagógica, é fundamental, sobretudo, que os professores de alunos jovens e adultos conheçam seus educandos, suas expectativas, suas culturas, suas características e os problemas de seu entorno próximo, além de suas necessidades de aprendizagem.

De acordo com observação acima descrita, os docentes precisam estar inseridos numa atividade permanente de formação, que implica, principal e necessariamente,na busca de informação para a construção de novos conhecimentos, que serão trabalhados dentro da realidade dos educandos. Nesse contexto, a alfabetização e a educação de base de jovens e adultos deve partir sempre de uma análise critica da realidade existencial dos educandos, daí dentificação das origens de seus problemas e das possibilidades de superá-los.

A prática pedagógica reflexiva tem como característica principal a unidade entre teoria e prática e, sempre, apresenta como pontos de partida e de chegada a prática social, a qual é definidora e orientadora da ação. É, na verdade, uma prática marcada pela inquietude, pela criação consciente da sua ação, que busca compreender a realidade sobre a qual vai agir, com a preocupação em produzir mudanças qualitativas, utilizando-se de conhecimentos críticos, buscando aprofundar conhecimentos sobre si mesma e sobre a realidade na qual se inscreve.

Além dessa dimensão social e política, os ideais pedagógicos que se difunde tem, um forte componente ético, implicando um profundo comprometimento do educador com os educandos, conforme desvela a fala do próprio educador:

 

Ao considerarmos os educandos como seres passíveis de se conhecer, é preciso considerar, também, dois aspectos fundamentais: a cultura e a conscientização, indispensáveis tanto na compreensão das capacidades de aprender desses sujeitos como, principalmente, da sua capacidade de criar e intervir para transformar.” (FREIRE, 1978:,89)

 

Em vista desta ótica em relação à Educação de Adultos e das preocupações éticas presentes na sua visão educativa, Freire articula uma proposta de alfabetização centrada no diálogo e no respeito à cultura dos educandos, conformes e evidencia nos aspectos de seu método.

Sabemos que essas questões estejam relacionadas à formação dos educadores, contudo, é importante ressaltar que, no caso específico da Educação de Jovens e Adultos, o processo de busca dessas informações está intimamente ligado às inquietações que esses professores experimentam no exercício do trabalho docente, às questões que emergem dessa prática e às tentativas de respondê-las, constituindo-se em um caminho continuado de formação, percorrido, muitas vezes, individualmente.

Sendo assim, a busca de situações de aprendizagem pertinentes e adequadas ao ensino na educação de jovens e adultos necessita de um olhar interdisciplinar que conduzam a uma maior interação entre professor-aluno e aluno-aluno de forma a qualificar o ensino, visando com isto, a autonomia do aprendizado.

 

 

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ao concluimos este estudo verificamos  que os professores que atuam na educação de jovens e adultos, ainda desenvolvem uma metodologia bastante tradicional ao desenvolverem suas atividades em sala de aula, sabemos que os sujeitos envolvidos nessa modalidade são pessoas que requer uma atenção diferenciada, pois boa parte desses sujeitos são adultos e idosos, que além de virem cansados para a sala de aula por causa da idade tem a dura jornada de trabalho que faz parte de seu cotidiano.Percebemos também certo comodismo por parte dos professores que pode está ligado ao pagamento, deficiência na estrutura da escola, material didático, falta de qualificação profissional e, especialmente, de reconhecimento por parte da sociedade, e da própria instituição escolar. O educador deve fazer com que os alunos da educação de jovens e adultos vejam sentido em sua permanência na escola, compreender que são sujeitos ativos dentro da sociedade e que possam ser responsáveis por suas decisões. No entanto, se adverte que deve haver uma preocupação por parte destes educadores em converter o saber objetivo, em conhecimento real.

Do mesmo modo tornou-se possível permitir uma discussão de conjecturas da formação continuada que consintam o enredamento da metodologia aplicada no ensino da educação de jovens e adultos, posteriormente é possível garantir que isso exige um procedimento constante de reflexo sobre o papel do educador em oposição a evasão escolar em especial no município de Codó MA. Portanto, o professor atuante nesta modalidade deve ter algumas ações que serão favoráveis para garantir a permanência desses alunos em sala de aula como: as práticas educativas desenvolvidas pelo professor em relação a metodologia utilizada que deverá ser de acordo com a realidade dos educandos partindo sempre do seu conhecimento prévio, na qual deverá ser sistematizado pelo professor; a postura de como esses educador irá lidar com as situações ocasionadas no ambiente escolar em especial na sala de aula;enfatizando também que a afetividade entre o professor e aluno deve ser fundamental, pois é através da mesma que a interação só acontece quando ambos estão inteiramente relacionado uns com os outros.

            Durante o andamento desse trabalho pôde-se perceber também que não se discute, entretanto, de acusar exclusivamente os educadores da educação de jovens e adultos que não conseguem autenticar seu valor frente às demais modalidades de ensino porque estes não são responsáveis por elaborar o currículo que norteou deficitariamente todo o seu desenvolvimento profissional. Podemos colocar a culpa nas próprias instituições escolares que não exercitam nem contemplam novas técnicas propostas pelos educadores, mas finalmente, esta ao mesmo tempo não se pode ser crucificada, quando o maior culpado ainda é o padrão de educação de nosso país.

Como sugestão de melhoria na atuação do professor apontamos algumas ações que devem ser revista ou ressiguificadas, a saber:

  • Seleção de matérias a partir da realidade e reação do aluno durante o cotidiano escolar;
  • Fazer o uso de sua criatividade para produzir novos recursos de ensino;
  • Não deixar as atividades monótonas;
  • Ter flexibilidade e uma didática voltada ao desenvolvimento cultural dos alunos;
  • Planejamento das aulas;

Nessa perspectiva, serão capazes de reconstruir constantemente a metodologia aplica em sala é atualmente um dos grandes desafios do educador, mas um desafio que é necessário se propor a enfrentá-lo, pois, sem dúvida, por muitos motivos ele necessita investigar, refletir e, dentro das suas possibilidades, serem capazes de transformar a sua didática em uma ação que seja de fato transformadora, que permita aos educando imergirem em um espaço de aprendizagem que proporcione conhecimentos adequados e expressivos.

 

REFERENCIAS

CUNHA, Conceição Maria da.Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEED-MEC Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, 1999.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 6 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.p.218.

SOARES,Leôncio José Gomes.O surgimento dos Fóruns de EJA  no Brasil:articular, socializar e intervir. In: RAAAB, alfebetização e cidadania – Políticas Públicas e EJA.  Revista de EJA,n.17,maio de 2004.

 

SOARES,Leôncio José Gomes.A educação de jovens e adultos:momentos históricos e de safios atuais.Revista Presença Pedagógica,  v.2 nº 11,Dimensão,set/out 1996.

 

SILVA, M; URBANETZ, S. O Estágio no Curso de Pedagogia – Educação de Jovens e Adultos na Perspectiva da Prática Docente. Curitiba: IBPEX, 2010

SOUZA, M. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: IBPEX, 2011.

 

 

[1]Licenciada em Pedagogia, PROFEBPAR/UFMA.