ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA
Por GEPISTAE UNIT/SE | 20/04/2011 | EducaçãoATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA
MARIÂNGELA DIAS SANTOS
É desejo dos professores tornarem a sala de aula um espaço motivador da aprendizagem, em que se permita fazer com que os estudantes sejam participadores do processo de ensino aprendizagem. Entretanto, surge a pergunta, como fazê-lo?
A própria história da pedagogia mostra?nos que muitos intelectuais preocuparam-se com esta pergunta, dentre eles: Rousseau, Pestalozzi, Piaget, Vygotski e outros. Assim, começo a ressaltar nesse pequeno texto, as idéias desses intelectuais que acreditam que brincar faz parte de um ato natural do ser humano e, portanto é um elo integrador de vários aspectos: motores, cognitivos, afetivos e sociais.
Ao trazer uma explicação sucinta sobre algumas dificuldades de aprendizagem e a importância dos jogos como elo interventor na execução de algumas atividades educativas, falarei sobre a percepção de algumas dificuldades através de subsídios teóricos, como um ato explicativo.
O ato de jogar supõe relações interpessoais, contribui para as relações sociais, não só por ser um exercício recreativo, de destreza e habilidades. Como também um instrumento pedagógico que pode absorver o participante de maneira intensa e total, mesmo existindo regras. Assim, defendo a idéia de que o jogo ajuda a desenvolver a criatividade da criança em seu desenvolvimento humano, facilitando sua aprendizagem.
DISGRAFIA
É conhecida como letra feia, isso acontece com a criança por ela não recordar a grafia da letra. Ao tentar lembrar da grafia da letra acaba escrevendo letamente. Esse sujeito acaba escrevendo ilegível, desorganizado, apresenta traços fortes demais ou leve demais, não respeita a margem, desorganização das formas ou longa ou curta, tamanho grande ou pequeno, incapaz de segurar um lápis ou de traçar linhas. Tudo isso é ocasionado por um problema de coordenação motora.
Jogos: Brincar de pular corda, jogos de quebra cabeça, caminhar sobre uma corda ou risco no chão, jogos de vídeo game, brincar de patins e bicicleta, trabalhos manuais com cerâmica, instrumentos musicais, práticas de dança. O educador deve propor atividades em que o aluno possa completar as figuras conforme o modelo, unir as artes para formar um todo, pedir que circulem as letras ou sílabas com lápis de cores diferente, bem como trabalhar com colunas.
DISORTOGRAFIA
Caracteriza pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Os principais erros cometidos são: confusão de letras ? troca auditiva (faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta), confusão de sílabas (encontraram/encontrarão), adições (ventitilador), omissões (cadeira/cadera), fragmentação (en saiar), inversão (pipoca/ picoca), junções (No diaseguinte, sairei maistarde).
Jogos: Que permitam a memória visual ser fortalecida, através de quadros com letras do alfabeto, números, famílias silábicas.
DISCALCULIA
A matemática é vista por algumas pessoas como um bicho de sete cabeças, por trazer uma compreensão de fórmulas, símbolos, cálculos e interpretação lógica. Na criança, não é diferente, algumas crianças sentem dificuldades de relacionar e interpretar os problemas matemáticos.
Assim, a discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. O portador de discalculia comete erros em recordar números com rapidez, realizar contagem, seqüenciação, compreensão dos sinais, em entender os princípios de medidas e numérica, apresentam ainda dificuldade de ler os enunciados dificultando a compreensão dos processos matemáticos. Para resolver essa dificuldade é interessante o educador utilizar jogos de seriação, classificação, habilidades motoras e espaciais, contagem.
Jogos: Jogos de cubos e de garrafas com tamanhos diferentes. Essa atividade vai direcionar noções de tamanho (pequeno, grande, fino, grosso, ordem crescente e decrescente) e a capacidade espacial e atenção da criança. Jogo de dominó, e botões matemáticos ? deve variar cores e tamanhos, podendo trabalhar seriação, ordem e noções (dúzia, meia dúzia, dezena).
DISLEXIA
A dislexia é um distúrbio de leitura, na escrita e na soletração. Sua causa é identificada quando a criança encontra-se no processo de alfabetização, onde tenta soletrar as palavras e não obtêm êxito. O disléxico geralmente mostra insegurança e baixo estima, leitura lenta, confusão de letras, sílabas, inversão de sílabas (em-me), inversão de letras similares (p-b), adição ou omissão de sons (casa lê casaco, ou prato lê pato). Apresenta dificuldade em distinguir esquerda e direita, pular e chutar bola, pular corda, fazer laço no sapato e saber as horas.
Jogos: Que estimulem cor e associe figuras e palavras ? Use músicas, ritmos e rimas, poemas, Jogo de memória, uso de trava línguas.
HIPERATIVIDADE
O hiperativo ou o sujeito que possui Transtorno de Déficit de Atenção não é um problema de dificuldade de aprendizagem, porém o comportamento da criança atrapalha muito seu rendimento. Este apresenta dificuldade em prestar atenção a uma única coisa, mas sim a várias coisas ao mesmo tempo, tem dificuldade em manter-se quieto por um determinado tempo, é muito impaciente, não fica quieto em nenhum instante.
Costuma balançar as pernas, assobiar, tem gestos bruscos, é desorganizado, distraído, não respeita limites e não consegue concluir as atividades. Você como professor, traga a criança para perto, evite atividades longas, busque apresentar aulas estimulantes, evite cores fortes: amarelo e vermelho. Faça uso de atividades calmas, com músicas instrumentais, pinturas, atividades psicomotoras.
Jogos: Mímicas, amarelinha, bola de gude, xadrez, damas, cartas, quebra cabeça, jogo da memória.
Assim, é imprescindível começar a valorizar o conhecimento baseado em uma vivência corporal, partindo das experiências das crianças, em busca de novas descobertas e conhecimentos.
A partir dos jogos, brinquedos, desenhos, ferramentas computacionais e outros recursos é possível reduzir as dificuldades de aprendizagem, pois através desses instrumentos as crianças aprendem a respeitar os limites, ter autocontrole, possibilitando sua capacidade de memória, atenção e concentração. O jogo deve ser um recurso potencializador dessas reações, para que o aluno sinta-se seguro no processo de aprendizagem, pois, ele vai proporcionar organização de seus pensamentos, dando a eles possíveis ações integradoras entre as pessoas que convivem ao seu redor. Tanto com relação aos conhecimentos quanto a produção de novas interações na sala de aula e fora dela.
Nesse âmbito, o educando será sujeito no processo de aprendizagem, pois foi dado a ele uma aprendizagem significativa. Lembramos que todo jogo e brincadeira deve ter uma adequação a faixa etária com definição de objetivos, disciplina e conteúdo indicado conforme propostas dos PCNs. É importante ter atenção no que diz respeito à imposição da brincadeira ou do jogo, e que estas estratégias são motivadoras e não impostas.
Assim, o jogo permite uma interação sócio educativa entre professor e aluno considerado relevante no desenvolvimento comportamental e relacional. Este é um recurso que permite ao aluno ter interesse, motivação e envolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BATLLORI, Jorge. Jogos para treinar o cérebro: desenvolvimento de habilidades: cognitivas e sociais. São Paulo: Madras, 2005.
BOSSA, Nádia Aparecida (Org.) A avaliação Psicopedagogica do adolescente. 5ª Ed. Editora Vozes: Petrópolis, 2001.
FONSECA, Vitor. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. 2ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
JARDIM, Wagner Rogério de Souza. Dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental: manual de identificação e intervenção. São Paulo: Loyola, 2001.
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa. Dificuldades de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2006.
OLIVEIRA, Vera de Barros; BOSSA, Nádia A. Avaliação Psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. - (Coleção Psicopedagógica e psicanálise).
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos_simaia.htm
Mariângela é Mestre em Educação da Universidade Federal de Sergipe. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Tiradentes (2004), é especialista em Pedagogia Empresarial pela Faculdade São Luís (2006), e em Direito Educacional pela Faculdade Pio Décimo (2008), professora universitária na Universidade Tiradentes no presencial e NEAD. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em História da Educação da UFS (GEPHE) e do Grupo de Pesquisa História do Ensino das Línguas no Brasil (GPHELB) , Membro e Vice lider do grupo de estudos GEPISTAE/UNIT neste pesquisa sobre os fundamentos teórico-metodológico-pedagógico da educação, é Membro da Sociedade Brasileira de Educação (SBHE). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem. Atualmente pesquisa na área - História da Educação com o seguinte tema: Ensino de primeiras letras (Escolarização, Alfabetização e Letramento).