Atire a primeira pedra!

Por Jacinto R. Fontes | 23/01/2013 | Religião

   Com base no texto bíblico de João 8.7c, Jesus se encontrava no templo como de costume ensinando sobre a palavra de Deus e em meio seu discurso, alguns escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher a pouco pega em adultério, pecado este segundo a lei de Moisés um pecado terrível se não abominável na lei mosaica, a tanto que a condenação dirigida a esse tipo de pecado era o apedrejamento público.  O texto narrado por João segue relatando a astucia daqueles homens para terem motivo para acusar Jesus, atentavam eles para que o Mestre Jesus descumprisse a lei de Moisés ter assim como incrimina-lo. Questionam-no sobre o assunto, e sem o princípio os dar a resposta à esperada resposta, começa a escrever na terra.   

    Ao ser deliberadamente insultado sabendo Ele o pensamento de seus corações a seu respeito, Jesus volta-se para aqueles acusadores e ao mesmo tempo questiona-os respondendo:  -“ Aquele que não tiver pecado seja que atire a primeira pedra...” Sabendo os acusadores que ambos também haviam falhado e faltado a Deus em alguma coisa começam a sair um a um, a ponto de só restarem naquele lugar Jesus e aquela mulher pecadora.

    Conjecturando um pouco mais adiante, vemos nesta maravilhosa narrativa de João que alguns  em  nossa sociedade retratam os mesmos personagens relatados nesta passagem,  há sempre alguns oportunistas e acusadores que tentam escandalizar os desfavorecidos de nossa sociedade, tumultuam e tentam marginalizar aqueles que por terem seus pecados expostos diante da sociedade acabam sendo marginalizados e discriminados diante aqueles ditos  “os perfeitos e sem pecados”. Não foi o que Jesus mostrou  quando expôs os pecados daqueles homens ditos os exemplos da sociedade, os homens da lei, e do ensinamento da escritura; eles também pecavam foi o que quis dizer Jesus:   Aquele que não tiver pecado seja que atire a primeira pedra. Ou seja, pecavam sim, porém seus pecados não apareciam diante daquela sociedade, nos dias de hoje temos exemplos claros de toda a narrativa de João, ainda há os apedrejadores, os acusadores e também os descriminados e marginalizados pela sociedade.

   Há sempre alguns querendo apedrejar, embora Jesus também nos der o entendimento que estes não têm condições morais para isto. Hoje não usamos mais as pedradas como se fazia embasados na lei de Moisés, mas, muitas vezes condenamos as pessoas com palavras e acusações aproveitando da fraqueza humana para se destacarem como superiores, mas, superiores em que? Em não terem seus pecados expostos na sociedade, talvez;  mas, biblicamente falando “Não há nada de escondido que não venha a ser conhecido” Isso me alegra muito em espirito.

   Precisamos rever nossos conceitos pois: “ não cabe a nós sermos juízes de causa” . Recorro-me a verdadeira intenção do ministério de Cristo, Ele não veio para condenar o mundo mais para que o mundo fosse salvo por Ele, em momento algum Jesus veio para sentenciar, mas, para salvar, esse foi e é o grande ápice do ministério messiânico de Jesus.

   Regressando ao ponto inicial deste dialogo, aquela mulher foi condenada a ser apedrejada por causa do adultério, em Deuteronômio 22.22; Retrata um fato segundo a lei de Moisés muito curioso quando comparado ao relato de João 8. Primeiro ninguém comete adultério sozinho, neste caso a mulher foi pega em adultério, ou seja, foi flagrada na pratica daquele pecado, mais um fato muito curioso aqui que me chama bastante atenção foi o caso neste episódio de somente ela ter sido condenada ao apedrejamento, se segundo a lei de Moises ambos, homem e mulher, deveriam ser apedrejados, é o que nos relata o Deuteronômio 22,22. Primeiro o homem depois a mulher, neste caso a condenação em praça pública era uma forma de erradicar o pecado e exemplificar os demais, mas, onde se encontrara o homem que também foi pego com aquela mulher em adultério? Não deveria ele ser o primeiro a ser apedrejado? Creio que assim como fizeram aqueles acusadores ao condenar aquela mulher e encobrir o pecado daquele homem, talvez este homem fosse um daqueles que se diziam perfeitos diante da sociedade, um fariseu, um escriba talvez; Cumpriam a lei para uns enquanto outros eram justificados ou escondidos, onde então estava o devido cumprimento da lei? Mateus 7.1-2 nos afirma: Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.”

   Quem sabe aqueles homens aparentemente perfeitos diante daquela sociedade já não haviam praticado o mesmo pecado ou algo semelhante, mas, foi o próprio Jesus que se encarregou de denunciá-los. Há quem diga que ao se abaixar e começar a escrever sobre a areia Jesus estava descriminando justamente os pecados cometidos por aqueles acusadores, discordo eu, vejo que simplesmente Ele estava a escrever o que já descrito na lei, isso só realçou o que estes já sabiam, mas, omitiam alguns detalhes.

    E por que reparas  tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Mateus 7:3-4.

   Nos dias de hoje situações semelhantes estão em pleno acontecimento, em quanto uns menosprezam e discriminam aqueles por terem seus pecados expostos nas praças, esquece-se das santas palavras do Mestre Jesus: “- Aquele que não tiver pecado seja que atire a primeira pedra...” Cabe-nos auto avaliarmos  e reavermos nossa trajetória enquanto homens e mulheres constituídos  por Deus não nos esquecermos que o ALVO deve ser o Cristo; devemos olhar somente para Ele, enquanto alguns se preocupam em apontar a vida alheia, a vida está passando sobre o alerta da palavra de Deus, cuidemos pois para ficarmos fora da arca enquanto atentamos a cuidar das responsabilidades do outro. Afinal: Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mateus 12:3

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