Atendimento Ou Exigência?
Por Oscar Marques Schild | 30/10/2006 | AdmNormalmente como consumidor, reclamamos do atendimento recebido. Basta um pequeno erro, uma falta de experiência, um treinamento inadequado ou simplesmente pouca informação que logo taxamos o prestador do serviço ou o ponto comercial como sendo um estabelecimento sem qualidade de atendimento.
É a síndrome do atendimento, porque queremos sempre ter o melhor e cada vez melhor atendidos. Mas será que somente isto pesa na hora deste relacionamento? Será que não estamos como consumidor sendo exigentes em demasia?
O outro lado da moeda nem sempre é consultado. Este lado é o do profissional de vendas, que muitas vezes fez o máximo para estar frente a frente com os seus clientes e mesmo assim, não foi o suficiente. São diversas as razões, que vão desde a inexistência de treinamento por parte da empresa, até pela falta de recursos próprios para o investimento pessoal, mas mesmo assim, será que ele está prestando um serviço ruim?
Sempre haverá profissional desqualificado, mas não serão todos que poderão ter este rótulo. E mais ainda, será que como consumidor não esteja extrapolando e exigindo um atendimento que não pode ser feito a não ser que seu custo seja incluído ao produto ou serviço? E será que quando assim procederem, eu irei comprar este produto?
Muitos, inclusive eu consumidor reclamamos de tudo e de todos porque queremos sempre o melhor para nós e ao recebermos a conta, nos assustamos. Mas não estou querendo dizer que devemos aceitar atendimento ruim. O que tento passar é que não devemos ver somente o atendimento, mas o conjunto todo, inclusive o preço.
Fui comprar um eletrodoméstico numa loja de uma grande rede. O atendimento feito foi bom, mas o sistema operacional um fracasso, apesar das desculpas recebidas que a rede estava congestionada. Aqui houve cumplicidade do profissional e da loja, porque o tempo que perdi para receber um preço deste produto e quando finalmente o mesmo fora concluído, não tinha estoque e nem previsão de entrada. O sistema poderia ter avisado que não havia o produto, sem a perda de tempo de ambos. Como precisava do produto, fui a outra loja, também de uma rede famosa e recebi um atendimento impecável e rápido; tive dúvidas e foram resolvidas. Teve preço diferente e recebi um desconto. O lema deste profissional era de não deixar cliente algum sair sem comprar e tinha o aval da empresa.
Tentei questionar o atendimento mas não tive argumentos porque tudo o que pedia era atendido e com rapidez. Portanto, ao questionar um atendimento, como consumidor, reveja seus conceitos e passe a observar outros detalhes antes de condenar à cruz um bom profissional de vendas.
Por parte das empresas, seus administradores sempre colocarão que os vendedores têm as melhores ferramentas e que não sabem usá-las. Que disponibilizam aos clientes catálogos, atendimento via 0800 e que eles não sabem reconhecer, mas será que estas empresas estão sendo diferentes as demais?
Aqui a exigência por parte do cliente é ser diferente e ter o que muitos têm, nos torna iguais e igual por igual, ficaremos, como consumidores, com aqueles que nos atendem melhor e no caso deste texto, com o vendedor da segunda loja.
Ser grande é agir como grande; conheço muitos empreendimentos pequenos, mas suas ações são grandes. Eis a diferença e esta pode ser facilmente percebida pelos clientes e sem custo algum.
Eu quero ser atendido como eu gosto e por que você não procede assim? Crie um diferencial em todo o seu sistema e com certeza muitos clientes da concorrência entrarão em sua loja querendo ser atendidos, porque perceberam o seu valor agregado de seu produto, de seu serviço.
Ia esquecendo: após uma semana, este vendedor, usando o seu celular, ligou perguntando se eu estava satisfeito. Questionei o do porque usar seu celular e ele disse que a empresa não deixa fazer ligação... nem todos são perfeitos!
Oscar Schild, um vendedor.
http://www.grandesvendedores.com.br