ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A MULHERES COM POSSÍVEL POTENCIALIDADE A ATEROSCLEROSE: EM PÓS-MENOPAUSA
Por Alan Linhares Aragão Carvalho | 14/08/2011 | SaúdeASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A MULHERES COM POSSÍVEL POTENCIALIDADE A ATEROSCLEROSE: EM PÓS-MENOPAUSA
Alan Linhares Aragão Carvalho
RESUMO. A aterosclerose representa uma das principais causa de morbidade e mortalidade após a menopausa. Sendo que a profissional de enfermagem pode exercer um papel fundamental na elaboração e colaboração de um possível diagnóstico de aterosclerose por meio dos seus conhecimentos científicos e sistemáticos de enfermagem.
PALAVRAS-CHAVES: aterosclerose; pós-menopausa; sistematização; enfermagem.
SUMMARY. The atheroscleris represents one of the main morbidade cause and mortality after the menopause. And the nursing profession can exercise a fundamental paper in the elaboration and collaboration of a possible atheroscleris diagnosis by means of its scientific and systematic knowledge of nursing.
WORD-KEYS: atheroscleris; powder-menopause;systematize; nursing.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos as doenças cardiovasculares têm sido um importante problema de saúde pública afetando uma parcela muito grande da população, tanto os do sexo feminino quanto masculino. Embora as mulheres apresentem menor prevalência dessas afecções em grupos etários mais jovens, a incidência aumenta progressivamente com o avançar da idade. De modo que, a mulher em média vive 5 a 8 anos mais que o homem, por sua vez o número absoluto de mortes relacionadas às doenças vasculares é maior no sexo feminino.
Com o avanço do campo da saúde e nas tecnologias médicas e farmacológicas permitiram, também, que ao longo dos anos, a esperança média de vida aumentasse, nos últimos séculos. De modo que, a população envelhece e surgisse um aumento de incidência de doenças em decorrência da maior idade. No passado não eram tantas mulheres que chegavam ao período da menopausa, marcado pelo cessar das menstruações. Surgiram por sua vez, doenças que são potencializadas por esse processo biológico natural, que ocorre na vida da mulher. A aterosclerose tem sido uma dessas doenças que vem causando danos no corpo mulher e do homem. Fazendo também o surgimento outras doenças atreladas a aterosclerose, principalmente, o infarto agudo do miocárdio, que é a perda do suprimento de nutrientes devido a interrupção do fluxo sanguíneo em alguma artéria coronariana do coração.
Portanto, no processo de sistematização de enfermagem vem demonstrando a sua contribuição com a assistência por meio da utilização dos conhecimentos técnico-científicos, caracterizando a prática profissional, as essas mulheres que venham a sofrem com aterosclerose, na qual vem desencadeado o surgimento de cardiopatias. Em decorrência disso busca-se saber; Qual a diferença que o enfermeiro exercer na assistência a essas mulheres? Quais são as principais condutas de enfermagem para a realização de boa assistência?
Desse modo, realizou-se esse artigo com o objetivo de esclarecer e informar aos acadêmicos de enfermagem e ao público em geral, sobre um problema desencadeador de patologias, na qual é potencializada no período pós- menopausa, procurando enfatizar de maneira a servir como instrumento de estudo e pesquisa.
DEFINIÇÕES E CARACTERIZAÇÕES
A aterosclerose é uma doença crônico-degenerativa, na qual se verifica o espessamento e perda de elasticidade da parede arterial, de modo que substâncias gordurosas se acumulem por baixo do revestimento interno da parede arterial desencadeando o surgimento de ateromas, constituindo-se assim uma das principais causas de morbidade e mortalidade atualmente.
Segundo Gagliardi (1992), a aterosclerose é um processo patológico responsável pela principal "causa mortis", que é a doença coronariana, podendo gerar um quadro de angina do peito, infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. Além disso, pode comprometer as artérias de todos os órgãos, porém os mais afetados são: o coração, o cérebro e os rins.
Para Giannini (1998), a aterosclerose ou doença aterosclerótica é uma afecção das artérias de grande calibre, caracteriza por lesões de placas, denominadas ateromas, que de acordo com sua fase evolutiva apresenta-se como: estrias gordurosas, que são formações planas, de coloração amarelada, sem repercussão clínicas: Placas fibrolipídicas, que são formações elevadas na superfície da íntima, potencialmente capazes de determinar manifestações clínicas em função de sua magnitude e de complicações, como fissuras, rotulas, hemorragias, trombos, calcificações e necrose.
No período da menopausa, as mulheres atingem uma fase da vida em que os ovários deixam de produzir os hormônios estrogênios e progesteronas, de forma gradativa até perderem de vez a capacidade de funcionar, assim perdendo a capacidade reprodutiva e de menstruações espontâneas. Antes desse processo normal do corpo das mulheres são antecedidas pelo climatério. Do ponto de vista clínico, o climatério é uma etapa marcante do envelhecimento feminino caracterizada pelo estabelecimento de estado fisiológico de hipoestrogenismo progressivo e culminando com a interrupção definitiva dos ciclos menstruais. Inicia-se normalmente entre 35 e 40 anos, estendendo-se até os 65 anos, sendo frequentemente acompanhado por sintomas característicos e dificuldades na esfera emocional e social (De Lorenzi, 2005). Por conseguinte a mulher atinge o estágio de Pós-menopausa, ou seja, longo período de vida da mulher que decorre desde o fim da menstruação até à morte.
ATEROSCLEROSE E MENOPAUSA
A doença aterosclerótica vem sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade após a menopausa. De maneira geral, as mulheres apresentam menores riscos de possuírem doenças ateroscleróticas em relação ao homem, mas que em estudos revelam que se igual quando as mulheres chegam na pós-menopausa. Como revela estudos feitos por Favarato & Luz (1998) colocam que apesar de não haver diferenças histológicas e bioquímicas entre as placas ateroscleróticas em homens e mulheres, a doença apresenta certas peculiaridades ligadas ao sexo. As lesões ateroscleróticas avançadas, as placas fibrosas, desenvolvem-se cerca de 20 anos antes nos homens em relação às mulheres. Entre os fatores que poderiam explicar tal fato encontra-se a maior prevalência de tabagismo e dislipidemias no sexo masculino.
Em Framingham demonstrou que infarto agudo do miocárdio é uma manifestação clínica de aterosclerose coronária, sendo raramente encontrado em mulheres com menos de 45 anos de idade, com uma relação de 1:40 para com os homens 5. Na faixa etária de 45 aos 64 anos, o número de infartos em mulheres foi 45 vezes maior do que na faixa mais jovem, enquanto nos homens foi somente 3,5 vezes maior, gerando uma relação de 1:3 entre os sexos. Nos indivíduos com mais de 65 anos, o número de infartos nas mulheres aumentou 2,3 vezes, enquanto nos homens não se observou modificação, produzindo uma relação de 1:1,2.
O uso do estrógeno após a menopausa está associado à redução das manifestações de doenças cardiopatias em mulheres. Em Nurses Health Study, 48.471 enfermeiras na pós-menopausa foram acompanhadas por 10 anos, sendo que as que receberam estrógeno apresentaram significativa redução do risco cardiovascular. Resultado semelhante foi observado no Lipid Research Clinic Study , onde 2.270 mulheres foram acompanhadas por 8 anos. No Leisure World Study foram analisadas 7.610 mulheres, verificando-se menor prevalência de doenças cárdio e cerebrovasculares entre as que receberam estrógeno.
Outros estudos revelaram mulheres em menopausa induzida cirurgicamente potencializa os riscos cardiovasculares. Afirmado no estudo, Ozkaya do Dizkapi Yildirim Beyazit Training and Research Hospital, em Ankara, e colaboradores estudaram 90 mulheres saudáveis com idades de 50 a 78 anos. Nenhuma delas estava tomando hormônio. Quarenta e cinco tinham realizado histerectomia com ooforectomia bilateral; as outras ainda tinham seus úteros e ovários. Após o ajuste para idade e tempo desde a menopausa, intima da carótida o (IMT), mostrou que a média da carótida foi significativamente maior no grupo ooforectomia (0.84 versus 0.76 mm). Esse resultado, dizem os investigadores, "confirma os efeitos de diminuição de estrogênio no grupo da menopausa induzida cirurgicamente comparado com o grupo de menopausa natural." Ooforectomia bilateral realizada antes dos 45 anos foi previamente associada com mortalidade cardiovascular aumentada, especialmente com mortalidade cardíaca, eles adicionam. Contudo, tratamento de estrogênio pode reduzir esse risco. (DOUGLAS, D. 2010)
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Na sistematização de assistência a enfermagem, o profissional fica com responsabilidade na elaboração de atividades diárias essenciais como o plano de cuidados que requer observação, coleta de dados, planejamento, prescrição, coordenação e avaliação da assistência de enfermagem a todos os pacientes internados, esses são os meios aos quais os enfermeiros aplicam seus conhecimentos práticos técnico-científicos.
Os planos de metas da sistematização de enfermagem colaboram aos pacientes em pós-menopausa com possibilidades a aterosclerose deverá está pautada na assistência global ao paciente e no conhecimento científico pertinente para as realizações de suas condutas. O processo tem início com os levantamentos de dados do paciente quanto a sua história pregressa e atual a respeito de sua doença associadas aos seguintes procedimentos de inspeção, palpação e ausculta, que se concluirá com orientações ao enfermo a respeito de suas possíveis doenças.
As investigações se darão com a sintomatologia apresentada do paciente, que assim será aplicado os possíveis diagnósticos de enfermagem, permitindo o desvendar do quadro clínico e suas possíveis complicações. As intervenções de enfermagem terão continuidade com as decisões do quadro clínico do paciente e nas discrições dos achados sintomatológicos, na documentação de enfermagem. Esse servirá como instrumento de esclarecimento a respeito das condutas realizadas no paciente para a equipe de saúde, sendo de grande importância para o melhor diagnóstico médico e resolução ou minimização da doença que atrelam os pacientes.
De maneira geral, a assistência de enfermagem exerce um papel muito importante no encaminhamento do retorno de estabilidade do paciente. Por conseguinte, com os avanços tecnológicos, informacionais e nas pesquisas permitiram que os enfermeiros ganhassem maiores aberturas para complementação e resolução dos problemas dos pacientes, que por sua vez a dedicação e o empenho são peças fundamentais para que se adquira a potencialidade de se esclarecer ou identificar possíveis doenças que irão ser comprometedoras para os indivíduos hospitalizados.
Assim, os enfermeiros são a soma para resolução das doenças que atrelam as populações. De modo que, sejam peças fundamentais no processo saúde- doença, sendo, portanto, contribuintes para toda a equipe que participa do processo de sistematização da saúde dos pacientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com exposto pode se percebe que os enfermeiros não são simples "administradores de medicamentos", mas peças fundamentais para complementação e promoção da saúde da população. De modo a terem, a capacidade de possuírem os conhecimentos científicos necessários para precaverem possíveis alterações do corpo, que levaram aos surgimentos de outras doenças, como no caso da aterosclerose potencializada em mulheres em pós-menopausa. Esse processo se dará desde que os enfermeiros façam uma aliança entre os conhecimentos práticos técnico-científicos, para que se tenha uma melhor elaboração de sistematização de enfermagem.
REFERÊNCIAS
BUSH TL, Barrett-Connor E, Cowan LD et al - Cardiovascular mortality and noncontraceptive use of estrogen in women: results from the Lipid Research Clinics Program Follow-up Study Circulation 1987; 75: 1002-9.
De Lorenzi DRS, Danelon C, Saciloto B, Padilha Jr I. Fatores indicadores da sintomatologia climatérica. RBGO 2005; 27:12-9.
DOUGLAS, DAVID. Menopausa induzida cirurgicamente potencializa riscos cardiovasculares. Disponível em: http://www.medcenter .com/Medscape/content .aspx?id=27800, 2010
FAVARATTO.d.Luz, p.l. Aterosclerose não- associada a hipercolesterolemia. Disponível em: http://www.socesp.org.br/revista/v8n2/703.htm, 1998.
GIANNINI, S.D. Aterosclerose e dislipidemias. São Paulo: BG, 1998, 283p.
GANGLIARDI, R.J. Aterosclerose: considerações gerais. J.B.M. v66,n.3. 111-116, 1992.
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