ASPECTOS RELEVANTES DA CLÍNICA FISIOTERAPEUTICA PNEUMOLÓGICA NOS CASOS DE DPOC
Por Ricardo Rocha | 20/05/2011 | SaúdeDEFINIÇÃO
O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é utilizado para definir o complexo evolutivo da bronquite crônica e do enfisema pulmonar, visto que dividem características clínicas, fisiopatológicas e funcionais comuns, sendo sua principal expressão, a limitação crônica ao fluxo de gases nas vias aéreas.
A DPOC é causa frequente de disfunção pulmonar. Suas características fisiopatológicas são o aumento da resistência das vias aéreas e a perda da tração radial dos brônquios, que, em último caso, levarão ao apressamento anormal de gás intratorácico, traduzindo a dificuldade expiratória - diminuição do VEF1 , do peak flow e do FEF 25%-75%.
São consideradas como tendo bronquite crônica as pessoas que apresentam tosse com produção de catarro do tipo mucoso, ou purulento se houver infecção associada, por pelo menos 3 meses seguidos, durante 2 anos consecutivos. Esse tipo de bronquite é resultante da inalação de substâncias irritantes por pessoas que não são hiperreativos como os asmáticos. A forma mais leve se resume na tosse com pequena quantidade de muco pela manhã, também chamada de "tosse do fumante".
Raramente, pode evoluir para estreitamento grave e irreversível das pequenas vias respiratórias; situação que limita muito a vida do paciente, praticamente o impedindo de realizar esforços, como andar e tomar banho sozinho. A obstrução à passagem do ar causa falta de oxigênio e excesso de monóxido de carbono no sangue. Ocorre em 10 a 25% da população adulta.
No enfisema a destruição das estruturas respiratórias que compõem os alvéolos provoca aumento dos espaços aéreos terminais e redução da sua propriedade elástica. O colapso excessivo das vias aéreas durante a expiração leva à obstrução irreversível do fluxo de ar.
Tanto a bronquite crônica como o enfisema estão intimamente relacionados com o fumo, e mais do que isso com a quantidade de cigarros consumidos.
EPIDEMIOLOGIA
O enfisema é uma doença comum. Thurlbeck relata uma incidência combinada de 50% de enfisema panacinar e centricinar à autópsia.
Ele considera a doença pulmonar responsável pela morte de 6,5% desses pacientes. Existe uma clara associação entre o tabagismo pesado e o enfisema, e o tipo mais grave ocorre em homens que fumam intensamente. Embora o enfisema não se torne incapacitante até a Quinta a oitava década de vida, sabe-se que, clinicamente, os déficits ventilatórios podem surgir pela primeira vez precocemente nos destinados a desenvolver a doença completa.
Como causa importante de incapacidade crônica em pessoas idosas, a bronquite obstrutiva crônica e o enfisema situam-se atrás apenas da doença cardíaca e da esquizofrenia nos Estados Unidos. Tendências nas últimas décadas sugerem um aumento de 60% na prevalência da DPOC. Esta doença é a Quarta causa principal de morte nos Estados Unidos, tendo-se registrado um aumento na taxa de mortalidade por esta afecção nos últimos 20 anos. Aproximadamente 75.000 pessoas morrem por ano de DPOC nos Estados Unidos, metade do número de indivíduos que morrem anualmente de câncer de pulmão.
QUADRO CLÍNICO
ENFISEMA: Dispnéia com início insidioso e lentamente progressivo; escarro usualmente escasso e mucóide; perda de peso freqüentemente acentuada; apresenta um exame de tórax com discretos sibilos no final da expiração, hiperinsuflação acentuada; a radiografia do tórax apresenta um pulmão hiperinsuflado e hipertransparente, freqüentemente atenuação regional da trama vascular.
BRONQUITE: A dispnéia é notada pela primeira vez somente durante as infecções torácicas; o escarro é freqüentemente copioso e purulento; no exame de tórax observa-se um tórax "barulhento" com insuflação discreta; na radiografia de tórax há freqüentemente evidências de doença inflamatória antiga.
TRATAMENTO
A fisioterapia respiratória constitui componente de grande valor no tratamento das DPOC. Na bronquite crônica a fisioterapia se baseia em higiene brônquica, oxigenoterapia e reexpansão pulmonar, e no enfizema em desinsuflação.
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
? J. CLAUDE BENNETT, M.D.; FRED PLUN, M.D. Tratado de Medicina Interna. 2 edição, volume 1, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1997.
? SMELTZER, SUZANNE C.; BARE, BRENDA G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 7 edição, volume 2, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1994.