Aspectos anatômicos de raiz e folha sob diferentes regimes hídricos
Por Girlene Santos de Souza | 28/10/2010 | ArteO déficit hídrico e o excesso de água promovem alguns efeitos comuns e outros distintos sobre as plantas. Entretanto, existem muitas diferenças nos efeitos fisiológicos dos dois fatores, possibilitando, assim, uma seleção de espécies tolerantes. Embora em alguns ambientes as plantas cheguem a experimentar ambos estresses, existem poucos trabalhos na literatura que estudam espécies que apresentam estratégias que permitam a adaptação destas ao déficit hídrico e excesso de oferta de água.
1. INTRODUÇÃO
A água desempenha um papel fundamental na vida da planta. Para cada grama de matéria orgânica produzida pela planta aproximadamente 500g de água são absorvido pela raízes, transportados através do corpo da planta e perdidos para atmosfera. Mesmo um pequeno desequilíbrio nesse fluxo de água pode causar déficits hídrico e mau funcionamento severo de inúmeros processos celulares. Assim, toda planta deve realizar um balanço delicado de sua absorção e perda de água, o qual se constitui em um sério desafio para as plantas terrestres. Para fotossintetizar, ela precisa retirar dióxido de carbono da atmosfera, mas, ao faze-lo, expõem-se à perda de água e à ameaça de desidratação (Taiz e Zeiger, 2003).
Em geral, as pesquisas relacionadas ao déficit hídrico e ao excesso de água no solo tem sido desenvolvidas, com ênfase a espécies de interesse agronômico, visando a obter cultivares tolerantes a curtos períodos de estresse. Verifica-se que são poucos os estudos com objetivo de recomendação de espécies que suportem, tanto a baixa disponibilidade de água no solo como o excesso, estresses esses característicos das áreas marginais a reservatórios hidrelétricos.
O déficit hídrico e o excesso de água promovem alguns efeitos comuns e outros distintos sobre as plantas. Entretanto, existem muitas diferenças nos efeitos fisiológicos dos dois fatores, possibilitando, assim, uma seleção de espécies tolerantes. Embora em alguns ambientes as plantas cheguem a experimentar ambos estresses, existem poucos trabalhos na literatura que estudam espécies que apresentam estratégias que permitam a adaptação destas ao déficit hídrico e excesso de oferta de água (Silva, 1999).
O estresse é, na maioria das definições, considerado como desvio significativo das condições ótimas para a vida, e induz a mudanças e respostas em todos os níveis funcionais do organismo, as quais são reversíveis a princípio, mas podem se tornar permanentes
(Larcher, 2000).