ASPECTOS AMBIENTAIS DO TRABALHO HUMANO

Por Carlos Silva | 28/08/2010 | Sociedade

A realização do seguinte artigo responde a questionamentos acerca dos Elementos de Psicologia Geral e Social,, a fim de confeccionar um argumento integrador de toda a proposta desenvolvida durante a atividade de reabilitação de indivíduos com problemas comportamentais e/ou psicológicos.

Podemos afirmar que o fenômeno do trabalho é complexo e multifacético, e é por isso que foi abordado por diferentes disciplinas como Direito, Psicologia, Sociologia, Economia, Política, História, Antropologia, Medicina, etc.

O interesse destas disciplinas no trabalho se deve à importância que este tem no desenvolvimento da sociedade e na vida das pessoas adultas que dedicam uma terceira parte de seu tempo a atividades trabalhistas ou a atividades relacionadas com seu trabalho.

Ademais, junto com a família e o tempo livre constitui um dos três pilares fundamentais de nossa vida.

A psicologia, como ciência, ocupa-se do estudo da conduta humana pelo qual seu eixo de atividade se centra num aspecto muito particular, o "fazer", o "acionar".

O homem tem a capacidade de transformar a natureza e sua relação com a natureza está estabelecida pelo trabalho cujo produto preexiste em sua consciência antes de produzi-lo. Em função disso, podemos afirmar que a psicologia geral e social como uma ciência aplicada de caráter social também tem como eixo o homem em seu meio trabalhista, e tenta explicar os complexos processos psicológicos que se desencadeiam em sua interdependência com o trabalho.

Como adquirimos o conhecimento do trabalho?

Normalmente o conhecimento do trabalho se adquire a partir das experiências trabalhistas e das informações e modelos culturais que se recebem desde a sociedade por meio da educação e a comunicação, através de diversos agentes sociais (a família, a escola, a imprensa, as empresas, etc.).

Portanto, o trabalho tal e como o vemos adquire diferentes significados como resultado do conhecimento sobre uma parte da experiência realizada socialmente, elaborada e compartilhada. (Salanova, Prieto e Peiró, 1993).

Podemos afirmar, portanto, que o trabalho está sociocognitivamente construído.

Cabe dizer que, no ambiente no qual se desenvolve ou tem lugar o trabalho, é um ambiente trabalhista, este ambiente não é exclusivo nem primordialmente de caráter físico e natural; de fato há numerosos elementos dentro do mesmo, cuja natureza é eminentemente social (supervisores, colegas de trabalho, etc.), ademais existem outros componentes que ainda apresentando uma base física e inquestionável somente possuem sentido num marco social e num sistema de interpretações sociais.

Então não só cabe falar de ambiente trabalhista (social) em termos de seus elementos constitutivos, senão que teremos em conta a interação que se produz entre a pessoa e seu ambiente. Esta interação dá lugar a um ambiente subjetivado e construído.

Tomando em conta os diferentes modos espaço-temporários que podem adquirir estas interações, podemos afirmar que são as que definem a estrutura do sistema ou organização. Podemos diferenciar dois tipos: as estruturas conservadoras e as estruturas inovadoras. ( Etkin, Jorge e Schvarstein,Leonardo, 1992-cap 5))

Por sua vez, estes modos de relação são estruturantes do comportamento, quer dizer, o clima organizacional são as percepções, impressões ou imagens que da realidade organizacional têm os próprios integrantes e que influem sobre a conduta individual e grupal.