ASA NOTURNA - SONETOS

Por Antônio Manoel ALVES RANGEL | 31/08/2009 | Poesias


Este sabor noturno de violência
as lágrimas sacode de meu peito,
mata e sepulta sonhos de inocência
com tiros de rancor e desrespeito.

Este gosto insolente de demência
hostiliza-me sempre quando deito.
Mergulha-me na insônia com frequência
e a paz me rouba no macio leito.

Ósculo insano, abraço deletério.
Tal morte sorrateira se aproxima
nos braços da malícia e do mistério.

Porém, o verso nunca perde a rima,
do poeta que tudo leva a sério,
mantendo a vida, o amor, a honra e a auto-estima.