AS TRÊS FACES DE UMA HISTÓRIA
Por Alessandra Figueira Teixeira | 18/06/2015 | FrasesÉ fácil criticar as ações de cada um sem ao menos saber um pouco do que se passa atrás de toda essa história.
Apontar o dedo e classificar o ser humano não requer conhecimento. Alguém já parou para saber o real sentido de tudo, creio que não.
Estou cansada de ver pessoas criticando o "povo da Soma" como muitos dizem. Conheço pessoas de bem que fazem parte desse povo. Sei também que a maioria deles não são bandidos como alguns classificam.
Para conhecimento de todos, destaquei partes de textos escritos por outras pessoas para melhor explicar. Porém como o artigo não me pertence vou citar as fontes e evitar o plágio.
"O local foi ocupado em julho de 2012, quando 50 famílias entraram no terreno. Em dois meses, o número subiu para 300. Hoje, a estimativa do Ministério Público e da própria ocupação é de 2,5 mil famílias ou, aproximadamente, 9 mil moradores. O local estava ocioso há ao menos 20 anos, desde a falência da empresa Soma Equipamentos Industriais. Parte do terreno pertence à Melhoramentos Agrícolas Vifer. Uma das ações foi protocolada justamente pelo Ministério Público Estadual. O motivo alegado pelo órgão: “Grave lesão a direito urbanístico, com o fracionamento irregular do solo”.
Além do Ministério Público, a prefeitura parece não ter vontade de declarar a área de interesse social, no intuito de conseguir a desapropriação do terreno ou qualquer tipo de regularização fundiária. Apesar da dívida de, aproximadamente, 10 milhões de reais deixada pela antiga empresa apenas em IPTU.
(Fonte: por Renan Truffi — publicado 21/04/2015 02h55, última modificação 23/04/2015 22h28 - http://www.cartacapital.com.br/revista/845/o-novo-pinheirinho-2561.html).
Outro trecho sobre o assunto.
"Grande parte do lugar está ligada à massa falida da antiga empresa Soma Equipamentos Industriais Ltda., fechada desde 1990. No total, o espaço tem valor estimado em R$ 79 milhões. A dívida deixada após a falência chega a R$ 250 milhões, e 40% deste montante representa questões trabalhistas e previdenciárias que não foram quitadas. O leilão do terreno poderia honrar esses débitos.
(Fonte: 10/05/2015 - 05h00 - Atualizado em 10/05/2015 - 17h06 | Fábio Gallacci
gallacci@rac.com.br - http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/05/capa/campinas_e_rmc/257392-vila-soma-as-duas-faces-de-um-drama.html).
Por um lado, "Vila Soma", tem pessoas que não possuem condições financeiras para ter uma moradia adequada. Homens, mulheres e crianças que buscam suprir suas necessidades básicas. E do outro lado, "antigos funcionários", que buscam seus direitos trabalhistas.
Imagine como será após a desapropriação. Famílias serão obrigadas a buscar outros lugares para morar, serão jogados nas ruas da cidade toda. Para aqueles que acham que a "Vila Soma" suja a visão urbanística da cidade, será uma lastima. Outro fato que vai ocorrer, são os trabalhadores que vão continuar esperando pelo pagamento dos seus direitos. Sem dizer que todos somos obrigados a cumprir com o pagamento dos IPTUs, e a empresa Soma vai continuar devendo aos cofres públicos.
De fato o "poder público", não tem total autonomia de decisão sobre a área apropriada mas, tem o dever de fornecer uma solução rápida para toda essa história.
Não estou aqui para defender um dos lados. Sei que a apropriação é ilegal, mas o que é legal nesse país, onde vemos os "grandões de Brasília" roubar o povo na cara dura e não serem julgados. Sem dizer também que devemos pensar nos trabalhadores da empresa, que esperam até hoje receber o seu merecido dinheiro.
Enfim, há uma solução lógica para tudo isso. Regularizar os terrenos para que cada família possa aos poucos pagar por sua moradia. E usar esses recursos para quitar o débito de IPTU existente da empresa Soma Equipamentos Industriais Ltda e também cumprir com as ações trabalhistas da mesma.