AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Por Aparecida Ramos Viana | 06/07/2018 | Educação

Resumo:

O presente trabalho teve como objetivo compreender a relação de alunos e professores do Ensino Fundamental na rede pública com os recursos tecnológicos de informação e comunicação. A investigação foi desenvolvida em uma instituição pública de ensino no município de Cáceres. As informações foram obtidas por meio de observação no contexto escolar. Na ocasião, os sujeitos participantes foram alunos do 2º ano do 1º Ciclo e 5º ano do 2º Ciclo e seus professores. Ao final da pesquisa, consideramos que, como as tecnologias fazem parte do cotidiano dos alunos, o relacionamento deles com os recursos tecnológicos é mais natural. Porém, quando se trata do processo pedagógico ou de ações pedagógicas a relação dos alunos com as tecnologias na escola fica dependente da relação que seus professores também têm com essa mesma tecnologia. No caso desta pesquisa, identificamos alguns problemas de estrutura e ambiente para uso dos recursos tecnológicos e baixo interesse dos professores na adoção das ferramentas. Avaliamos essa situação como problemática, uma vez que os recursos tecnológicos por si só não criam aprendizagem significativa. Palavras- Chave: Tecnologias; Alunos e professores; Recursos tecnológicos.

1 Introdução

Para iniciar a exposição deste estudo, entendendo como importante ter claro os conceitos das Tecnologias de Informação e de Comunicação. Assim buscamos referenciais teóricos que discutem sobre o tema, visando trazer conceitos acerca da Tecnologia de Informação e Tecnologia de Comunicação. A conceitualização nos parece importante, uma vez que, conforme Kenski (2015), atualmente, os veículos de informação e de comunicação estão por toda parte. Geralmente representados por multimídia, computadores, Internet, televisão interativa, videogames, outdoors eletrônicos, digitalizados, quiosques interativos, sistemas automáticos, jornais, revistas, livros especializados, literatura, etc. Ou seja, máquinas inteiramente conhecidas por sujeitos de todos os grupos sociais, por serem de fácil acesso para qualquer idade. Assim, as tecnologias de informação e comunicação estão integrando o mundo em redes globais de comunicação, possibilitando a construção de um mundo cada vez mais globalizado, que aproxima tudo a todos. Considerando que o desenvolvimento acelerado das tecnologias, e, sobretudo, a convergência das mídias, possibilitou o desenvolvimento de formas surpreendentes de armazenar, recuperar e disseminar informações avança-se para o objetivo de pensar significados/conceitos dos termos Tecnologia de informação e Tecnologia de comunicação. Cavalcante (2016) define Tecnologia de Informação como sendo toda forma de gerar, gravar, armazenar, processar e reproduzir a informação. O autor exemplifica que os suportes de armazenamento de informações são: papéis, livros, arquivos, fichários, jornais, revistas, HD’s dos computadores, discos magnéticos, Pendrives, cartões de memorias e outros. Os que permitem o processamento são: computador, robôs, etc. E exemplos de aparelhos que possibilitam a sua reprodução são: a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o Data show, aparelhos de DVD/cassete, impressora. No que se refere à Tecnologia de Comunicação, Calvacante compreende como sendo toda forma de veicular informação. Como exemplo de veiculação, o autor inclui as mídias mais tradicionais, os pergaminhos, os tambores na selva, os livros, o fax, o telefone, o jornal, correio, as revistas, o rádio, a TV, vídeos, redes de computadores, celulares, Internet. Conforme os estudos de Brandão (2004) e de Libâneo (2001) apresentados no item acima, entendemos que as civilizações estabelecem-se com base na comunicação, isto é, na partilha de ideias e informações. Sendo assim, a comunicação é essencial à condição humana, visto que desde as mais remotas eras, consiste na interação que ocorre entre dois ou mais sujeitos. A capacidade humana de trabalhar em grupo e de pensar simultaneamente une-se com a sua capacidade de comunicação, de transmitir e receber mensagens. A complexidade dos pensamentos, sentimentos ou informações que se pretendem transmitir é ultrapassada desde que todos dominem o mesmo código de signos linguísticos e/ou culturais. Ao avaliar os diferentes usos das mídias de informação e comunicação, Cavalcante (2016), entende que elas se confundem e, por isso, passam a ser consideradas Tecnologias de Informação e Comunicação. E se tornam cada vez mais interativa no meio social, ocorrendo mudanças que redesenham os padrões de trabalho, também nos parâmetros da preparação para o trabalho, no tempo, no lazer, na educação, na saúde, na indústria, nas relações e valores sociais, criando uma nova sociedade, novos ambientes de trabalho, novos ambientes de aprendizagem, um novo tipo de aluno que precisa de um novo tipo de professor. Essas transformações desafiam a escola no sentido de garantir aos alunos, a familiarização com as tecnologias, como elemento da formação geral dos alunos, visando formar cidadãos capazes de viver numa sociedade cada vez mais marcada pelos desdobramentos da ciência e da inovação tecnológica. De acordo com Kenski (2015), fora da escola, os alunos estão acostumados a aprender através dos sons, das cores, através das imagens fixas das fotografias e ou em movimento, nos filmes, programas de televisão e hoje pela internet. O problema observado pela autora é que esses elementos acabam sendo na verdade, janelas para o mundo, que pode lhes dar uma visão distorcida da realidade. A preocupação da autora ampara principalmente no fato de que cada vez mais a televisão está sendo integrada às redes de comunicações. A programação da TV e muitos dos seus programas já podem ser acompanhados pela Internet. Os canais de TV a cabo já permitem acesso à Internet através de canais televisivos. Desse modo, qualquer pessoa, inclusive os alunos, acessa um mundo ainda maior de imagens, sons e informações. No caso dos alunos, toda essa informação, precisa ser trabalhada e sistematizada em sala de aula. Segundo Kenski (2015), por meio das orientações dos professores, faz-se necessário que haja elaboração do saber, considerando o jogo da interatividade entre conhecimento, informação e ação humana.

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