As revoluções civis e a política brasileira.
Por Francielle Dayane Antunes de Asevedo Alves | 02/09/2015 | DireitoAs revoluções civis e a política brasileira.
Francielle Dayane Antunes de Asevedo Alves
As manifestações realizadas no dia 16 de agosto, último, reivindicavam questões relacionadas com o atual governo, assim como já é sabido, muitas pessoas defendem o impeachment da presidente, outras fartas de tantos escândalos, brigam por justiça em relação aos inúmeros casos de corrupção.
Além dos casos de corrupção que tem indignado as pessoas, há ainda uma insatisfação com a atual política econômica. A inflação em alta; o desemprego em massa; o aumento das contas de energia e a crise hídrica, somados, fizeram com que a sociedade se unisse por meio da democracia e fosse às ruas.
Ocorre que muitas dessas manifestações são isoladas e defendem questões de pequenos grupos e também objetivos específicos. Mas a maioria das manifestações, que ocorreram em agosto, defendia com unanimidade uma indignação por parte das pessoas, em relação às disparidades noticiadas nos meios de comunicação.
Enquanto muitos padecem por conta da carência em relação à saúde de nosso país; existem ainda crianças necessitando de educação de qualidade frente aos novos índices de desempenho das escolas públicas divulgados neste mesmo mês citado. Entre tantas outras situações, os escândalos evidenciam o divertimento que o dinheiro da corrupção pode propiciar aos envolvidos.
Mesmo que houvesse anseios diversos, o povo manifestou com toda sua ira, frente aos inúmeros escândalos patrocinados por políticos, empresários e funcionários públicos. A manifestação era apartidária e de forma unânime reuniu pessoas de diferentes classes econômicas.
Apesar do objetivo que a maioria propunha, ocorreram algumas bizarrices, com a função única de oferecer entretenimento à quem assistia. Por não ter um caráter único, em meio aos protestos, muitas pessoas manifestavam sozinhas dentro da multidão, ficando evidente que seus objetivos não eram comuns aos da maioria.
Isso fez com que esses protestos perdessem seu objetivo principal, dando margem à dúvida, da seriedade e do propósito daquelas pessoas. Dentre os manifestantes, haviam pessoas pedindo intervenção militar e Golpe de Estado. Acreditem, em meio à democracia, numa busca incessante em garantir condições iguais entre as pessoas, foi possível verificar bizarrices nesse sentido.
Essas disparidades enfraquecem os debates e abrem de certa forma uma abismo entre o que realmente é válido comparado à essas bizarrices, evidenciando assim um certo enfraquecimento das manifestações, por não serem objetivas e consistentes, tornando-as de certa forma insustentáveis.
SINGER, André. Brasil, junho de 2013: classes e ideologias cruzadas. Novos estudos. Dossiê: Mobilizações, Protestos e Revoluções. nº 97. São Paulo: CEBRAP, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002013000300003&lng=en&tlng=es.%2010.1590/S0101-33002013000300003 Acessado em 26 de Agosto de 2015.