As principais qualidades de um bom extremo

Por Pedro Ferreira | 08/05/2014 | Sociedade

Uma das principais tendências do futebol atual é a exploração das faixas laterais no processo ofensivo; isso levou a uma inclusão cada vez maior dos laterais defensivos nesse processo ofensivo. Como é óbvio, ao mesmo tempo, tornou-se necessário que os extremos, por serem os opositores diretos dos laterais na simetria do jogo, tenham que apoiar constantemente o processo defensivo.
Assim, esta dinâmica ofensiva e defensiva, faz com que um bom extremo seja um jogador que combina diversas qualidades, ou seja, competências muito diversificadas, das quais destacamos as seguintes:

  1. Velocidade. Alinhando nas faixas laterais do campo, a sua posição no terreno confere-lhe uma importância fulcral no que respeita ao transporte de jogo, principalmente em contra-ataque. Por esse motivo, este atleta deve possuir uma velocidade acentuada, tanto em posse de bola como sem ela.
  2. Capacidade de assumir a função de ponta de lança. Por ser um dos elementos mais adiantados no terreno e porque o “ponta de lança”, normalmente desloca-se bastante para as faixas ao fugir às marcações, o extremo deve ser capaz de trocar de posição com esse colega de equipa e, assim, aparecer frente ao guarda-redes adversário.
  3. Competências de jogo de cabeça. Embora a sua função principal seja o transporte de jogo ao nível das transições defesa-ataque, pelo que explicamos no item anterior é necessário que do treino diário deste atleta faça parte o jogo de cabeça, uma vez que ele será muitas vezes o destino de muitos cruzamentos para a área. Isto acontece porque, por um lado, ele tem muitas vezes de aparecer na zona de ponta de lança mas também porque com frequência os cruzamentos são feitos de forma longa, de maneira a solicitar a entrada do extremo oposto na zona de finalização.
  4. Facilidade de finalização. A frieza no momento do remate é uma competência de enorme importância para qualquer avançado mas é talvez o aspeto em que os melhores extremos mais dificuldades revelam. Talvez isto se deva ao facto de as suas funções mais importantes exigirem uma dinâmica muito grande e isso os deixe menos predispostos para situações em que a frieza é mais determinante. Assim, é importante que o treino de finalização seja uma constante na preparação destes jogadores. Atualmente, os extremos são tão ou mais eficazes que os pontas de lança, o que faz com que uma equipa se valorize e superiorize (nas casas de apostas e nos meios de comunicação social) em relação às demais.
  5. Técnica individual no transporte de bola e capacidade de drible. Os adversários tendem a reforçar as faixas laterais com o objetivo de limitarem ao máximo a ação destes jogadores. Por isso é fundamental que os extremos desenvolvam uma capacidade de drible eficaz a fim de contornar esta oposição.
  6. Eficácia nos cruzamentos: como se depreende dos itens anteriores, uma das tarefas mais importantes dos extremos é a sua eficácia nos cruzamentos para a área. É disso que espera qualquer ponta de lança: que os extremos lhe forneçam jogo no miolo da área.
  7. No futebol moderno é fundamental que os extremos acompanham os defesas laterais no apoio à sua zona defensiva. Na realidade, o futebol atual exige que a equipa atue em bloco, com todos os jogadores a dar o seu contributo para as tarefas defensivas. O facto de jogarem junto à linha faz com que o trabalho dos extremos seja especialmente extenuante; eles são assim obrigados a jogar em todo o comprimento do campo, acorrendo de forma muito rápida às duas áreas. O facto de serem jogadores tendencialmente ofensivos leva a que um extremo moderno precise de uma disciplina tática que no futebol tradicional não lhe era exigida.