AS NOVAS TÊNDENCIAS NO PROCESSO DE CONHECIMENTOS E APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO HUMANA

Por Rogério Leandro Gewinski | 31/10/2018 | Educação

Autor: Deise Mattei

Co-autores: Antonio Carlos Oczinski

Glaucia Borges Gomes

Rogerio Leandro Gewinski

            A história da educação inicia no Brasil com a preocupação destes com o processo de construção da escola secundária, estes não estavam somente interessados em ler e escrever. No século seguinte educação e cultura tiveram um impulso com o surgimento das instituições culturais.

Após a primeira Guerra o Brasil começou a se repensar, surgiu a geração de educadores, surgiram as primeiras universidades brasileiras. A Constituição promulgada após a Revolução de 1930, em 1934, consignou avanços significativos na área educacional. Na fase que precedeu a aprovação da LDB/61, ocorreram movimentos em defesa da escola pública, universal e gratuita.

Historicamente a educação no Brasil tem seu início com as comunicações escritas por Pero Vaz de Caminha, quando em suas cartas descrevia a recém descoberta Terra de Vera Cruz de suas riquezas ambientais, culturais e de sua civilização.

            Entretanto, somente com a chegada dos Jesuítas que passaram a propagar a religiosidade cristã e consequentemente a educação secundária com o objetivo de catequisar para subserviência da coroa portuguesa. Embora tenham sido pioneiros na educação os Jesuítas foram expulsos abrindo uma lacuna nas décadas seguintes. Somente com a vinda da família Real, a educação teve um impulso com a implantação de instituições culturais e científicas, de ensino técnico e os primeiros cursos superiores.

            A partir de 1822 mudanças no panorama sócio-político e econômico voltado a política educacional, teve grande significado na constituição de 1823, pois teve como base a educação popular, ou seja, a acessibilidade assegurada de estudos de “instrução primária e gratuita a todos os cidadãos”. Com a descentralização da Educação Básica instituída em 1834 amplia ainda mais a distância entre as elites do País e as camadas sociais populares. Em 1934, consignou avanços significativos na área da educação. Em 1937, instaura – se um Estado Novo concedendo uma Constituição autoritária. Após a queda do Estado Novo, em 1945, muitos dos ideais foram retomados e consubstanciados no Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, enviados ao Congresso Nacional 1948 que, após difícil trajetória, foi finalmente aprovado em 1961, Lei nº 4.024. De 1945 a 1964, o sistema educacional brasileiro passou por grandes mudanças significativas, destacando em 1951, a atual Fundação CAPES (Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior), a instalação do Conselho Federal da Educação, em 1961 campanhas e movimentos de alfabetização de adultos, além da expansão do ensino primário e superior. Em 1969 e 1971, foram aprovadas respectivamente a Lei nº 5.540/68 e 5.692/71.

Em 1988 com a promulgação da constituição e tendo como um de seus objetivos a seguridade do direito à educação a todos em território Brasileiro, sem discriminação de qualquer espécie e deixando o estado como responsável por esta garantia, tendo o ECA (Estatuto da criança e adolescente de 1990) e a LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação lei 9394/96) reforçando e dando suporte, fez com que a educação no Brasil tivesse grandes avanços com novas escolas, faculdades, qualificações de profissionais financiamentos de projetos de pesquisas, issofez com queo desenvolvimento e a qualidade educacional tivesse níveis de aprendizagens avaliados por institutos criados para fazer levantamentos de dados educacionais detectando pontos negativos para realizar investimentos em regiões onde osníveis de qualidades não estavam satisfatório ou de acordo com parâmetros considerados padrões a educação.

A necessidade de estar mesurando e monitorando a educação, se faz necessário para poder aprimorar ou desenvolver novas técnicas de aprendizagem que possa suprir o déficit caso esse não esteja atingindo metas planejadas no sistema de aprendizagem, seja através da qualificação dos profissionais, de materiais didáticos ou de melhores condições físicas e estruturais dos prédios com acessibilidades adequadas a todos os alunos, pois no processo ensino-aprendizagem vários fatores devem serestimulados durante o desenvolvimento humano, já que possuímos inteligências  múltiplas e temos necessidades de entende-las e desenvolve-las, procurando métodos adequados para essa transformação de conhecimento.

Portanto as influências vivenciadas por crianças e adolescentes durante sua formação, tem grandes relevâncias e sem dúvida interferem tanto afetivamente quanto cognitivamente e psicossocial. Há uma grande necessidade do ser humano em ter um referencial no desenvolvimento dos seus talentos e habilidades, pois começam a serem estimuladas muito antes de nascer, pelo fato do embrião ser mais inteligente do que imaginamos.

            A construção do conhecimento é uma transformação e reestruturação, pois vivemos em constante sinapse com outros seres devido aos contatos ou proximidades sócio afetivas, de motricidade e consequentemente em um estágiode eletrização por contatos, quando um lado está eletrizado (com conteúdo) e o outro neutro (aprendendo ou recebendo) essas informações durante a sua construção de personalidade.

            Sem dúvida quando as crianças e adolescentes recebem estímulos dos seus pais dentro do seu ambiente familiar facilita e ajuda muito o desenvolvimento do conhecimento e da formação dos mesmos, tanto que recentemente uma PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2014, nos revelam dados que demonstram o quanto é importante á cooperação e a influência dos pais nessa construção.

            Dois importantes dados dessa pesquisa, deve ser levado em consideração: Crianças e adolescentes que moram com a mãe com idade até os 15 (quinze) anos tem uma maior alfabetização cerca 92,2%em quanto os que não moram com a mãe tem uma taxa de 88,1%. Outro fator importante a ser considerado é quanto á formação dos pais, que se os mesmos têm formação superior 47,4% dos jovens que adentram ao mercado de trabalho ganham em média cinco salários mínimos e os filhos de pais sem formação superior que adentram ao mercado de trabalho ganham em média dois  salários mínimo.

            Portanto, a sociedade estará em constante transformação e aprendizagem desde o embrião, desenvolvendo conhecimentos progressivamente seja em sua convivência familiar seja em âmbito social. E quanto mais estímulos recebidos, maior será o conhecimento adquirido ou aprimorado e disseminado ao nosso público alvo ou não.

            A necessidade, e busca pela construção do processo e evolução de desenvolvimentos sociais, culturais, afetivas, motoras e psíquicas estão sempre ligadas ao processo ensino-aprendizagem de cada individuo dentro de uma sociedade com instituição, leis, símbolos, valores e normas. Portanto, á contribuição de cada indivíduo constitui objetos de estudos, ou seja, ensino-aprendizagem. Entretanto essa construção depende de estímulos interpessoais e de sua interiorização das experiências vivenciadas durante esse processo.

            Este processo também está relacionado á globalização, pois sua integração econômica, social, cultural e política estão interligadas através das ciências e tecnologias, ambos deixam maispróxima à convivência e a troca de conhecimentos entre os indivíduos. Contudo isso também facilitou a ampla concorrência, que sem dúvida quem processou ou assimilou melhor este conhecimento terá um aproveitamento melhor das suas habilidades caso venha á ter uma intervenção pedagógica formal ou sistêmica, de desenvolvimento psicomotor e social.     

            Portanto inúmeros processos de conhecimentos, vivenciados dentro da sociedade por cada indivíduo, facilitará suas oportunidades. Contudo esta evolução pode trazer um aproveitamento em relação a atividades desenvolvidas pelo mesmo no que tange a avaliações de natureza cognitiva, externa e desempenho, tanto individual ou coletivo. Isso no ambiente escolar deve ser trabalhado de maneira que possa satisfazer as necessidades individuais ou coletivas dos mesmos. 

            Os instrumentos de avaliações consistem em tentar mensurar esses conhecimentos, adquiridos durante o processo de ensino-aprendizagem, sejam, através de acompanhamentos diários, testes minutados como prova Brasil, Enem, vestibulares e concursos. Isso apenas nos da um parâmetro de como podemos avaliar esse processo de conhecimentos que foram atribuídos e assimilados ou não pelos indivíduos durante o período de transmissão de conhecimentos.

            Entretanto, com acessibilidades as novas tecnologias e informações, asconcepções intelectual e psicossocial dos nossos alunos, estão tomando novas tendências educacionais, ou seja, os conhecimentos adquiridos não estão mais restritos somente a conteúdos repassados em sala de aula ou dentro da comunidade escolar, especialistas educacionais tiveram que adaptar-se, rever ou implantar novas metodologias, aplicadas aos discentes sendo uma delasá modalidade de ensino usada em várias partes do planeta através da EAD (Educação a Distância), no Brasil amparadas por lei e decretos, tanto para o nível superior quanto no ensino fundamental e médio.

Dados levando pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), atravésdo INP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) de Avaliação da Educação Básica (Saeb), referentes à Prova Brasil, aplicada em novembro de 2015, reforçaram a importância por uma reforma no ensino médio, o que foi proposto por uma Medida Provisória (MP) no que consistia uma mudança na grade curricular em todo Brasil, dando suma importância a português e matemática, pois nesse levantamento os alunos caíram muito nas mesmas. Porém foi citado á abração de outras disciplinascomo filosofia, sociologia, artes e educação física, sendo essa última muito divulgada nesses últimos anos no Brasil, pois tivemos uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, enfatizando a importância da prática de atividades físicas, tanto na obtenção de saúde quanto em incentivar adolescentes a praticar alguma modalidade esportiva levando em consideração, que ambos os objetivos começam na escola com a disciplina e com as orientações de professores, pois temos poucos investimentos por parte dos nossos governantes.

            De certa forma a MP, defende alguns pontos interessantes como a integração do ensino em tempo integral, tendo como prioridade o aumento da carga horária de 800 horas para 1400, sendo que parte da grade curricular será igual a todos os alunos tanto da rede pública, quanto da rede privada e posteriormente ficará a cargo do aluno optar-se pela disciplina que terá maior afinidade no decorrer do ensino médio regular ou técnico para a conclusão do mesmo, com ênfase no curso de nível superior a qual pretende ingressar. Sem dúvida a proposta se fosse desenvolvida em sua integralidade, beneficiaria muitos alunos com um défice de aprendizagem, ou seja, o ensino-aprendizagem desses discentes estaria tendo um suporte de qualidade educacional, desde que os professores, coordenadores, diretores em fim toda a comunidade escolar participasse nesta nova forma educacional que estará em vigor a partir de 2018 nas escolas. Porém fica a pergunta á infraestrutura disponibilizada e os profissionais da educação estão preparados para essa mudança?     

A construção dessa mudança com a reforma do ensino médio não condiz com a aprovação da PEC 241 ou 55, que limita os gastos na educação e traz regras específicas levando em consideração que Hoje, a Constituição obriga que o governo aplique pelo menos 18% de sua receita no desenvolvimento da educação e pelas novas regras esses pisos deixariam de existir, na prática, pelos próximos 20 anos. Os recursos para essa área passam a ser definidos exclusivamente pela inflação registrada nos 12 meses anteriores à definição do orçamento de um determinado ano, valendo já a partir de 2018 (tomando por base o volume gasto em 2017). Ficando incoerente a reforma do ensino médio, já que a responsabilidades dos mesmosestão a cargo dos Estados, e muitos infelizmente estão passando por uma crise em sua politica financeira, inclusive tendo alguns sem possibilidade de pagar salários aos funcionários públicos quem dirá contratar ou qualificar profissionais para desenvolver esta mudança na educação.

            Sem dúvida vivemos inúmeras mudanças na política educacional brasileira, entretanto, temos que respeitar o regionalismo e dar ênfase e suportes ao setor, pois não podemos esquecer-nos das políticas públicas voltadas as dificuldades encontradas. Recentemente universidades mato-grossenses formaram índios para levarem conhecimentos literários e científicos a povos indígenas em varias regiões do estado os negros também foram qualificados para levarem as comunidades quilombolas esses conhecimentos.

Projetos educacionais tendo apoio como esse, sem dúvida podem trazer benefícios não só as comunidades, mas a toda população a qual estão inseridos. Se analisarmos a história e a evolução da educação no Brasil, vemos que na época que os Jesuítas catequizaram e ensinaram a povos indígenas a linguagem e as maneiras como os europeus viviam na época, veremos que naquela época isso era feito porque queriam que os índios brasileiros servissem a coroa real, não estavam preocupados em preservar a cultura e o regionalismo encontrado no habitat natural dos mesmos. Muitos foram alfabetizados não respeitando suas crenças, cultura e religiões, por isso nada melhor do que buscar hoje dentro dessas comunidades índios com habilidades e tendências educacionais para aprender e repassar ensinamentos adquiridos em universidades com profissionais qualificados e preparados a transmitir esses conhecimentos.

         Referências:

HELLER, A. O Quotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.       

LEFEBVRE, H. Lógica formal – Lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.  

LIMA, Lauro de O. Estórias da Educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. 3. ed. RJ: Brasília, 1974.

PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. Prefácio.       PIAGET, J. Sabedoria e ilusões da Filosofia. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969.     

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: M. Fontes, 1984.       

ZAZZO, R. Psicologia e Marxismo. Lisboa: Vega, 1978.