AS NOVAS TECNOLOGIAS COMO ELEMENTO DE ESTÍMULO À LEITURA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

[1] Licenciada em Pedagogia, UFMT, 2018 e pós graduação em Psicopedagogia.

 

AS NOVAS TECNOLOGIAS COMO ELEMENTO DE ESTÍMULO À LEITURA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

 

DE LIMA, Idivane Sandrin[1]

 

RESUMO

 

Na sociedade atual, a formação dos brasileiros por meio da leitura na escola tem sido uma temática que tem provocado muitos questionamentos e reflexões sobre as políticas de formação de leitores. A escola precisa desenvolver suas práticas para incentivo para o hábito da leitura e, principalmente, as proposições sobre o perfil do leitor nas instituições de ensino. Estas questões são justificadas para o apontamento de respostas para a carência de qualidade no que tange à construção do hábito de ler. A leitura é um elemento essencial nas relações humanas, pois permite ao leitor contato com diferentes informações. É necessário possuir a habilidade de múltiplos letramentos, conceito que relaciona a compreensão da leitura ao contexto social. Desta forma, o objetivo central deste trabalho versa sobre os hábitos de leitura entre adolescentes, que, cada vez mais, se apropriam do espaço virtual para a prática de leitura. O problema da pesquisa consiste em investigar o impacto produzido pelas tecnologias da Informação e Comunicação no processo de Alfabetização e Letramento, mediante e metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica.  Conclui-se que é urgente que as TICs sejam utilizadas nos espaços escolares, pois, conforme previsto nas legislações educacionais, a escola deve preparar o aluno para se tornar um sujeito social, capaz de compreender os diversos textos veiculados na sociedade. Através do percurso realizado, foi possível perceber que de fato os adolescentes estão conectados ao mundo virtual e a escola nem sempre tem cumprido o seu papel de mediação do ensino/aprendizagem através dos meios digitais.

 

Palavras-chave: Educação. Educação Fundamental. Leitura. Novas Tecnologias.

 

ABSTRACT

 

In today's society, the training of Brazilians through reading at school has been a theme that has provoked many questions and reflections on the policies of training readers. The school needs to develop its practices to encourage the reading habit and, mainly, the propositions about the profile of the reader in educational institutions. These questions are justified for pointing out answers to the lack of quality in terms of building the habit of reading. Reading is an essential element in human relationships, as it allows the reader to contact different information. It is necessary to have the ability of multiple literacies, a concept that relates reading comprehension to the social context. In this way, the central objective of this work is about reading habits among adolescents, who, more and more, are appropriating the virtual space for the practice of reading. The research problem consists in investigating the impact produced by Information and Communication technologies in the Literacy and Literacy process, through the methodology used was the bibliographic review. We conclude that it is urgent that ICTs are used in school spaces, as, as provided for in educational legislation, the school must prepare the student to become a social subject, capable of understanding the various texts conveyed in society. Through the journey, it was possible to realize that in fact adolescents are connected to the virtual world and the school has not always fulfilled its role of mediating teaching / learning through digital media.

 

Keywords: Education. Elementary Education. Reading. New technologies.

 

RESUMEN

En la sociedad actual, la formación de brasileños a través de la lectura en la escuela ha sido un tema que ha suscitado muchas preguntas y reflexiones sobre las políticas de formación de lectores. La escuela necesita desarrollar sus prácticas para fomentar el hábito lector y, principalmente, las propuestas sobre el perfil del lector en las instituciones educativas. Estas preguntas se justifican para señalar respuestas a la falta de calidad en términos de construcción del hábito de la lectura. La lectura es un elemento fundamental en las relaciones humanas, ya que permite al lector contactar con diferentes informaciones. Es necesario tener capacidad de alfabetización múltiple, concepto que relaciona la comprensión lectora con el contexto social. De esta forma, el objetivo central de este trabajo es acerca de los hábitos de lectura entre los adolescentes, quienes, cada vez más, se están apropiando del espacio virtual para la práctica de la lectura. El problema de investigación consiste en investigar el impacto que producen las tecnologías de la Información y la Comunicación en el proceso de Alfabetización y Alfabetización, a través de la metodología utilizada fue la revisión bibliográfica. Concluimos que es urgente que las TIC se utilicen en los espacios escolares, ya que, tal y como prevé la legislación educativa, la escuela debe preparar al alumno para convertirse en un sujeto social, capaz de comprender los distintos textos que transmite la sociedad. A lo largo del recorrido se pudo constatar que de hecho los adolescentes están conectados al mundo virtual y la escuela no siempre ha cumplido con su rol de mediadora enseñanza / aprendizaje a través de los medios digitales.

 

Palabras clave: Educación. Educación elemental. Leyendo. Nuevas tecnologías.

 

 

 

 1. INTRODUÇÃO

 

A era digital vem provocando mudanças significativas no comportamento humano. O atual cenário de mudanças rápidas e radicais também pode ser percebido na educação, fazendo assim com que os profissionais que lidam com educação, busquem novas alternativas para atingir os objetivos sociais que lhes responsabilizam, não por novas possibilidades, mas sim para aquisição de conhecimento.

O presente artigo nasce de uma problemática de grande reflexão, cujo objeto é   investigar o impacto produzido pelas tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), no processo de Alfabetização e Letramento, bem como as possibilidades de ampliação dos hábitos de leituras dos alunos do Ensino Fundamental.

A metodologia aplicada no desenvolvimento desse artigo, trata-se de pesquisa bibliográfica, mediante o levantamento de referências teóricas já avaliadas e publicadas em meios eletrônicos e escritos, tais como: livros e artigos científicos.

Entendemos que, nesse momento do século XXI, os desafios como escolas sucateadas, falta de recursos, profissionais sem capacitação,  impedem na prática que as políticas educacionais, tais como garantir direitos iguais de acesso e aprendizagem, conforme consta no documento BNCC – Base Nacional Comum Curricular, sejam de fato garantidas a todos os educandos do nosso país. No Brasil, ainda existem muitos desafios para melhorar a educação, desde a pré-escola às universidades, e investir na formação de professores é primordial.

No que tange à formação contínua, trata-se de uma estratégia de melhoria de qualidade de ensino. Compreende-se que a leitura é fundamental à vida de todas as pessoas. Livros não são apenas objetos de decoração e quando abertos podem ser instrumentos de grandes viagens, aventuras e aprendizado. No entanto, nos dias atuais, a tecnologia traz o livro de forma diferenciada, disposto na web, em páginas coloridas e interativas, onde com apenas num toque, o usuário pode adquirir conhecimento.

O contato com a internet expõe o aluno a uma nova linguagem, contribuindo para a aquisição e construção do conhecimento, ou seja, o aluno terá contato com palavras diferentes o que enriquecerá seu vocabulário, aprenderá funções da informática e perceberá que até a forma do texto exposto na tela do computador é diferente.

Outro dado é que a internet está inserida no ambiente escolar como uma ferramenta que facilita o trabalho do professor, pois o mesmo pode e deve utilizá-la como auxílio em pesquisas, buscando novidades e informações que podem ser levadas para o cotidiano das salas de aula, e com isso, levantando discussões sobre diversos temas e assuntos, proporcionando dessa forma, maior conhecimento para os alunos e para si próprio e tornando a aula dinâmica e prazerosa.

É óbvio afirmar que a leitura é indissociável ao ofício pedagógico. Mais previsível ainda é contar com ela diariamente na sala de aula. Refere-se, não somente à leitura de portadores de texto vinculados ao conteúdo a ser desenvolvido, mas também ao contato da leitura através da prática de contar histórias.

Nesses últimos anos, a escola pública brasileira tem buscado melhorias nas suas condições. A implantação da informática e a compra de livros pelo governo vêm aumentando e tomando espaço na escola e, como ela é uma instituição sistemática, os professores assumem uma função extremamente importante e decisiva: a promoção. Para isso, há de se considerar o interesse e o estágio de capacidade de leitura do leitor.

O respeito aos direitos de quem lê como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar ou até mesmo o de não ler, também torna o ato de ler valorizado. Cria um vínculo indissociável, em que a leitura passa a atrair o leitor e na qual, por sua vez, este não deseja desprender-se.

Assim sendo, as questões que se apresentam para a realização desse trabalho são: A realização de parcerias com a Tecnologia Digital, que hoje está se tornando mais disponível à população e clientela escolar, que têm acesso a ela seja em casa, na escola, na Lan house, etc.. pode ser considerada como elemento facilitador e estimulador da leitura pelos alunos?

O objetivo geral é utilizar as Tecnologias como elemento facilitador e estimulador do gosto pela leitura. Enquanto os específicos são: Incentivar a relação entre o ensino de Literatura e os recursos tecnológicos, tornando a disciplina mais atraente e contextualizada às novas demandas dos estudantes do Ensino Fundamental; Analisar as diferentes situações de leitura orientadas e/ou livres no ambiente virtual, comparando as apropriações dos alunos nas vivências de leitura de livro impresso e livro digital e verificar os critérios utilizados pelos alunos na seleção dos gêneros literários, considerando suas preferências.

            A seguir será apresentado informações sobre os principais temas vinculadas neste Artigo: no primeiro capítulo é feita uma revisão de literatura sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), uma nova ferramenta pedagógica e os desafios do professor, a falta de Políticas Públicas, voltada a este recuso.

Apresenta-se uma breve discussão sobre os aspectos relevantes para o ensino e utilização das TICs na escola, na sociedade, pois o seu uso possui um valor relevante se for adequado e coerente com os objetivos traçados pela escola e pelo professor. Desse modo, fica evidente que as (TICs) são essenciais na educação, se a intenção for informar o aluno e promover uma transformação intelectual.

No segundo capítulo, discorre-se o uso das TICs pelos professores em suas práticas pedagógica, expõe o grande desafio, pois muitos professores não têm a qualificação tecnológica e nem interesse em apropriar-se desse conhecimento (VIEIRA PINTO, 2005).

Assim, o processo de ensino e aprendizagem com o uso das TICs, “não dispensa o professor” (DEMO, 1998, p. 61), mas dá ênfases ao trabalho docente com o uso das TICS. Cita-se também os parâmetros da LDB e dos PCNs quanto aos novos espaços de linguagem que favorecem a interação entre professor e aluno por meio das TICs.

 

 

 

2. AS NOVAS TECNOLOGIAS COMO ELEMENTO DE ESTÍMULO À LEITURA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

As tecnologias afetam o processo de informação e comunicação (TIC), afetam o processo de ensino e os professores enfrentam um grande desafio: utilizar as ferramentas tecnológicas como meio de ação docente. Neste sentido, o professor precisa acompanhar o ritmo das mudanças tecnológicas e aplicar as novas TICs na sua rotina escolar, que mudaram o conceito do tema, identidade e sociedade.

Atualmente, nossa sociedade tem um novo termo “sociedade da informação”. O crescimento da informação e o acesso conveniente estão mudando a sociedade e a educação é fundamental nesse processo. A velocidade da informação atingiu uma velocidade elevada, o que nos permite um acesso rápido, fácil e agradável. Tudo isso é atribuído ao desenvolvimento da era digital,

 

todas as ferramentas relacionadas à tecnologia também invadiram o mundo da leitura e da escrita. Por isso os alunos podem adotar algumas estratégias para utilizar tipos de texto digital para vivenciar diferentes situações de leitura e escrita, como: facebook, blog, msm, twitters, sites e muitos outros gêneros (OLIVEIRA e SANTOS, 2014).

 

As novas tecnologias trouxeram inovação para o seio da sociedade, por outo lado, também representam um desafio para as escolas. Afinal, não basta ter os equipamentos na escola, é necessário treinamento para que, os professores saibam como utilizar esses recursos de maneira adequada.

Vale ressaltar que faltam políticas públicas para atender a essas necessidades e os professores interessados no desenvolvimento tecnológico buscam qualificar e aplicar de forma proativa seus aprendizados na prática educacional.

Dessa forma, os educadores podem ter um lugar real na aprendizagem dos alunos e começar a refletir sobre suas próprias práticas para superar desafios, como o uso de novas tecnologias. Moram el al. (2000, p. 15) apontam esse tema, “para utilizar recursos técnicos, deve haver objetivos reais, tais como: informar os alunos, promover a transformação do conhecimento e uma visão holística do mundo”

Dessa forma, a tecnologia se apresenta como meio de desenvolvimento do processo de ensino de ferramenta colaborativa. No entanto, é preciso entender que o uso das tecnologias de informação e comunicação não ensina por si só os alunos, e o professor ainda é o principal mediador responsável pelo alcance de seus objetivos e metas de trabalho.

Por toda a parte, estão vários tipos de leitura, destacando a relevância tecnológica do ser humano. A velocidade da informação permite que o conhecimento seja revisto, atualizado, revisado e sistematizado. Diante desse conhecimento dinâmico, Kleimam e Morais (2002, p. 90) enfatizam que “uma sociedade altamente tecnológica precisa de indivíduos que possam dar continuidade ao processo de aprendizagem de forma independente. Para isso, os cidadãos precisam ler”. Especialmente na sociedade considerada multicultural de hoje, isso requer habilidades de leitura em vista das inúmeras possibilidades de comunicação.

Nesse sentido, Foucambert (1994, p. 5) falava em leitura ao afirmar: “Ler é ser questionado pelo mundo e por si mesmo”, significa que certas respostas podem ser encontradas na forma escrita, o que significa criar respostas.  Integrar parte das novas informações às existentes.

Vale ressaltar que ler é um processo de interação com a escrita, com o mundo, com os professores e com as TICs. Novas tecnologias, e são disponíveis, por causa da comunicação e interação entre pares ou grupos, para que o comportamento de leitura se torne um comportamento social, é preciso atualizar,

Afirma-se que o uso da tecnologia tem um valor relativo e será significativo se for adequado e atender aos objetivos traçados pela escola e pelos professores. Portanto, o objetivo desejado justifica a tecnologia. Além de ter que conhecê-los e lidar com eles, o educador precisa acompanhar as mudanças constante e efetivamente implementá-las por meio da utilização de estratégias que possam orientar o aluno na leitura de diferentes tipos de textos existentes no ambiente tecnológico.

Essas tecnologias vêm se atualizando tanto no campo da leitura e da escrita quanto no cotidiano das pessoas, e as escolas precisam utilizar essa ferramenta para promover a aprendizagem, pois o tipo de texto está em constante remodelação. Dessa forma, o professor tem a função de estimular, motivar e medir esse processo, atitude que deve ser adotada e os alunos devem ser despertados para a leitura crítica, a diversidade do gênero que circula na escola, na vida social e política, etc.

As pessoas acham que esse tema relacionado à leitura e ao uso das TICs em sala de aula é muito importante, principalmente por ser uma realidade que se encontra no cotidiano escolar. Diante disso, esse tipo de reflexão é de grande relevância para todos os que promovem o ensino relacionado a eventos e conhecimentos voltados à formação de alunos leitores.

TIC – Tecnologia de informação e Comunicação – oferece oportunidade de leitura em várias situações: os alunos leem na escola, em casa, na rua, etc. Tudo isso pela possibilidade de entrar em um mundo tecnológico. O texto eletrônico com múltiplas possibilidades de leitura garante que o leitor possa utilizar esta atividade em qualquer circunstância. Segundo Pietri (2009, p. 28):

 

A leitura do texto eletrônico se caracteriza pela possibilidade da não linearidade e pela fragmentariedade, ou seja, pelas possibilidades que o texto eletrônico oferece para o leitor de, com um simples clique em um determinado lugar da página que está sendo observada na tela do computador, ou do próprio texto que está sendo lido na tela, acessar uma outra página, um outro texto, sem que a leitura do primeiro texto tivesse sido realizada na íntegra.

 

A facilidade e a mudança que os textos técnicos nos trouxeram e promoveram o avanço da cultura e do texto impresso. Os recursos audiovisuais impressionam e fascinam os leitores, que podem sentido visitando diferentes textos de acordo com seus interesses.

Assim, como se percebe, a leitura ocupa um lugar importante no ambiente tecnológico. Coscarelli (2007, p. 87) confirmou essa discussão dizendo: “A realidade dinâmica e virtual se apresenta de diferentes formas e nos mais diferentes estilos de texto”. A leitura é um bem cultural que pode interagir com a nossa realidade.

Na escola e na sociedade, com o uso das TICs, a leitura começa a ganhar uma nova identidade, além de promover uma leitura diversificada em diferentes situações, agrega efeitos visuais à escrita. Pode-se dizer que essa experiência pode melhorar e expandir ao alcance da leitura nos mais diversos desenvolvimentos tecnológicos.

 

2.1. A APLICABILIDADE DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO ESCOLAR

 

            Como espaço de convivência e interação, a escola também precisa utilizar recursos para divulgar seu trabalho. No meio da era digital, as TICs foram propostas para apoiar a prática escolar. As TICs fornecem elementos que ajudam a compreender a conexão entre o ambiente tecnológico e a aprendizagem, por isso são relevantes na prática docente. (COSCARELLI 2007, p. 121), “A comunicação e a interação mediadas pelo computador e pela rede são uma grande esperança. Além disso, também tende a criar novos métodos de ensino e auxiliar na aprendizagem’”.

            Diante da aprendizagem centrada da tecnologia (PIERRE LÉVY, 1999), oferece aos professores duas expressões no contexto da era digital. Eles serão: arquitetos cognitivos e estrategistas de aprendizagem. O primeiro será um profissional que poderá utilizar criticamente o equipamento técnico através dos métodos e procedimentos que visam a aprendizagem contínua, autônoma e abrangente: segundo o profissional se tornará um animador e mediador da sabedoria coletiva e um estimulador do conhecimento.

Os professores da língua portuguesa podem utilizar as novas tecnologias e realizar diversas atividades com os alunos para estimular sua capacidade de concretização dos objetivos traçados pelos educadores.

            A aplicabilidade das TICs promove interação interesse e autonomia, permitindo aos alunos compreender e utilizar essas ferramentas de forma prática. Diante disso, segundo (BARRETO, 2001, p. 199-200), o conceito de leitor professor tornou-se mais amplo.

            Desta forma, as TICS promovem novas terminologias, novos conceitos e novos métodos de trabalho nas escolas, principalmente para os professores de lingua portuguesa, que necessitam de disponibilizar estas novas estratégias para garantir uma prática atualizada e estimulante.

 

2.2. A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA PRÁTICA DOCENTE

 

Na atualidade brasileira desse século, houve um grande avanço que revolucionou a educação, a partir do momento que foi inserida do contexto escolar uma ferramenta de suma importância, a tecnologia que foi chegando naturalmente.

A novidade tecnológica chega acompanhada de grandes desafios na área educacional, a maioria dos professores não estão capacitados, em relação as necessidades de habilidades dos alunos, conforme o objeto do conhecimento estabelecidas na Base Nacional Curricular Comum, a competência 5 diz: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar” (BRASIL, 2018, p. 09).

Segundo (VIEIRA PINTO, 2005, p. 221), “A sociedade atual coloca a tecnologia em segundo plano, quando se trata de adquirir novos conhecimentos ou uma extensão profissional, um produto da percepção humana que retorna ao mundo em forma de ação, materializado em instrumentos e máquinas". Este conceito envolve a maioria dos docentes, pelo desinteresse em apropriar-se desse conhecimento tecnológico.

O computador é visto por muitos como um instrumento moderno, embora a maioria não tem o conhecimento das operações facilitadas que ele pode proporcionar, em promover aprendizagens. Educacional.   

Mesmo associado à internet em uma sala de aula é necessária uma didática dentro de um contexto Curricular, pois os recursos tecnológicos, sem um objetivo, não promovem a aprendizagem. (SPRITZER E BITTENCOURT, 2009, p. 132) enfatiza que “A qualidade educativa desses meios de ensino depende, mais do que de suas características técnicas, do uso ou exploração didática que realize o docente e do contexto em que se desenvolve”.

O processo de ensino e aprendizagem com o uso das TICs, não dispensa o professor, na teoria de (DEMO, 1998, p. 61), “o fator central da qualidade da aprendizagem do aluno na escola é o professor, ao lado do esforço reconstrutivo pessoal de cada aluno”, O papel do professor é essencial para criar situações dinâmica e incentivar os alunos a construção de novos conhecimentos.

Se uma das funções da escola é “reconstruir conhecimento, considerando que o conhecimento se difunde no mundo atual em grande parte a partir da forte presença dos meios de comunicação” (SPRITZER; BITTENCOURT, 2009, p. 155).

O professor precisa ter uma visão intelectual que supera a dominação, o desconhecimento  e assumir compromisso com as novidades de um mundo  tecnológico, consciente que a inserção das TICS na sala de aula seja para transformar  os conhecimentos dos aluno. Ou seja, avançar as novas oportunidades de percepção e apreensão, incentivar a curiosidade, ativando assim,  a conexão e  o entendimento  de  resoluções dos conteúdos disciplinares

A partir de um conceito cultural que a escola é o fator fundamental na aquisição do hábito de ler, a mesma deve oferecer recursos tecnológico (TICs) adequado para  o desenvolvimento do aluno leitor. Ler diferentes gêneros, diariamente, leituras que produzem efeitos diferentes, que transforme a ação do aluno, diante do texto lido.

Para Martins (2006, p. 33),

 

a leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido – seja escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Esse diálogo é referenciado por um tempo e um espaço, uma situação; desenvolvimento de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função de expectativas e necessidades, do prazer das descobertas e do reconhecimento de vivencias do leitor.

 

Uma das maiores pertinência da Educação é a formação de alunos leitores, com a intencionalidade que busca ressaltar o universo de amplas possibilidades adquirida por meio da leitura.

 

2.3. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO UM NOVO ESPAÇO NO ENSINO FUNDAMENTAL

 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBE) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) traz orientações sobre “formas contemporâneas de linguagem”, ou seja, as mídias, no processo da leitura, ao mesmo tempo, as TICs são um recurso didático-pedagógico. Nos documentos das Diretrizes Curriculares Nacionais compreende-se uma melhor reorganização curricular que atenda as exigências imposta pelas diversidades e complexidade cultural da nossa geração.

            Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) determinam, dentre outros, o trabalho específico do professor “o exercício de atividades de enriquecimento cultural”, “o uso de tecnologias da informação e da comunicação e de metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores” e o saber “relacionar” as linguagens dos meios de comunicação à educação.” (BRASIL, 1997, p.).

As instituições escolares abrangem diversos espaços, que durante muito tempo considerou -se adequado para os ensinos aprendizagens. Nos dias atuais acontece diversas transformações, na construção de novos espaços entre eles a inserção das TICs que privilegia o currículo na construção de saberes entre os docentes e alunos.

Essa conexão traz outros pensamentos, novos saberes no momento que surge variedades de leituras, sem imposição de qualquer conceito. A educação deve buscar eixos estruturais que sustenta o uso das TICS para formar este aluno leitor com novos ideais, ser responsável quanto ao uso das tecnologias no contexto cultural e social da Educação.

Nessa nova linguagem das TICs, o docente assume diferentes condutas. Como afirmam Provenzano & Waldhelm (2009, p. 24),

 

estudos realizados com professores alfabetizadores de classes populares, Kramer e André (1984) constataram que o sucesso na atividade docente não depende diretamente do método utilizado, mas do modo como se estabelece a relação entre o conteúdo, a disciplina, o afeto e o processo de aprender.

 

Por se tratar de um novo espaço de aprendizagens, na medida em que surge   novas vivências e práticas no ensino, a classe docente  necessita de capacitar para o ensino e aprendizagem dos TICs, dentro dos planos de aula, considerando as diversas particularidade dos alunos, os conhecimentos do senso comum aprendidos em família e sociedade, pois “tudo o que o aluno traz para a escola como ‘conhecimento prévio’ se estruturou em sua relação com o seu meio [...], do qual os meios de comunicação fazem parte” (SPRITZER; BITTENCOURT, 2009, p. 161).

Nessa compreensão, o grande desafio escolar, além de incorporar o uso das TICs nas práticas pedagógicas, vai além de observar o que os alunos  entendem sobre as TCS, e elaborar uma Avaliação Diagnóstica, a partir  daí refazer as  práticas pedagógicas, conveniente com “os usos tecnológicos oriundos de uma matriz social que gerou o atual progresso tecnológico” para “criar boas práticas de ensino para a escola de hoje” (SPRITZER; BITTENCOURT, 2009, p. 159), uma vez que a realidade está direcionada em um padrão de comunicação descentralizado e plural, que suporta uma alteração e reestruturação dos textos, através de inúmeras intervenções nas diversidades tecnológicas.

Para tanto, é sim possível transformar os conhecimentos educacional por meio da tecnologia, com alternativas pedagógicas, investimentos públicos e a responsabilidade em cumpri as Leis Vigente que orientam o uso das TICs no processo de ensino aprendizagem

 

2.4. METODOLOGIA

           

O estudo segue a metodologia de pesquisa bibliográfica e é realizada a partir do levantamento de referências teóricas, em meios eletrônicos e escritos, tais como: como livros e artigos científicos já publicados. Está relacionada ao levantamento de publicações, artigos, entre outros conteúdos literários cujo foco é o assunto estudado.

Serão utilizados como subsídios, para o levantamento de dados, o Scielo (Scientific Eletronic Library Online), além de livros, revistas e artigos científicos.

De acordo com (GIL 2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Para Koche,

 

A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres. Na pesquisa bibliográfica o investigador irá levantar o conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para auxiliar a compreender ou explicar o problema do objeto da investigação (KOCHE, 2013, p.122).

 

Os dados que serão utilizados para elaboração serão dados secundários, são dados já existentes, elaborados dos pesquisadores ou entidades. O público alvo do estudo foi delimitado nos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O conhecimento pode ser encontrado através da leitura e esta, por sua vez, possibilita formar uma sociedade consciente de seus direitos e de seus deveres; possibilita que estes tenham uma visão melhor de mundo e de si mesmos.

A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.

Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois não as praticamos, e através da leitura rotineira, tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente. Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler, talvez nem as teríamos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas. O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem, é a leitura que proporciona a capacidade de interpretação.

Diante do exposto, compreende-se que toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica. Porém, sabe-se que há muitos fatores que dificultam a formação de sujeitos leitores nas séries iniciais, em nosso Município, em nosso Estado e em geral no ensino do País.

Urge, portanto uma maior conscientização sobre a importância do ato de ler, e uma tomada de posição por parte dos órgãos competentes. Não podemos prosseguir com uma educação que compactua com a estrutura de dominação e de exclusão, que vigora em nossa sociedade atual.

É preciso mobilizar ações que permitam à leitura tomar o lugar que lhe é devido. Enquanto ela for relegada ao último plano no processo educativo, continuaremos assistir um contingente sempre maior de crianças condenadas ao fracasso escolar, a desistência do direito inalienável da pessoa humana: o exercício da cidadania, o que significa a derrota da democracia.

Contudo, a leitura pode ser a grande aliada à educação, na busca de novas conquistas no processo de transformação, até atingir a meta de uma sociedade verdadeiramente justa, onde cada indivíduo tenha vida digna, uma vida plena.

Vale ressaltar que não basta apenas ler, é importante analisar, interpretar e conhecer para agregar valor à atividade ou necessidade que se tem. Ao utilizar recursos tecnológicos para ensinar literatura nas escolas, torna-se um novo método, uma nova estratégia e não uma solução para os problemas de ensino no Brasil.

Ensinar literatura usando recursos tecnológicos não é colocar o aluno na frente do computador e esperar que só com esse ato o mesmo irá descobrir o prazer pela leitura, mas é preciso criar estratégias, metodologias para que o aluno reconheça a relação que existe entre literatura e modernidade.

Quando o professor faz essa relação entre o aluno e a literatura por meio das TICs, abre possibilidades para os mesmos criar novas reestruturação dos textos, além de propagar através de inúmeras intervenções nas diversidades tecnológicas. Se ele tem conhecimentos tecnológicos e faz uso dos softwares nas aulas, associando na construção de conhecimentos, por meio de promoções Incentivos, haverá transformações no ensino da literatura.

Portanto, esta pesquisa serviu para direcionar os conceitos sobre novos metodologias, com mais ação e reflexão sobre as habilidades pedagógicas e os novos espaços que as TICs podem contribuir para um melhor desenvolvimento intelectual dos alunos da era digital. Dada esta relevância, sugere-se maior aprofundamento mediante novas pesquisas.

 

REFERÊNCIAS

 

BARRETO, R. G. As novas tecnologias e implicações na formação do leitor-professor. In: MARINHO, M. (Org.) Ler e navegar. Espaços e percursos de leitura. Campinas: Mercado de letras/ Associação de leitura do Brasil, 2001. P. 119-214.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Brasília: MEC, 1996.

 

BRASIL.  PCNs, Parâmetros curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília: MEC/SEF, 2018.

 

COSCARELLI, C.;   RIBEIRO,      A.        E.        Letramento  digital:           aspectos sociais     e possibilidades pedagógicas. 2 ed. Belo Horizonte: Ceale; autêntica, 2007.

 

DEMO, Pedro. Professor & tecnologia. Tecnologia Educacional, nº 143, p. 52-63, 1998.

 

FOUCAMBERT, J. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

 

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

 

KLEIMAN, A. & MORAIS, S. E. Leitura e interdisciplinaridade – tecendo redes nos projetos da escola. Campinas: Mercado das Letras, 2002.

 

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 33 ed. Petrópolis: Vozes, 2013, 182 p.

 

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed.34, 1999.

 

MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006 – (Coleção primeiros passos; 138

 

MORAN, J. M. MASSETO, M. T. BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.

 

OLIVEIRA, Nonato de; SANTOS, Luciana Pereira dos. leitura e novas tecnologias: questões para a prática de ensino do professor de língua portuguesa. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/setepe/2014/Modalidade_1datahora. Acesso em 29 março 2019

 

PIETRI, E. Práticas de leitura e elementos para a atuação docente. 2 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2009.

 

PROVENZANO, Maria Esther; WALDHELM, Mônica Vieira. Didática. Curso de Especialização em Educação Tecnológica – Módulo IV. Rio de Janeiro: Cefet/RJ, 2009.

 

SPRITZER, Ilda Maria de Paiva Almeida; BITTENCOURT, Paulo C. Tecnologias da Informação e Comunicação. Curso de Especialização em Educação Tecnológica – Módulo II. Rio de Janeiro: Cefet/RJ, 2009.

 

VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de tecnologia. V. I. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.