As minhas lágrimas

Por Rabim Saize Chiria | 22/03/2017 | Crônicas

A vida inspirou-me somente num dia em que deus virou o seu olhar para minha direcção, no sentido de efectivar pelo menos um sonho meu que tanto existe mim. Se um ser humano foi feito para viver uma eternidade, a mim não me interessa ter muitos dias de vida e, não realizar um dos seus sonhos. Para mim bastava o nosso louvado pai oferecer ao homem um dia cheio de amor, paixão, compaixão e concretizar todas as suas vontades que tiver. Isso Seria uma vida eterna e abençoada.

Ninguém vive sem recordação do passado, pois, assim teria uma mente vaga para combater a amargura da vida diária, como se tem dito recordar é viver. É muito bom ter esperança de alcançar um certo objectivo pela frente, no caso de um amor, profissão, e mais sonhos que te possam fazer ficar feliz por um momento ou eternidade. 

Aminha vida entra nessa jogada, no sentido amoroso que só contando essa história possivelmente poderei voltar ao meu equilíbrio, porque até agora estou em conexão com um amor perdido no passado, assim segue a minha alegre e triste história de amor, paixão sei-la. Conheci uma garrota muito especial na escola bem no início do ano lectivo e estávamos na mesma turma. Quando a vi pela primeira vez, o meu coração entregou-se a tamanha tentação da aquela famosa boneca de serra; logo no mesmo instante quis declarar tudo o que sentia por ela.

Mas o que? Se era a primeira vez que tinha a visto. Seria paixão, amor, ou a penas um simples encantamento por não ter visto antes uma moça tão mil que nem ela? A mente travou-me por um tempinho, mas o coração lembrou-me que se demorasse a reagir seria uma derrota inconsolável para o meu sonho de ter alguém muito especial nos meus braços selvagens. Por isso foi ter com ela. Quando cheguei quis antecipar logo em contar os meus sentimentos, mas não consegui dizer nada o que sentia por ela. Eu perguntei se ela fazia parte daquela turma, uma pergunta baba que eu já sabia qual seria a resposta. Neste caso, ela simplesmente olhou para mim, por uns segundinhos és a resposta dela: “claro que sou desta turma e convido-te a vir sentar comigo porque ainda não tenho colega da carteira”.

Eu não tinha uma outra alternativa a não sei aceitar aquele convite ingénuo por parte dela, assim ficamos colegas da carteira, mas deixar aquele dia passar sem dizer o motivo que tinha me levado aproximar-lhe seria uma timidez sem concerto até passar o ano lectivo todo e, assim criei uma pequena coragem e derramei as minhas as aguas: “eu te amo colega” e ela espantada possivelmente sem ter percebido a minha afirmação disse: “o que falou?” eu respondi, “nada” ficamos sem falar por um tempinho, mas com a ganância do meu coração voltei aos meus sentimentos, mas desta vez com toda calma falei-lhe: eu apaixonei-me por ti e quero a ter em meus braços.

Sem mais delongas calei-me timidamente olhando para o chão e, ela virou o seu olhar para os lados e, de seguida virou o olhar para mim e, um sorriso insinuante nos lábios sem dizer nada e, eu aflito a espera de um comentário por parte dela. Mesmo assim tive que esperar por tanto tempo só para ouvir o suspiro dela, porque mesmo passando um tempo, ela continuou calada e a olhar para mim e, já estava a pensar que ela não tivesse percebido o meu derramar.

Daí quis repetir o meu enunciado: “ colega, antes de terminar ela fecha a minha boca e diz não precisa repetir, já entendi, eu abafado interroguei-me então? Ela me respondeu de um ar de quem não queria nada dizendo: “olha, acho que eu não estou preparada para”…desta vez, eu é que cortei as palavras dela com o medo de ouvir “um não” como resposta por parte dela e, eu disse: “colega se estiveres indecisa não precisa de me responder agora, eu aceito esperar”

. Ela não quis deixar de me responder e retomou as palavras que já vinha dizendo: “não estou preparada para te dar um não como resposta porque eu também a horas já estava de olhos em ti”. “Ufhi”! “Hoje é meu dia de sorte” gritei para mim mesmo dentro do meu coração.

Na verdade não vi o tempo a passar isto porque as horas estavam a respeitar aquele momento da sentença final, a uma vida a dois, pois, o que restava era para me activar nos braços dela e mergulhar nos lábios dela para sentir o efeito do amor a primeira vista.

Sendo a primeira vez seria falta de coragem ou simplesmente vergonha, porque deixei passar um tempinho e, depois com receio segurei a mão dela e beijei, mas com o rosto virado para a cara dela a procura de reacção e descobri assim que, ela trazia um olhar convidativo para a aprofundar os toques mágicos, depois de tantos roços procurei a boca dela que já estava também molhada a espera da iniciativa minha para descobrir se aquilo era amor ou uma simples inclinação.

Mas ao querer mergulhar-me nos lábios dela tomei em conta que estávamos na sala de aula, em plena aula de Filosofia, e todos colegas tinham virado o seu olhar para aqueles pombinhos que éramos nós, mas o professor não exitou expulsar-nos da sala de aula dizendo: “ vão terminar isto lá fora”. Bom, eu não gostei daquela expulsão repentina so de pensar naquela recompensa que ia ter lá fora. Saímos alegremente de mãos dadas com ela. Depois de sairmos ela descobriu que havia uma sala vazia, assim puxou-me para aquela sala, ou seja, ninho de amor. Fechamos a porta e as janelas, depois de eu ter fechado a última janela virei para ela e descobri que ela já tinha provocado o divórcio com a roupa dela, já estava nua.

E qual seria a minha reacção pela surpresa de ver pela primeira vez uma deusa bem nua na minha frente esperando que eu tirasse a roupa também não e? Assim o fiz e, ela pegou a minha mão colocou nos seios “há! Que mamas tão prazeirosas e maciosas, não podia parar por ai” seria um crime a cometer perante a minha pessoa, assim aprofundei mais e, mais que até nos consumimos por inteiro. Mas que magia aqueles movimentos sobre aquela cama de alcatifa! Terminado o nosso estágio profissional para um longo percurso de amor saímos e fomos directamente para casa esquecendo nossas pastas na sala.

Quando tomei conta da minha pasta voltei a escola, ao entrar a encontrei-me novamente com ela que também tinha ido buscar a pasta, cada um levou a sua pasta sem falar nada rumo a casa, bom para mim foi um ato muito ridículo em não trocar impressões sobre o acontecido. E falei para mim mesmo, será que não gostou…? Mas quem seria eu para julgar o comportamento, se mesmo eu não consegui falar nada e, o meu calar era de gostar. E passou assim um dia agradavelmente digno; isto por meu lado e, não sabendo por parte dela. 

Eno dia seguinte pediu-me para que nos separássemos da carteira porque não íamos conseguir concentrar-nos a aula, anão ser de passar todo o tempo de olhar-nos um para o outro. Salientou também que o nosso amor continuaria sem obstáculos, assim usufruímos o nosso amor todo primeiro semestre, mas como é o nosso conhecimento que não há alegria sem a tristeza e, para estragar essa alegria que tivemos no primeiro semestre, apareceu a tristeza logo no início do segundo semestre, onde o nosso amor tornou desastroso devido a transferência dos pais dela para uma outra região de serviço, assim nos separamos definitivamente porque desde esse tempo até agora nunca mais nos encontramos. Mas como vou arrancar o mal pela raiz desse amor? 

Por Rabim Saize Chiria

Correio electrónico: Saizemmm@gmail.com