As Intervenções Pscicopedagogicas no Processo de Alfabetização e Letramento

Por Daisy Tenório dos Santos | 11/04/2017 | Educação

          O presente texto vai abordar sobre como as práticas psicopedagogicas podem e devem auxiliar no processo de alfabetização e letramento, como também na aquisição do desenvolvimento tanto da leitura quanto da escrita dos alunos. Além disso, vai abordar o que realmente significa as dificuldades de aprendizagem e o papel do pscicopedagogo nesta vertente, auxiliando desta forma, os  professores em seu processo de ensino e os alunos no desenvolvimento da aprendizagem. Como referencial teórico, serão abordados as citações de diversos autores, como: Piaget, Vygostky, Emília Ferreiro, Magda Soares, Paulo Freire, etc. Contudo, um texto esclarecedor que vai abrir ainda mais a mente sobre a temática.

           Trabalhar as vertentes da alfabetização e do letramento não é uma tarefa fácil, mas a Pscicopedagogia pode ajudar e muito no esclarecimento de esta e também de outras questões que são levantadas. Contudo, é de extrema importância de que o assunto precisa ser observado de foram mais crítica, para que assim haja sucesso no processo de ensino e de aprendizagem. Como ponto de partida, vamos diferenciar o que é alfabetização e letramento.

           Mas o que reamente significa estes termos? Ambos podem ser comparados? Ou podem ser distintos um do outro? De acordo com Magda Soares (2004), "no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se mesclam, se superpõe, frequentemente se confundem" (p.7). A autora também afirma que "alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não são inseparáveis: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita" (1998, p.47). Além disso, Soares afirma que "Letramneto é, pois, o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escreve: o estado ou a condição que adquireum grupo social ou um indivíduo como consequencia de ter-se apropriado da escrita" (2001,p.18). Para Lorenzet e Girotto (2010), "o processo de alfabetização depende também das experiências prévias de cada alfabetizando, que acontecem antes mesmo da educação escolar, através das atividades não-formais que as crianças vivenciam" (p.3).

            Os estudos de Emília Ferreiro contribuíram e muito para entender melhor o assunto. Ela afirma que:

 

É necessário imaginação pedagógica para dar às crianças oportunidades ricas e variáveis de interagir com a linguagem escrita. É necessário formação pedagógica para compreender as respostas e as perguntas das crianças. É necessário entender a aprendizagem da linguagem escrita é muito mais que a aprendizagem de um código de transcrição: é a construção de um sistema de representação (1985, p. 38).

 

            Paulo Freire (2011), salienta de que a leitura de mundo precede a leitura da palavra. Isto singfica que antes da criança ser escolarizada, ela faz o seu conhecimento de mundo na família, na vizinhança e outros locais, abrangendo a o desenvolvimento de sua linguagem de interpertar o mundo ao seu redor.

 

(...) a escrita deve ter significado para as crianças, que uma necessidade intrínseca deve ser despertada nelas e a escrita deve ser incorporada a uma tarefa necessária e relevante para a vida. (...) Só então poderemos estar certos de que se desenvolverá não só o hábito de mãos e dedos, mas como uma forma nova e complexa de linguagem (VYGOTSKY, 2007, p. 144).

           

     Através de seus estudos, Piaget (1896-1980), apresentou as diversas fases de desenvolvimento humano: sensório-motor (do nascimento aos 2 anos de idade), pré-operatório (de 3 a 6 anos de idade), operatório-concreto (de 7 a 10 anos de idade) e operatório-abstrato (dos 11 anos em diante). O pesquisador também trabalha com o termo "assimilação-acomodação". Dá para perceber que os estágios de desenvolvimento cognitivo também influenciar a aquisição do aprendizado, principalmente na leitura e na escrita.

          Sendo que nem tudo são flores. Existem também as dificuldades de aprendizagem, as quais são influenciados por diversos fatores. São eles: físicos, sensoriais, neurológicas, emocionais, intelectuais ou cognitivas e educacionais. Moraes (2015), classifica diversos problemas que comprometem a aprendizagem dos alunos, dentro do ambiente escolar. São eles: atraso na fala, dislalias, dislgossias, afasia, disfasia, dislexia, discalculia, disgrafia e hiperatividade. Não é fácil identificar esses problemas, pois precisam de diversos auxílios, como também de tratamento médico, pscicopedagogico e pscicológico para auxiliar na resolução desses problemas.

           O papel do pscicopagagodo, de acordo com Dulce Vieira (2011), é "como investigadora das causas que bloqueiam o processo natural de aprender (...), o professor poderá criar situações de sucesso, de modo que êxitos superem os fracassos, pois 'nada produz tanto êxito com o próprio êxito'" (p.20). Desta maneira, ao investigar estas causas, o pscicopedagogo pode e deve auxiliar a equipe pedagógica da instituição na elaboração de atividades específicas e também na intervenção de todo o processo de ensino e aprendizagem.

        Para concluir, é necessário compreender que a Psicopedagogia tem um papel muito importante sobre as práticas de aprendizagem, dentro do ambiente escolar, e principalmente no campo da alfabetização de alunos. Muita gente sabe que a situação da educação no nosso país vem sempre piorando. Segundo dados divulgados recentemente pela mídia, "entre 2013 e 2014 os avanços foram poucos, no nível nacional, ou seja, os números mostram que a realidade é totalmente diferente. E o próprio MEC reconheceu que uma em cada oito crianças não sabe ler e escrever" (Santos, 2016,p. 37). Mas isto não significa que tudo está perdido. Tanto professores quanto alunos precisam fazer a sua parte para que haja melhorias em todo esse processo, para que frutos sejam colhidos. 

Referencias bibliográgicas. 

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FERREIRO, Emília. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 2013, 17 ed.

FERREIRO, Emília. Relações de (in)dependência entre a oralidade e a escrita. Porto Alegre: Artmed, 2003.

FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2015, 51 ed.

GIROTTO, Juliana Carla; LORENZET. A alfabetização e letramento na prática pedagógica. Erechim: URI, 2010.

MORAES, Kênia Aparecida Silva de. Dificuldades de Aprendizagem e Suas Causas no Processo de Alfabetização. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/dificuldades-de-aprendizagem-e-suas-causas-no-processo-de-alfabetizacao/129723/. Acessado em 08/04/2017.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

SANTOS, Daisy Tenório dos. A Prática de Atividades Diagnósticas de Escrita e Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento. Rio de Janeiro: UERJ, 2016.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2015.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2004.

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SOARES, Magda. Linguagem e escola; uma perspectiva social. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1989

VIEIRA, Dulce. O Papel da Psicopedagogia Frente às Dificuldades de Aprendizagem. Disponível em: http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/05/app-frente-as-dific-de-aprendizagem.pdf. Acessado em 10/04/2017.

VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.