AS INTER-RELAÇÕES DO TURISMO COM A LITERATURA BRASILEIRA

Por Lais Sodré da Silva Santos | 24/09/2010 | Sociedade

INTRODUÇÃO

O estudo da relação entre o turismo e as obras literárias brasileiras é fundamental para o meio acadêmico, uma vez que apresenta novos olhares sob duas áreas de conhecimento, aparentemente, muito distintos. A análise é possível por causa do caráter multi, inter e transdisciplinar do turismo.
Através deste objetivo geral buscou-se estudar a descrição feita por Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis levando em conta os estilos literários a que pertenciam e as características da época. Podem-se encontrar paralelos entre tais descrições e a paisagem atual, que em decorrência do tempo e da ação humana sofreu leves ou grandes mudanças no cenário.
A importância do tema deve-se a grande contribuição que as obras literárias brasileiras oferecem para o fenômeno turístico, de maneira implícita, pois o objetivo inicial destes livros não era promover turisticamente um determinado local. Para um aprofundamento mais específico, verificou-se esta contribuição através das obras consideradas clássicas, devido a sua magnitude para a literatura e que têm o Rio de Janeiro como cenário, mostrando as riquezas históricas, culturais e naturais da cidade.
Percebe-se que há diversos motivos para que um turista visite determinado local e a leitura de um bom livro pode acarretar na escolha deste, pois quando uma pessoa decide ler um livro, inicia apenas como leitora, mas no decorrer desta atividade, através da descrição de cenários e lugares, pode vir a tornar-se turista.

METODOLOGIA

Para elaboração deste artigo realizou-se um levantamento das obras literárias brasileiras clássicas que apresentam recursos naturais, culturais e históricos da cidade do Rio de Janeiro. Esta pesquisa bibliográfica foi realizada na Biblioteca José de Alencar da Faculdade de Letras-UFRJ e no acervo de livros da pesquisadora.
Escolheu-se estudar a contribuição do turismo nas seguintes obras: A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo, Cinco minutos/ A Viuvinha de José de Alencar e Dom Casmurro de Machado de Assis.
Foi feito um estudo comparativo entre as paisagens do século XIX e as contemporâneas, tendo como base as descrições feitas pelos autores e a realidade conhecida pela pesquisadora.

DESENVOLVIMENTO
Para fazer uma comparação entre algumas obras literárias brasileiras e a atividade turística, será utilizado como parâmetro a definição de turismo dada pela Organização Mundial do Turismo, que diz:
"Soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência temporário e voluntário motivado por razões alheias a negócios ou profissionais" (WTG, 1991, p.5).Trata-se de um fenômeno em que o turista visita determinado destino por motivos variados, sem fins lucrativos e utiliza-se de serviços e equipamentos turísticos como entretenimento, alimentação, transporte e meios de hospedagem.
A Cidade Maravilhosa, como é carinhosamente chamada, é um dos principais cartões postais brasileiros, devido a sua riqueza natural (praias, rios, cachoeiras, parques, trilhas) e cultural (museus, centros culturais, igrejas, teatros). Recursos naturais, históricos e culturais estão presentes no Rio de Janeiro de maneira diversificada, são atrativos turísticos que embelezam a cidade e contribuem para fazer desta um dos destinos mais escolhidos do Brasil por turistas nacionais e estrangeiros (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008).
Entre as obras literárias brasileiras clássicas que retratam os recursos naturais, históricos e culturais do Rio de Janeiro, destacam-se: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro (ASSIS, 1997); O cortiço e Casa de Pensão (AZEVEDO, 1979,1997); A Moreninha e O Rio do Quarto (MACEDO, 1995,1997); Triste Fim de Policarpo Quaresma (BARRETO, 1997); Cinco minutos e A viuvinha (ALENCAR, 2002); Laços de Família e A hora da estrela (LISPECTOR, 1998); Agosto (FONSECA, 1990).
Os cenários destas obras não são fictícios, os autores não inventaram, eles conheceram os lugares e escreveram suas obras baseadas no que existia no local. Talvez uma atração, uma curiosidade, ou até mesmo um desencantamento pelo que se vê, faz com que muitos autores de obras literárias tenham vontade de escrever um roteiro em cima das características do local. É o que aconteceu, por exemplo, em Grande sertão: Veredas, Guimarães Rosa esteve na cidade de Jaraúba, norte de Minas Gerais para registrar um dos mais importantes livros da literatura de língua brasileira.
O objetivo de cada autor, ao escrever uma obra, é desenvolver sua história e a de seus personagens. Para isso, cria-se todo um cenário e há, muitas vezes, detalhada descrição de onde se passa o contexto. Com isso, o escritor visa que o leitor se adapte ao cenário descrito e possa imaginar de certa maneira todo o lugar onde cada situação se passa, viajando através da imaginação.
Quando o leitor vive a experiência de viajar sem sair de casa, muitas vezes tem vontade de conhecer o lugar que tanto leu em determinada obra e o qual idealizou, podendo se desiludir (ao perceber que o local não era exatamente o que imaginava) ou se surpreender (ao constatar que o lugar visitado supera suas expectativas em relação à localidade fantasiada). Desta forma, o ledor torna-se turista, mesmo que o propósito do escritor não tenha sido de promover certo lugar.

A MORENINHA
A Moreninha foi o primeiro romance de Joaquim de Macedo (1820-1882), publicado em 1844. Devido a grande aceitação do público para com o romance, este foi transformado em filme (1915), peça de teatro (1968) e novela (1975), nas décadas seguintes. Macedo traz um romance de entretenimento, cuja função é divertir e permitir que o leitor utilize a imaginação em cada cena narrada. Através de características do Romantismo (subjetividade, sentimentalismo) o autor conta uma história de amor, entre uma heroína nacional (beleza morena opondo-se à beleza loira estrangeira) chamada Carolina e um jovem estudante (Augusto) cuja identidade misteriosa é revelada somente no fim do romance. Dentro deste contexto, belas descrições de pontos turísticos do Rio de Janeiro são feitas.
No momento em que um dos estudantes chega à Ilha de Paquetá, onde os personagens foram passar um feriado, o autor descreve minuciosamente todo o percurso e tudo de belo que se vê no caminho e assim o leitor tem dados suficientes para montar na imaginação o local. Traço que somente através dos livros é possível: viajar sem sair do lugar.
A Ilha de Paquetá foi descoberta em 1555, antes da fundação da cidade do Rio de Janeiro (1565), foi transformada em Área de Preservação do Ambiente Cultural (APAC), é proprietária de uma rica história, de lendas apaixonantes, paisagens encantadoras, da famosa Pedra da Moreninha ? a literatura usada para promover o destino turístico - e de muitos outros atrativos. Possui um imenso acervo arquitetônico e paisagístico, com diversos bens Tombados e Preservados e um estilo de vida em sociedade pitoresco. A ilha tropical atrai cariocas, turistas nacionais e estrangeiros interessados em desfrutar do lazer a poucos minutos do centro urbano carioca, tendo a natureza como pano de fundo, é um lugar ideal para passear com a família, namorar e se divertir.
É muito provável que ao terminar de ler a obra o leitor busque numa primeira oportunidade, visitar a Ilha de Paquetá e conhecer seus encantos, transformar em real o que estava no imaginário e voltar outras vezes para levar parentes, amigos ou somente a fim de observar as mudanças que o tempo e ações humanas trouxeram ao local, o que infelizmente, decepciona alguns leitores. Porém, ainda assim é importante, pois constitui parte do processo de concretização da imaginação, da fantasia do leitor.
A obra faz parte da identidade de algumas pessoas, que por conta do romance foram batizadas de Carolina ou Augusto, ou que simplesmente, se identificam com a história. Um passeio à ilha proporciona sensações maravilhosas, como a de subir na pedra em que os personagens namoravam, passear de charrete, bicicletas, conhecer a casa da avó de Filipe e Carolina, tomar banho de sol, brincar na areia, passar a tarde olhando pro mar, contemplando a natureza, o silêncio e a tranqüilidade que o lugar oferece, conforme mostra a Figura 1. Para chegar e sair é necessário pegar uma barca na Praça XV -centro da cidade-e desfrutar por volta de uma hora e dez minutos, de um passeio muito agradável, apreciando a bela vista que o Rio de Janeiro oferece.






Figura 1. Atrativos da ilha de Paquetá. Fonte: Veleiro...(2008).
Os recursos naturais aparecem diversas vezes, ressaltando por hora de maneira irônica (outra característica do Romantismo) as maravilhas da cidade, por possuir muitas praias e outros atrativos simples em trechos como: "Se deseja saber o mais interessante episódio de minha vida, entremos nesta gruta". "Foi, pois, há sete anos, [...] brincando em uma das mais belas praias do Rio de Janeiro, vi uma menina que não poderia ter ainda oito". "Um nariz com tal cavalete, que parece o morro do Corcovado!..." (MACEDO, 1995, p.48,49 e 74, grifo nosso). A gruta citada, é atrativo turístico para quem visita a Ilha de Paquetá atualmente, mostrada na Figura 02. Desta forma, desperta em leitores que não conhecem a cidade o interesse em visitar estas belas praias, e pontos turísticos mundialmente conhecidos(Morro do Corcovado), surpreender suas expectativas e verificar se o que se imaginava é melhor ou pior que a imagem verdadeira.








Figura 2: Gruta da ilha de Paquetá. Fonte: Paquetá...(2008).
A imaginação pode ir além do real, visto que com o tempo a Baía de Guanabara ficou muito poluída por intervenção humana, logo, hoje não é possível tomar banho de mar nas praias da ilha, vê se na Figura 03, mas isso não tira o charme que a mesma possui. O fato é que a realidade atual é outra, não só o Rio de Janeiro, mas o resto do mundo, sofreu modificações físicas e antropológicas, traços inevitáveis, que poderiam ter ocorrido em menores proporções, por isso a grande preocupação contemporânea em viabilizar uma prática de turismo mais sustentável para que os recursos naturais não se esgotem. Uma das vertentes do turismo que poderá ser abordada em outros estudos.








Figura 3: A ilha da Moreninha atualmente. Fonte: Flickr (2008).

CINCO MINUTOS E A VIUVINHA
Os romances Cinco Minutos e A viuvinha de José de Alencar (1829-1877) contam uma história de amor e têm por cenário a cidade do Rio de Janeiro. O estilo artístico era o Romantismo, que tinha como características presentes nestes dois romances, a exaltação da natureza, o patriotismo, idealização do amor e da mulher, o subjetivismo e o predomínio da imaginação sobre a razão. Desta forma, deve-se levar em consideração que em muitas das descrições feitas pelo autor podem prevalecer aspectos do imaginário.
O narrador utiliza-se de um artifício em que ele finge estar se dirigindo a uma prima, a quem conta as duas histórias: a de seu casamento com Carlota (Cinco minutos) e a de uma amiga de sua mulher (A viuvinha). Assim o leitor lê o romance como quem surpreende uma conversa que não lhe é dirigida.
Em Cinco Minutos o narrador-personagem perde o ônibus das seis horas da tarde de Andaraí, graças a um de seus defeitos: a impontualidade. E por conta desse atraso de apenas cinco minutos ele embarca no ônibus das sete horas e conhece a senhorita por quem se apaixona. Trata-se de uma donzela que usava um véu de seda e rendas para esconder o rosto e suas formas, despertando a fantasia do narrador em descobrir através de esforços da imaginação quem é sua amada e por onde ela anda. Para isso voltava todos os dias a Andaraí no ônibus das sete horas, viajava para Tijuca e Petrópolis com a tentativa de esquecê-la já que considerava a viagem um remédio soberano e talvez o único eficaz.
Na obra apresentam-se recursos naturais da cidade tais como: montanhas da Tijuca; uma natureza quase virgem de Petrópolis; margens da Restinga; Prainha; mares e montanhas de ilhas graciosas que bordam a baía (ALENCAR, 2002).
O início do romance A viuvinha traz referências que hoje são palco do turismo carioca.

"Se passasse há dez anos pela praia da Glória, minha prima, antes que as novas ruas que abriram tivessem dado um ar de cidade às lindas encostas do morro de Santa Teresa, veria de longe sorrir-lhe entre o arvoredo, na quebrada da montanha, uma casinha de quatro janelas com um pequeno jardim na frente" (ALENCAR, 2002, p.51, grifo meu).

As ruas do centro da cidade são famosas pelos edifícios históricos (alguns deles são atrativos históricos e culturais), por apresentarem como características: os teatros, salões, centros culturais, bibliotecas, livrarias, museus e igrejas, ruas estreitas, chãos de pedra, referência do comércio a preços populares, variadas vidraças de lojas que fazem desta rua o passeio habitual dos curiosos (Figura 4).















Figura 4: Centro da cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Flickr (2008).

Durante a semana vê-se muitos trabalhadores correndo para resolver suas tarefas, visitantes conhecendo os atrativos, estudantes passando, e a noite o agito é nos bares, botequins, restaurantes e casas noturnas. Além disso, tem-se também a Lapa, que hoje é grande referência da badalação carioca, o bairro mais vibrante do Rio de Janeiro, possui shows, bares, gafieiras e boates para todos os gostos musicais. Tais características não são recentes, é o que se vê na Figura 5, pois já eram citadas na obra de José de Alencar e que perduram até os dias de hoje.














Figura 5: O centro da cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Fonte: Anema...(2008).
Faz-se uma relação entre um trecho da obra A viuvinha e um tipo de turismo denominado turismo religioso, visto que proporciona um belo passeio e uma sensação de prazer ligada a um atrativo cultural e religioso: a Igreja da Glória, apresentada na Figura 6.

Daí a pouco o sino da igrejinha da Glória começou a repicar alegremente; esse toque argentino, essa voz prazenteira do sino, causou-lhe uma impressão agradável. Vieram-lhe tentações de ir à missa. A manhã estava lindíssima, o céu azul e o sol brilhante; quando não fosse por espírito de religiosidade excitava-o a idéia de um belo passeio a um dos lugares mais pitorescos da cidade (ALENCAR, 2002, p.53).

















Figura 6. Igreja da Glória. Fonte: RJ...(2008).

Há também relações entre hospitais que segundo autor, são grandes e de boa estrutura, ele diz que o hospital da Misericórdia. É um lindo edifício com uma vista panorâmica sobre a natureza da cidade e o hospital de Santa Luzia considerado um dos maiores. Compara ainda, as Obras da Misericórdia a reputação do Arco das Águas Livres de Lisboa e a Ponte Nova de Paris. São traços de admiração turística, ainda que não se entre num destes locais para um passeio.
No entanto, o narrador retrata um lado negativo de muitas regiões do Brasil, a presença de mendigos perto dos bares, restaurantes, teatros e nas ruas do centro. Ele ainda faz uma crítica à classe alta por ignorar a existência destes e o problema social. Na época, eles habitavam, principalmente, os bairros da Prainha e Misericórdia. Atualmente, o Rio de Janeiro possui mendigos em praticamente todos os lugares, seja na zona central, sul ou periférica. Trata-se de uma realidade brasileira que não deve ser ignorada, há no local um descaso por parte das autoridades responsáveis pela questão, e isto pode prejudicar a venda da cidade como destino turístico, se esta não apresentar aspectos positivos superando em quantidade e qualidade os negativos.

DOM CASMURRO
Joaquim Maria Machado de Assis, um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, publica na segunda fase realista, algumas de suas obras mais destacadas como: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Machado nasceu no Rio de Janeiro e no ano de 2008 completou-se cem anos de morte do maior escritor brasileiro do século XIX. Percebe-se que há uma predominância do centro da cidade carioca nas obras do escritor.
A história de Dom Casmurro pode ser facilmente localizada, datada e resumida: no Rio de Janeiro do Segundo Império (1857) Dom Casmurro narra sua vida enquanto Bentinho, apelido dado quando jovem. O narrador é o próprio personagem, toda narrativa está condicionada à sua própria visão dos acontecimentos. Quando jovem, foi destinado à vida sacerdotal devido a uma promessa feita pela sua mãe, Dona Glória. No entanto, essa vida não lhe atrai e o rapaz desiste de seguir como seminarista, indo para o exterior estudar Direito. Após finalizar seus estudos ele volta e casa-se com Capitolina, ou simplesmente Capitu, sua grande paixão. Bentinho tem um amigo chamado Escobar, que é amigo íntimo do casal. O mesmo morre, e em seu velório, Bentinho percebe o olhar com o qual Capitu contempla o defunto, e a partir desse acontecimento ele passa a ter suspeitas sobre a fidelidade de sua esposa, e o fato do filho do casal parecer tanto com Escobar, faz com que Bentinho tenha dúvidas ainda maiores quanto à questão.
Separados, Capitu viaja para a Europa com o filho Ezequiel, onde morre anos depois. Já rapaz, Ezequiel volta ao Brasil e Bentinho apenas constata a semelhança entre ele e seu antigo amigo. Seu filho volta para a Europa, lá se estabelece e morre.
Bentinho permanece com suas dúvidas e, com isso, cada vez mais se reclusa; por este motivo, começa a ser chamado de Casmurro pelos amigos e vizinhos; então, quando velho, Casmurro põe-se a escrever sobre sua história, e grande incerteza: a lealdade de Capitu.
Neste contexto, o autor utiliza-se de ruas e atrativos do centro da cidade e da Lapa para pôr veracidade em sua história. É importante saber que no Realismo de Machado de Assis há diversas formas de percepção do real, o modo de apresentação do real instituído pela ficção é mais importante do que a realidade propriamente dita, por isso muitas das descrições confundem-se na cabeça do leitor para distinguir a percepção que o narrador tem e o suposto real em si.
Em 1848, a Estrada de Mata Cavalos passou a ser rua, foi aberta em terrenos altos e secos quando a maioria das ruas cariocas se constituía ainda em verdadeiros pantanais, logo se transformou a Rua de Mata Cavalos numa das preferidas da gente rica ou fidalga. Caracterizava bem a vida urbana do século XIX, no Rio de Janeiro, a rua permitia o acesso a bairros da zona norte, como Engenho Velho, bairro a que o narrador se refere diversas vezes no livro, conforme mostra a Figura 7. Deste modo Machado de Assis faz-lhe várias referencias em suas obras, localizando nela, entre tantos personagens, Capitu e Bentinho protagonistas de Dom Casmurro, moradores desta rua. Em 1875, a rua passa ser nomeada Rua Riachuelo, Figura 8.













Figura 7: Rua de Mata Cavalos Figura 8: Rua Riachuelo. Fonte: Nikipan (2008).
CONCLUSÃO
A leitura de um livro inevitavelmente exercita a imaginação do leitor, principalmente os romances. É uma viagem muito prazerosa, capaz de misturar aspectos fictícios com fatos reais. O Rio de Janeiro, de forma geral permite aos leitores, moradores e turistas que gostam de literatura e história conhecer e se entrelaçar no contexto bem apresentado na arquitetura da cidade.
Percebe-se que a cidade sofreu muitas modificações que de certa forma poderiam prejudicar a atividade turística nos locais apresentados. No entanto, elas foram naturais e inevitáveis para o desenvolvimento e crescimento da mesma, elevando assim a qualidade para atender não só a demanda turística, mas a toda população que vive nos centros urbanos. Quando uma localidade tem potencial turístico deve desenvolvê-la, mesmo que para isso o lugar tenha que sofrer algumas alterações, sem afetar a estrutura da cidade e sua história.
Ao identificar os aspectos turísticos nas obras literárias e estudar suas cooperações, verificou-se que em Paquetá, por exemplo, a pedra da Moreninha é muito famosa e é utilizada como marketing para atrair turistas, ou seja, a obra de Joaquim Manuel de Macedo mesmo sem ter sido construída com este objetivo, contribui para a promoção do turismo na ilha. Desta forma, fica claro que a leitura de uma obra literária pode instigar no leitor uma vontade de conhecer a localidade descrita.
Então, futuros e atuais turismólogos devem pensar em desenvolver uma propaganda maior destes destinos turísticos utilizando como meio as obras literárias, uma vez que o interesse em conhecer belos lugares pode estar associado ao conhecimento histórico e literário. Além disso, trabalhos futuros serão realizados para ratificar essa influência, através de pesquisas de campo com entrevistas.





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