AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por GISLAINE SILVA DE OLIVEIRA | 08/02/2018 | Educação

RESUMO

A escola deve cuidar e ampliar dimensões dos conteúdos dos componentes curriculares, incluindo o estimular das inteligências. A teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner é uma alternativa de conceito de inteligências como uma capacidade que permite um desempenho maior ou menor em qualquer área de atuação do indivíduo. Podemos destacar outros fatores essenciais para uma aprendizagem como a afetividade, referindo às vivências do indivíduo e a necessidade de transformar concepções de conhecimento e inteligência que permeiam as ações do professor. Para os pesquisadores a emoção é o vínculo mais forte entre os indivíduos, a relação da criança com o mundo exterior é um início de sociabilidade. O afeto é uma manifestação importante e necessária. Cuidar do aspecto afetivo em todo o processo ensino-aprendizagem é construir o conhecimento e cada criança é diferente em sua fase de desenvolvimento.

Palavras-chave: Aprendizagem. Inteligência. Afetividade.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das diferentes habilidades de uma criança são características que classificam o tipo de inteligência que cada pessoa possui, bem como as facilidades.

A área educacional visa à aprendizagem social, objetivando por elementos culturais, produzindo um novo olhar às práticas pedagógicas. Nem todas as pessoas têm ou possuem os mesmos interesses e mesmas habilidades ou aprendem da mesma maneira. Ninguém aprende tudo de uma vez o que tem para ser aprendido. A tarefa maior é a de compreender as capacidades e interesses dos alunos e da escola.

Diante dessa evolução os termos relacionados à afetividade foram sofrendo transformações conceituais. Para Vygotsky (WOOD apud VYGOTSKY, 2003) a afetividade é considerada a energia que move ações humanas, ou seja, sem afetividade não há interesse nem motivação.

A afetividade tem sido base teórica no desenvolvimento escolar, a sua importância de qualidade das primeiras relações afetivas da criança, implica diretamente no desenvolvimento emocional e afetivo, na socialização, nas interações e na aprendizagem.

O ser humano é dotado de desejos e sentimentos próprios que começam a se desenvolver desde o seu nascimento. Ao longo da infância no processo de desenvolvimento ocorre o socioafetivo nesse período são importantes as interações que proporcionam vivências afetivas tanto da família quanto dos professores que exercem um papel relevante neste momento, são eles que coordenam o processo de aprendizagem.

É importante saber que o aluno tem conhecimento espontâneo e tais conhecimentos são trazidos das vivências que a criança leva á sala de aula. A influência das relações sociais no desenvolvimento dos alunos, o aumento das oportunidades de conversação e argumentos durante as aulas também acrescentam no processo de raciocínio e habilidade deles em compreender os temas propostos.

A relação entre a afetividade e a aprendizagem, isto é, entre professor-aluno, é base para a construção do conhecimento e desenvolvimento da inteligência assim como para o processo de aprendizagem. É um composto fundamental nas relações interpessoais que também norteia a vida escolar.

Nas escolas os alunos experimentam e estão expostos a diversos afetos, desde o prazer de realizar atividades e raiva de discutir com os colegas, depende da qualidade dos estímulos e das necessidades básicas do ambiente para que se possa desenvolver e estimular as inteligências múltiplas as quais todos os indivíduos possuem uma mais desenvolvida que a outra, mas é possível desenvolver mais que uma.

A TEORIA

Para Howard Gardner (1995) o ser humano tem muitos tipos de inteligência. Ele é considerado um dos demolidores do conceito de Quociente de Inteligência (QI). Ele acredita que se deve afastar totalmente dos testes e das correlações entre eles, observar as fontes de informações mais naturalistas a respeito de como as pessoas e o mundo se desenvolve capacidades importantes para seu modo de vida. É importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando o aluno a desenvolver suas capacidades intelectuais, e, para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.

Em uma entrevista a Revista “Mente e Cérebro”, Gardner diz:

A visão tradicional a respeito da inteligência, que prevalece há centenas de anos, sustenta que em nosso cérebro existe um único computador, de capacidade muito geral. Quando funciona bem, a pessoa é inteligente e capaz de destacar-se em qualquer atividade. Se o desempenho for apenas razoável, o portador consegue resultado satisfatório em diversas circunstâncias. Mas se funcionar mal, o dono desse equipamento é um tolo, incapaz de estabelecer relações coerentes. Discordo disso tudo. Creio que a relação cérebro-mente pode ser descrita como um conjunto de oito ou nove sistemas distintos de elaborações fundamentais. Um deles pode atuar muito bem enquanto outro apresenta rendimento mediano e um terceiro funciona mal (Disponível em: https://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/multiplas_inteligencias_imprimir.html. Acesso em 30/09/2011. grifo nosso).

Gardner (1995) sugere que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve dar crédito ao conteúdo da inteligência em teste. Se cada inteligência tem um certo número de processos específicos, esses têm que ser medidos com instrumento que permitam ver a inteligência em questão em funcionamento. Para ele a avaliação deve ser ainda ecologicamente válida, isto é, ela deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das crianças sendo avaliadas. Também enfatiza a necessidade de avaliar as diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações adultas específicas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em manifestações tais como: a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos.

Ao invés de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, observar as crianças durante uma atividade, desenhos, montagem, etc.

Uma teoria de Gardner (1995) pluraliza o conceito tradicional de inteligência, que é bem mais que responder questões ou resolver problemas dentro de uma determinada cultura, ambiente ou comunidade.

A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo. Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso (GARDNER, 1995, p. 21).

Ele considera que as inteligências como potenciais biológicos puros devem e podem ser visto numa forma pura, em quase todas as pessoas as inteligências funcionam juntas.

Em minha opinião, o propósito da escola deveria ser o de desenvolver as inteligências e ajudar as pessoas a atingirem objetivos de ocupação e passatempo adequados ao seu espectro particular de inteligências. As pessoas que são ajudadas a fazer isso acredito, se sentem mais engajadas e competentes, e, portanto mais inclinadas a servirem à sociedade de uma maneira construtiva (GARDNER, 1993, p. 16).

Gardner (1995) apresenta sete ou mais tipos de inteligências diferentes, para a educação infantil, pré escola, destaca-se apenas sete, muitos dos quais não valorizadas pela escola. É importante que os professores proporcionem experiências de aprendizagem diversificadas aos seus alunos. As inteligências definidas por Gardner são: Inteligência Linguìstica; Inteligência Lógico-matemática; Inteligência Visual-espacial; Inteligência Corporal-cinestésica; Inteligência Musical; Inteligência Interpessoal; Inteligência Intrapessoal.

A teoria das Inteligências Múltiplas é elaborada á partir das origens biológicas de cada capacidade de resolver problemas. A tendência biológica nesta participação deve também ser vinculada ao estímulo cultural de cada região e também ser valorizada em um ou mais ambiente cultural.

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