As ideias fundamentais de Charles Hadji, avaliar para poder formar
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 17/08/2012 | EducaçãoAs ideias fundamentais de Charles Hadji, avaliar para poder formar.
Avaliação formativa da aprendizagem.
Para Hadji, filósofo e pedagogo, a grande pergunta, o verdadeiro sentido da avaliação, responde o filósofo, é apenas formativo, por ser esse o verdadeiro objetivo da educação. Avaliar para formar, essa é sua teoria epistemológica. A qual deve ser entendida.
Parte significativa dos professores, diz Hadji, cedeu à burocracia do sistema da educação a respeito da avaliação. Professores completamente acomodados e não estão dispostos a mudança.
Aplicam provas e desenvolvem trabalhos, com objetivo, em exigência a respeito ao conceito, associado ao desempenho, em referência ao aproveitamento com o caráter de aprovação ou reprovação, ao final de um ano letivo. O que é inteiramente condenável.
Defende práticas conservadoras do processo pedagógico da formação, sem considerar que o verdadeiro objetivo da avaliação, visa tão somente à formação.
Esse sistema de avaliação segundo Hadji está completamente superado, segundo as exigências modernas, uma formação coerente para a complexidade da sociedade. Qual a verdadeira razão do saber, essa questão não é colocada no fundamento do mecanismo da avaliação.
Charles Hadji procura valorizar outro método de avaliação, cuja epistemologia denomina-se de formativa, voltada para o conhecimento mais aprofundado de cada aluno e, por consequência, para a melhoria da aprendizagem.
Conhecer o aluno, seus limites, para ajudá-lo na complementaridade do desenvolvimento do seu saber, avaliação tem apenas uma finalidade para conhecer os estágios de atraso para melhor realizar a formação do aluno.
Não pode ter como objetivo medir conhecimento para aprovação ou reprovação segundo a metodologia antiga de verificação adequada a aprovação ou reprovação, em acordos com métodos tradicionais.
Hadji doutor em filosofia, sempre ajudou na formação de professores. Escreveu muitos livros, sobre práticas de avaliação e processos de aprendizagem, ele é diretor do departamento de ciências da educação da Universidade de Grenobles.
A sua filosofia da educação envolve a preocupação com o aspecto pedagógico, ao que interessa ao desenvolvimento para o saber do aluno, acredita em referência aos professores, somente uma pequena parte compreende que a avaliação pode ser um instrumento pedagógico necessário em função do sucesso dos alunos.
Ao desenvolvimento das pessoas e, com efeito, da própria sociedade, e por outro lado, o processo radical do sistema social, quando é desenvolvida com coerência a avaliação formativa.
Ajudando ao aluno entender a complexidade do funcionamento social e dos mecanismos políticos da própria organização institucional.
A educação pertence à priori a um saber que não tem fim, é por fundamento interminável. Portanto, com efeito, é um exuberante erro pensar que suas ambições e finalidades podem ser realizadas completamente, seria pura alienação, nada por natureza poderá ser absoluto.
Aqui está a grande questão de como pode funcionar a avaliação formativa. Não há instrumentos específicos para ela, não funciona por um determinado método, de certa forma o que caracteriza é um pouco anárquico.
Resta apenas o desejo o de colocar o tempo e suas atividades a serviço da aprendizagem, revendo constantemente o próprio mecanismo do processo, e o que é de certa forma melhor para os alunos.
Estar atento ao que os alunos desenvolvem procurar entender se eles têm dificuldades no dia a dia, levá-los a refletir a respeito delas.
A avaliação formativa é o ideal que contribui para regular nossa ação. Isso acontece diariamente, não prende apenas ao aspecto pedagógico, no sentido clássico da pedagogia, porque a formação é algo muito complexa e vai além da ação do professor na sala de aula.
Portanto, a questão da utopia ao que se refere de certo modo à política, ao que se favorecerá a prática pedagógica, à vontade para desenvolver o mecanismo formativo, com todas as dificuldades possíveis, com a finalidade de superar a imobilidade da sociedade, a modificação da força estratificada social.
A educação formativa nos dá a capacidade para permitir que o maior número possível de alunos aprenda elaborar o seu saber, seja ele dono do seu conhecimento, e nessa prática mude constantemente a sociedade, não existe outro motivo para se formar.
Diz Hadji que na França, essa forma de pensar pedagogicamente, começa a preocupar os professores inovadores, que pesquisam todos os meios para facilitar desenvolver aos alunos uma formação, numa perspectivamente criticamente, o grande objetivo é mudar a sociedade construindo novos meios, cuja cidadania seja mais completa.
Naturalmente esse movimento não é tão pacifico, nem todos aceitam a avaliação como pressuposto da construção do saber. Motivo ainda de resistência em muitos professores.
Eles acreditam por ideologias equivocadas que não há nada para mudar e que as coisas estão perfeitas, a sociedade caminha corretamente na perspectiva de um modelo político correto, é uma pena que ainda muita gente seja contrária a uma formação pedagogicamente comprometida com um novo tipo de saber.
Essa epistemologia entre inovadores e conservadores encontra-se sob o comando de um procedimento, ainda não muito razoável entre os pedagogos - que buscam o interesse pelo sucesso dos alunos na elaboração do saber.
Outros professores, por motivos distintos, longe desse ideário, sem motivação específica, defende apenas uma escola com o espírito do republicanismo, sem sequer imaginar o que se deve mudar estruturalmente, são eles os professores não comprometidos.
É muito importante diz Hadji estarmos constantemente avaliando a nossa prática, até mesmo a ideologia da nossa pedagogia, seu fundamento filosófico, se existe alguma dialética com o comprometimento social.
Ser avaliado e avaliar os outros. É uma atividade pedagógica essencial. Sua natureza é inquestionável, o caminho não poderá ser diferente. O grande passo consiste em como fazê-la pedagogicamente certa.
Avaliamos, não sob o mero pretexto de avaliar. É o que às vezes acontece, exemplo quando os alunos estão dispersos, indisciplinados o professor incompetente procura fazer uma prova surpresa, com a finalidade de intimidar o aluno, manter a ordem como disciplina, essa prática como pedagogia é inteiramente condenável.
O que deve fundamental é saber com sapiência, em que consiste uma avaliação. Seus ideários são quase sempre os mesmos. Há certa totalidade nesse aspecto. No entanto, por outro caminho, jamais deve se avaliar por mera comodidade institucional.
Então, devemos dizer claramente os fundamentos dominantes, que correspondem às formas de avaliação. A grande distinção: pode se avaliar o idioma, mas não pode de certa forma entender a sua compreensão usual, qual a extensão do fundamento dessa proposição.
A avaliação de um caráter exposto simplesmente com a finalidade para compreender objetivamente a melhor solução a ajuda do desenvolvimento do aluno, o que na prática está acontecendo com o mesmo.
A intenção que corresponde ao desejo do avaliador avalia-se não para julgar o valor daquilo que foi feito, não é essa a finalidade epistemológica, por não ser mais importante.
Mas tão somente para entender melhor a pessoa em questão. As condições, objetivas, precisamos construir um ideário próprio objetivando cada situação ou pessoa avaliada, a perspectiva de mudança, mudar para melhor atingir a utopia dos propósitos. Esse tipo de avaliação pode ser classificado como avaliador filosófico.
Um segundo tipo de avaliação, aquela que se denomina avaliador-juiz, procura levar em conta circunstâncias próprias para evolução do aluno. Como se tudo dependesse apenas do empenho do aluno e a justaposição do mecanismo aplicado. Não objetiva a formação.
Já o avaliador-técnico é um pouco mais complicado, por diversos fatores porque mede, sem instrumento próprio, sem adequação a necessidade da avaliação, usa falsos instrumentos.
Obtém resultados não necessários aos verdadeiros mecanismos. É o que classifica se como prática conservadora da ação pedagógica.
Compreende a um referencial pré-lógico e procura ver a situação do aluno avaliado em relação a essa opção. Com essa finalidade decide se a produção acadêmica do aluno ou sua maneira de fazer serem no seu desenvolvimento, suas individuações, são ou não aceitáveis, com relação à referência em proposição.
Avaliar com eficiência, o que é muito importante, implica necessariamente determinar o que deve ser avaliado, ao que se pode desejar da realidade avaliada, a verdadeira formação.
Se a avaliação não tem natureza rigorosa, é porque nós não entendemos o que esperamos dos alunos, muito menos sua função na ação política socialmente.
Quando não sabemos avaliar, é porque não sabemos o que desejamos da sociedade, não entendemos a razão de ser aluno no mundo moderno, avaliar corretamente resulta do desejar ver surgir na sociedade um novo mundo.
Um descortinar de realidades diferentes, é exatamente esse o objetivo da avaliação, que só poderá ser permanente para poder perceber os estágios do próprio desenvolvimento do saber construído.
O professor realmente crítico, comprometido com o processo, ele sabe perceber na realidade os sinais indicadores que nos possibilitam entender as expectativas se foram ou não realizadas.
Podemos dizer que há três fundamentos que correspondem a esses três tipos sociais não iguais da avaliação.
Uma delas corresponde apenas ao desejo de medir, para poder classificar ou não aos alunos, isso é inteiramente não aceitável do ponto de vista da lógica pedagógica.
A segunda avaliação por procedimentos de falsas medidas, a posição técnica, que deseja tão somente desenvolver uma avaliação científica atendendo a uma atividade do puro prazer por parte do professor.
Esse procedimento não corresponde com a verdade dos estágios necessários a formação em desenvolvimento na prática da formação permanente.
Outro aspecto o desejo de medir mesmo sabendo que tal formulação não seria bem sucedida, mas o professor está imbuído de uma lógica perversa, cuja finalidade é apenas, encontrar aceitabilidade para o comportamento pedagógico, em relação às expectativas.
Por ultimo, o que deve ser entendido com relação às expectativas a respeito das avaliações é o desejo de entender o que realmente acontece, sobre o próprio processo, com relação o entendimento dos estágios, para avaliar o jogo e verificar o que tem que retomar para desenvolver pedagogicamente a formação com eficiência, exatamente essa a proposta de Charles Hadji.
Edjar Dias de Vasconcelos.