AS DIVERSAS FORMAS DE LEITURA

Por Églei Trindade de Souza | 30/01/2017 | Adm

A alma da leitura está nos contos de fadas. Os contos e os mitos são apreciados tanto por crianças como por adultos, mas a atenção se dá no encanto das pessoas quando um mito é narrado. Os contos trazem mensagens implícitas que ajudam a criança a buscar respostas para superar suas dúvidas, de acordo com o seu estágio de desenvolvimento emocional. Essa leitura transmite a noção de certo e errado e as consequências das más ações realizadas, tanto pela criança como por outros. Funcionam como válvulas de escape para a explosão dos sentimentos. Podemos concluir que os contos de fadas se constituem em um tipo de literatura para a qual não existem barreiras de tempo, cultura e civilização, sendo um poderoso auxiliar no desenvolvimento da personalidade infantil, exercendo, portanto, uma função educativa uma vez, que, através deles é possível ensinar a criança a controlar seus medos e emoções e a viver de forma sadia e equilibrada. Nos contos de fadas a criança tem a oportunidade de entrar em contato com um mundo encantado e imaginário. Neste mundo encantado quando se narra um conto e se fala o "era uma vez”, a criança se transporta para um tempo especial, um tempo sagrado que a leva também a encarar o papel do herói, do príncipe ou a princesa. É importante deixar claro que existem vários tipos de contos de fadas, através de estudos desenvolvidos ao longo da história, ficou constatado que as crianças que desenvolve cedo ouvem histórias, são estimuladas a desenvolver o gosto pela leitura, desenvolvendo a capacidade de melhor entender seus semelhantes e sua vida no mundo real. Fazemos parte de uma sociedade letrada, e a leitura está presente em todos os níveis educacionais e sociais. Então cabe à escola a relevante tarefa de ensinar a ler, por isso é necessário devolver uma política de leitura que busque uma consistente formação leitora de crianças e jovens. “a maneira pela qual o professor concebe o processo de leitura orienta todas as suas ações de ensino em sala de aula”. Ezequiel Theodoro (2003b, p.40) Despertar o interesse de crianças pela leitura é uma tarefa que requer um professor criativo e ele mesmo um leitor, partindo então do conhecimento da criança, da realidade da realidade em que ela vive e da sociedade da qual faz parte, o professor deve mergulhar na seleção de livros e textos que “permitam a aprendizagem e a compreensão dos estudantes bem como o desenvolvimento de competências que possam levá-las à autonomia e maturidade em leitura”. (Silva 2003a, p. 26). Toda leitura é importante para o a aprendizagem do aluno, se estiver de acordo com sua necessidade no momento de escolha do que irá ler e souber quando e como utilizar os diferentes textos que estiverem ao seu alcance, portanto, quando o aluno entra em contato com os mais diversos tipos e gêneros textos diariamente , dentro e fora da escola, nas ruas em casa, na escola, enfim, em diferentes lugares de circulação social, os indivíduos se deparam com a exigência efetiva de leitura de alguns gêneros textuais. Tivemos, portanto, a intenção de relatar uma experiência de trabalho com o gênero fábula em sala de aula. Este método tem como objetivo levar o aluno do ensino fundamental a enxergar as atividades de leitura como continuidade da continuidade das contações de historia vivenciadas no âmbito do seu lar, ou da sua comunidade. As rodas de leitura e contação de historias podem ser um grande passo para discussões entre os alunos e o professo, fortalecendo seus relacionamentos. E de grande importância o estudo de gêneros como conto e lenda, ampliando o conhecimento do aluno no que se refere aos gêneros textuais. Outro ponto a ser citado é a importância do ponto de partida e de chegada desta atividade, portanto, atividade parte da palavra escrita, desenvolve-se na oralidade e retorna ao texto escrito, isso faz com que o aluno consiga ver a possibilidade de inserir a literatura em sua comunicação diária e em suas atividades e compreender a importância da leitura em sua aprendizagem. Devemos ressaltar que a leitura em voz alta pelo professor fará com que o aluno entenda melhor as palavras quando as encontra em sua própria leitura pois elas já não lhe serão desconhecidas. Utilizando os recursos da voz, do olhar, alguns gestos, estes auxiliam n a expressão e compreensão do texto lido A arte de contar história é um meio de comunicação ancestral. Isso nos obriga a pensar em Platão que, na sua república, já se referia á importância de contar contos, primeiros os contos, depois a ginástica para a Educação Física das crianças gregas, sem, contudo, negar a função de entretenimento que esses contos podiam proporcionar. E podemos ainda pensar nos jograis, trovadores, saltimbancos, menestréis, fufões, que de diversas formas que contavam histórias e difundiam obras. E o que dizer de um dos livros mais antigos – a Bíblia – que fala também através de histórias? E como esquecer os contadores de histórias tribais primitivas, que certamente fazem silêncio para ouvir aquele que melhor contasse uma história e haveria de ser o que melhor a revestisse de detalhes, sem fugir ao essencial, o que tivesse mais dons de graças, fantasia, aquele que contasse com emoção, como se estivesse vendo o que sua própria fala evocava na imaginação dos companheiros. Até o século IV os textos eram copiados em rolos, dificultando sua manipulação e o olhar no espaço da página. A pronúncia incluía a maneira de ler, pois a leitura silenciosa era anomalia. Mesmo, com o advento da imprensa os livros passam a ser editados, em um número pequeno e frequentemente com carácter religioso, como nessas épocas poucos sabiam ler, a leitura oral tem papel fundamental na transmissão dos escritos a outros. Os estudiosos da leitura em voz alta (LVA) defendem que deve haver a convivência com o texto para que haja uma boa leitura em voz alta. Ela é partilhável, ela comunica emoção, portanto, uma atividade formativa. E por isso que o professor deve fazer dela sua prática cotidiana, sua paixão de ler, deve conduzir o ouvinte ao prazer do texto. Para Bojard (2001 apud Lopes, 2002), devendo haver então a sintonia entre orador-ouvinte-ouvinte. Desta forma, a leitura para si e para os ouros passa a ser distinguir, sendo esta segundo um encontro entre as pessoas envolvidas na comunicação. Uma pessoa que dá voz a um texto e outra que ao escutá-lo, a enxergar. Assim, a LVA requer a língua e também linguagens. Segundo Bojard (2001 apud Lopes, 2002) considera a evolução das práticas de leitura e suas representações nos permitem propor o dizer como uma atividade de comunicação instauradora, a partir da tradução de um texto escrito em texto oral. Desta forma, ao ouvir uma história o ouvinte reproduz sem que haja livros e letras, ocorrendo uma transmissão de texto pela voz tornando-se o dizer prática da recitação e da arte de contar, comportando uma dimensão lúdica. Aquele que diz passa a assumir as diversas etapas da emancipação, transformando em personagens e transformando o personagem fator importante para formação de qualquer pessoa, ouvir histórias, escutá-las e o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho infinito de descobertas e de compreensão do mundo. Para Abramovich (1995 apud Lopes, 2002) o primeiro contato da criança é aquele mantido com os pais, avós, e outros familiares que contam histórias representadas em contos de fadas, histórias inventadas na hora de dormi ou quando a família está reunida numa hora de aconchego, num dia de chuva de domingo ou num feriado. Ler histórias significa poder ri, experimentar situações vivenciadas pelos personagens, é interagir com o jeito de escrever do autor, além de poder ser cúmplice do momento de humor, de brincadeira, do divertimento, é esclarecer melhor as dificuldades ou descobrir um caminho para a solução delas, é motivar a imaginação, é ter a curiosidade satisfeita em relação a tantas perguntas, e buscar outras ideias para solucionar certas questões. Segundo Castro (2004, p. 196 apud, Aroeira, 1996), “ler é decifrar, compreender e interpretar o que está escrito e isso depende do que o leitor conhece antes de se aproximar do texto”. No entanto, a literatura infantil é um poderoso instrumento de interferência na prática escolar, esta geralmente de caráter cercado da liberdade e da criatividade infantil. Contribui, vigorosamente, para estimular a imaginação da criança, fonte de auto realização, espaço a ser desenvolvido e preservado, conduzindo-a ao reconhecimento de se própria e da realidade circundante. Segundo Nicola e Mauro (1986 apud, Aroeira, 1996) o desenvolvimento de atividades relativas à percepção das diferentes formas de representação simbólica e das possibilidades de seu relacionamento oferece a oportunidade de explorar também com a criança outras dimensões perceptivas igualmente importante na aquisição dos grafismos. Concordamos com Almeida (1985) quando faz referência á complexidade da alfabetização e afirma que quando a criança já dispõe de esquemas operativos definidos, isto é, quando está pronta, ela gerencia a própria aprendizagem, independentemente mesmo do professor, método ou cartilha, mas alfabetizar uma criança com esquema naturacionais em desenvolvimento e não motivada para isso é uma tarefa muito penosa, dimensionada não só pela própria criança como também pelas pessoas (alfabetizadoras) que a ministram. Para o referido autor, a criança, através da aprendizagem da leitura e as escrita, comunica-se e expressa seus sentimentos além de poder se instrumentalizar para agir sobre o mundo é tentar transformá-lo. A percepção, a decodificação e a codificação, segundo Almeida (1985) desempenham um papel importante na alfabetização, lembrando que através da percepção nos captamos os estímulos da realidade através dos órgãos do sentido. A escrita exige que sejam captados pelo alfabetizando os sinais gráficos (olhos) que são transmitidos ao cérebro, combinados e associados aos sinais sonoros para serem interpretados. Conforme Almeida (1985) como podem as crianças desenvolver a ideia de que a linguagem falada e escrita não são a mesma coisa: só pode haver uma resposta: escutando linguagem escrita lida em voz alta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1991. GADOTI, GADOTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1999.

LOPES, Adriana Teixeira ET.al. A arte de contar histórias. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação - FACED, 2002 .

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura pra a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1997. Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna, 2001

MACEDO, Neusa Dias de. Biblioteca escolar brasileira em debate. São Paulo: Senac, 2005 .