AS DIFERENTES FORMAS DE ADOECER
Por CLÁUDIO DE OLIVEIRA LIMA | 13/04/2011 | PsicologiaAS DIFERENTES FORMAS DE ADOECER
Introdução:
O homem a cada fase do seu processo de evolução passa a lidar com novos desafios,mais existe um que é sempre atual, é harmonizar-se com os diferentes mundos em que vive: o universal, o pessoal (interior) e o social (exterior), que exigem dele novas formas de interação.
Ao tentar se colocar à parte das constantes transformações e não se preparar em termos cognitivos, vivenciais e sociais para esses desafios, tornou-se o centro da sua própria desarmonia, passando a apresentar distúrbios de comportamentos, de atitudes, de pensamento, além de desequilíbrios energéticos, metabólicos e mentais.
Esses distúrbios e desequilíbrios encontraram no corpo uma ferramenta de expressão, uma vez que precisavam de um meio para demonstrar para o homem, que está em desarmonia consigo, com os outros e com o universo.
Veja só: o medo, a dúvida, a ansiedade e o ressentimento abatem as células do corpo, abalam o sistema nervoso e imunológico e produzem os desequilíbrios energéticos, físicos e psíquicos.
Agora, em vez de só vê-los sobre o aspecto físico, terá que vê-los também sobre os aspectos energéticos, psíquicos e vivenciais, tirando do corpo a única e total responsabilidade sobre o mal que o aflige, passando a pessoa a ser co-atora e/ou autora do seu próprio mal, retirando dos tratamentos tradicionais, a responsabilidade única de curá-lo, sendo também responsável por essa cura.
Infelizmente, a doença ainda é vista pela população, de modo geral, como uma enfermidade que tem sua origem ligada apenas à parte orgânica (física). Segundo essa visão, só as suas manifestações, ou seja, os seus sintomas, é que podem ser físicos ou psicológicos. Tratando-se da parte física, a pessoa se curará e os sintomas físicos como os psicológicos desaparecerão.
Essa desinformação a respeito das possíveis causas de uma doença, além de dificultar a procura de tratamento, tem dificultado e atrasado e em alguns casos impedido a cura e a recuperação do doente.
Percebendo essas dificuldades, resolvi escrever de maneira simples e objetiva, dividindo a doença didaticamente em: orgânica, psicológica e psicoorgânica e as suas manifestações em físicas e psíquicas.
OBS. O paciente é sempre parte ativa no seu tratamento, seja físico ou psicológico. Nesse contexto, com sentido de destacar a sua importância tanto na causa, como no tratamento é que foi feita essa diferenciação entre ativo e passivo.
Não podemos esquecer de ressaltar a importância da família nos tratamentos.
Desenvolvimento:
Doenças orgânicas
As doenças orgânicas se subdividem em:
Doença orgânica com manifestações físicas e localizadas de "sintomas orgânicos".
Nesse caso o órgão doente é quem produz o sintoma (dores, dificuldade em ouvir, falar, ver, etc). Cada órgão doente manifestará o seu conjunto de sintomas com características específicas e gerais, possibilitando ao médico identificar o órgão doente e prescrever o tipo de tratamento a ser ministrado e avaliar a sua eficiência na cura da doença.
O sintoma, aqui, é entendido como um sinal de uma enfermidade, ele está ligado a uma causa orgânica (somática).
A causa da doença é o órgão adoecido por vírus, por bactérias, por malformações, por acidente, por uma substância química enfim, por uma causa de existência física que permite ser identificada, controlada e tratada.
A doença ocorre independente da vontade do homem. É uma conseqüência da ação de bactérias e microorganismos, ou então o resultado de uma imperfeição da natureza, colocando em ambos os casos, o doente como uma vítima das circunstâncias. O homem contrai uma doença.
O médico trata o órgão doente e não os seus sintomas e ao curar o órgão doente o sintoma desaparece. O órgão doente é quem produz os sintomas.
Nesse tipo de doenças, o foco da responsabilidade da cura é do médico e do remédio, sendo a postura do paciente diante do tratamento de passividade. Entrega o corpo para o médico tratar. Embora o seu querer, acreditar e agir sejam ferramentas importantes na sua recuperação.
Doença orgânica, desequilíbrio enzimático, hormonal ou ingestão de substâncias químicas causando manifestações de "sintomas psíquicos".
Desequilíbrio na produção de enzimas e hormônios por parte de um órgão adoecido ou com perda de função, devido ao envelhecimento ou a ingestão de substâncias químicas (álcool, cocaína, remédios, etc.), produzem no organismo alterações psíquicas tais como depressão, fobias, alucinações, impulsividade, hiperatividade, falta de atenção, etc. que interfere no pensamento, comportamento e no aprendizado. Ao ser tratado ou simplesmente com a suspensão, alteração ou eliminação da substância causadora, permitirá ao organismo reencontrar o seu equilíbrio orgânico e os sintomas psíquicos manifestados irão desaparecer e a pessoa voltará a sua vida normal.
Os distúrbios psíquicos apresentados caracterizam como sintomas da doença orgânica e não uma doença psíquica. Quanto mais cedo à pessoa for tratada, mais rapidamente os sintomas desaparecerão.
A responsabilidade da cura, neste caso, também tem como foco a atuação do médico e do remédio. A postura do paciente diante do tratamento é de passividade. Embora o seu querer, acreditar e agir sejam ferramentas importantes na sua recuperação.
Malformação física sendo responsável por "anomalias físicas".
A malformação do feto devido à hereditariedade ou a má formação do óvulo e/ou do espermatozóide sendo responsável por anomalias físicas. Ex: surdez, cegueira, diabetes, cardiopatias, etc..
Em alguns casos, a ciência encontrou solução.
Malformação física sendo responsável por "anomalias psíquicas".
A malformação do feto devido à hereditariedade ou a má formação do óvulo e/ou do espermatozóide sendo responsável por anomalias psíquicas da consciência, do pensamento e do comportamento como, das alterações da inteligência, da memória, etc.
Dentro das alterações da inteligência teríamos do retardo leve até o grave ou imbecilidade. Nestes casos, até o momento, não existe a cura, nem através de medicamentos e nem através da terapia. A terapia nesses casos tem a função psico-sócio-educativa.
Dentro das anomalias psíquicas teríamos as psicoses com causas somatogênicas conhecidas e desconhecidas. Nesses casos, a causa da doença é somática, os sintomas é que são psíquicos. A "cura" ou o "controle" nesses casos é devido à medicação; à terapia tem a função psico-sócio-educativa.
Doenças psicoorgânicas
O desequilíbrio vivencial pode causar doenças orgânicas, é o caso das doenças psicossomáticas, onde o estado psicológico da pessoa influi na origem, no desenvolvimento e no tratamento da doença orgânica.
Neste caso, a causa da doença orgânica é psicológica, o estado vivencial da pessoa influi diretamente no funcionamento do organismo, interferindo no seu funcionamento neurofisiológico, bioenergético, produzindo pressão alta, perda do apetite (anorexia), apetite voraz (bulimia), etc; onde a pessoa é parte ativa do processo.
O desequilíbrio vivencial, além de causar doenças orgânicas, interfere na sua cura, podendo em alguns casos retardar ou simplesmente impedir a cura orgânica.
O homem desenvolve a sua doença ao não saber lidar de maneira adequada com os imprevistos da vida.
Nesses casos o paciente precisa ser tratado por médico e psicólogo para conseguir a sua cura definitiva.
Além do médico, do psicólogo e do remédio, o paciente é parte ativa no seu tratamento.
Doenças psíquicas
Doença psíquica tendo como causa um trauma vivencial
Neste caso, a doença psíquica para existir e para continuar existindo, depende de um trauma vivencial; curando-se o trauma a doença desaparece.
Nesse tipo de doença embora a pessoa não seja responsável pela situação traumatizante, porém é parte ativa no processo de construção, logo é parte ativa na sua cura.
Iremos subdividi-las para melhor entendimento.
? Trauma psíquico produzindo doenças psíquicas.
O trauma psíquico vivido pela pessoa e que é a causa da doença psíquica.Este trauma produz modificações no comportamento e no pensamento da pessoa, não produzindo alterações na estrutura física da mesma.
No caso dessas doenças psíquicas (por ex. depressão psíquica), na verdade, você não as trata, mas sim as causas dos seus sintomas, o nome da doença só serve para caracterizar e nomear um conjunto de alterações comportamentais e/ou do pensamento.
Diferente das doenças orgânicas, que você as trata para que o sintoma desapareça. O sintoma da doença orgânica só serve para identificar a doença, enquanto nas doenças psíquicas os sintomas representam as manifestações de traumas vivenciais.
A sua causa está no trauma vivencial, logo, você o trata e não a doença e ao curar o trauma os sintomas desaparecem e a doença deixa de existir. Neste caso, a causa da doença não é a doença e sim o trauma vivencial que a produziu.
Você não tem depressão, você está deprimido.
Você não tem uma neurose, você é um neurótico. Você apresenta uma resposta neurótica em determinadas situações.
De acordo com as alterações comportamentais e/ou do pensamento produzidas é que poderemos caracterizar a doença psíquica e o tipo.
Se for uma neurose, se é histérica, fóbico-obssessiva, etc.
? Trauma psíquico produzindo uma falsa lesão física.
O trauma psíquico vivido pela pessoa é convertido em sintomas somáticos diversos, como paralisia, mudez, cegueira, dores, etc.
A pessoa não fala devido a um trauma vivencial e não devido a uma doença o um defeito na estrutura vocal, logo o sintoma de uma doença orgânica pode ser manipulado por uma pessoa.
A pessoa não fala porque se vê muda e quem lhe passa essa informação é a memória que em relação a esse órgão apresenta uma informação deformada pelo trauma vivencial.
? Trauma orgânico produzindo trauma psíquico.
Pessoas que perdem determinado órgão de forma traumática apresentam um trauma vivencial que muitas vezes a impedem de assumir a perda psíquica desse órgão.
Exemplo: uma pessoa que tenha perdido a perna esquerda num acidente e continua sentindo dores, coceiras, etc, na mesma.
Nesse caso, o trauma vivencial produzido pela perda física da perna, faz com que o indivíduo tenha dificuldade em assumir também a perda psíquica, onde a perna continua existindo.
Conclusão:
A pessoa pode interferir na sua imunidade física e psicológica, tornando-se, nesses casos, agente de cura ou adoecimento.
Ver o Homem apenas do ponto de vista das ciências naturais (biologia, fisiologia, neuroanatomia, etc), passou a não ser o suficiente para esclarecer por si só o que seja o Homem, como ser vivo, unitário e total.
Drº Cláudio de Oliveira Lima ? psicólogo
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