As coragens de um tradutor profissional!

Por Gilmar Saint Clair Ribeiro | 11/01/2016 | Crescimento

AS CORAGENS QUE UM TRADUTOR DEVE TER

Entro sem rodeios no assunto, encarando-o de frente! A maior coragem que um tradutor deverá ter é a de sempre ser ele mesmo.

Coragem para, sempre de modo gentil, descartar serviços de tradução que contrariem seus princípios éticos e morais, suas crenças, mesmo que haja altos valores monetários envolvidos. À noite, na hora de dormir, a paz com sua consciência será seu travesseiro macio.

Coragem para enfrentar o ridículo, o que, aliás, é um conceito por demais subjetivo. Como quer que seja, a arrogância é sempre objetivamente ridícula. Não seja arrogante e mostre-se sempre aberto a críticas, sugestões, esclarecimentos e aprimoramentos do seu trabalho.

Não há nada de ridículo, como alguém inseguro poderia imaginar, em postar perguntas nas redes sociais ou nos fóruns de tradutores para esclarecer suas dúvidas, pedir sugestões pontuais a respeito de dificuldades, aconselhar-se com tradutores mais experientes.

Nada de ridículo também em dizer claramente para seu cliente que ainda não adquiriu toda a habilidade para lidar com a ferramenta que ele deseja que seja utilizada no projeto tradutório. Ao contrário, isso sinaliza sua disposição para aceitar novos desafios que agregarão valor ao seu trabalho proporcionando a você novos conhecimentos e novas experiências.

Coragem de não se deixar aviltar, sucatear com a exploração de seu trabalho, em que você se dedica horas a fio em fins de semana e feriados, sendo mal remunerado por isso. Ou, ainda pior, quando lhe pagam mal pedindo para revisar e consertar o trabalho lamentável de outros... 

É preciso ter nervos de aço, com toda a flexibilidade desse aço... E aí a coragem de testar, de experimentar jeitos diferentes de fazer a mesma coisa com melhor qualidade, pois Einstein dizia que “a definição de insanidade é fazer sempre a mesma coisa, querendo resultados diferentes.” E isso nada tem a ver com você deixar de ser inteiramente você mesmo.

Coragem, por que não, para encarar clientes mau pagadores, tanto os durões como os simpaticões, pouco importa, tanto uns como outros devem entender que seu trabalho de qualidade, respeitando as melhores práticas, deve ser bem pago dentro de uma negociação justa.

E, finalmente, a mais importante de todas as coragens: a coragem de ser criança, honesta e inocente como ela, repleta de retidão, mas encarando ludicamente a vida, essa divina comédia, esse jogo onde não se desiste, se tenta novamente, se reinventa e se parte novamente para o ataque até vencer a partida.

Resumo então as três coragens de um tradutor: coragem de ser sempre ele mesmo, coragem de enfrentar o ridículo e coragem de ser uma criança!

Gilmar Ribeiro é tradutor profissional juramentado

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