AS AVENTURAS DE ZURETA
Por FRANCISCO SILVA JÚNIOR | 06/03/2018 | LiteraturaAS AVENTURAS DE ZURETA
Autores: Francisco Silva Júnior e Edmundo Diógenes Saldanha
Coautores: Francisca Regiana Adilino Freire, Wesley Gouveia Saldanha, Nildomar de Lima Rodrigues, Mayane Saldanha Pereira.
I
Zureta é um menino
Muito levado e traquino
Não quer saber de estudar
Vive no zap ou dormindo
A mãe se apega aos deuses
Para mudar seu destino
II
Vez ou outra chega em casa
Mais uma reclamação.
Zureta brigou na rua
Se meteu em confusão
Lá vai a mãe resolver
Com aperto no coração
III
Não fazia muito tempo,
Na escola ele aprontou
Foi pego colando na prova,
Seu erro não aceitou.
Xingou, agrediu a professora
E a direção o expulsou
IV
Três dias ficou em casa
Em nenhum livro pegou
Logo cedo foi pra rua,
Somente a noite voltou.
Quando a mãe o interrogava
Nunca se justificou.
V
Festa, zueira e bebida
Era a sua curtição,
Quando falava em trabalho
Fazia era gozação
Trabalhar, se liga velha!
Isso é pra mim não!
VI
E assim ficou reprovado
Só vendo o tempo passar
No submundo do crime
Começou a se infiltrar.
Multiplicaram-se os problemas
E Zureta a se afundar.
VII
Logo começou fumar
Viciou-se na cachaça
Munido de arma de fogo
Tornou-se o terror da praça
Escrevendo sua história
No caderno da desgraça
VIII
Ao chegar na sua casa
E ver sua mãe amada
Desesperada a cobrar
O porque dessa desgraça
Pede ao filho pra escolher
Sua mãe, ou a cachaça!
IX
Zureta ainda lombrado
Lhe respondeu com rancor
Disse: Mãe eu só escolho
Aquilo que tenho amor
E digo, escolho a cachaça!
Que alivia a minha dor.
X
Com a decisão proferida
Um novo rumo tomou
Sem olhar para o presente
O seu futuro traçou
Renegou a tudo e todos
Até quem tanto o amou
XI
E tudo virou fumaça
Da família se afastou
Aquele menino meigo
Uma fera se tornou
Tornou-se logo um mito
Na terra que lhe criou
XII
Foram muitos que matou
Assaltou a sua gente
Assustando cercania
Se mostrando diferente
Sem saber que se findava
Sua fama de valente
XIII
Bateu num tal de Vicente
Um sobrinho do padeiro
Um rapaz pacato e frágil
Uma espécie de cordeiro
Sem saber que aquele fato
Era seu o ato derradeiro
XIV
O Vicente ao cangaceiro
Disse assim: Ninguém me afronta!
Nunca mexi com ninguém
Bandido não me desmonta
Quem bate em cara de homem
Tem que pagar essa conta.
XV
A zoeira estava pronta
Zureta foi à cintura
Vicente foi mais esperto
Desfez aquela armadura
E ainda quebrou seus dentes
Como arma, a rapadura.
XVI
Depois daquela tortura
Zureta se levantou
Pediu perdão a Vicente
Se ajoelhou e chorou
E desse dia em diante
Outro rumo ele tomou
XVII
Retornou pra sua casa
Sem dente, tudo quebrado
Pediu perdão a sua mãe
Sem jeito, envergonhado
Sua mãe logo o abraçou
Meu filho, tá perdoado!
XVIII
Zureta ficou em prantos
De tudo se arrependeu
Agradeceu a Nosso Senhor
Pela chance que lhe deu
Renasce um novo homem
Aos céus assim prometeu
IXX
E a partir desse dia
A sua vida mudou
Trabalhando honestamente
Os estudos retornou
Sr. Zureta, o cidadão
O exemplo que ficou
XX
Nunca perca a esperança
Se um dia desmoronar
Acredite no trabalho
Nunca deixe de estudar
Cultive os grandes valores
Que nascem dentro do lar.