Depoimento de um servidor público da área da Saúde - 1ª Parte
Por Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti | 05/06/2019 | SaúdeArtigo: Depoimento de um servidor público da área da Saúde. Roberto Ramalho é servidor público da UNCISAL, colunista do Portal RP-Bahia e blogueiro. 1ª Parte.
Em junho completo quinze anos de serviços prestados ao Estado de Alagoas na área da saúde, concursado. E digo e afirmo isso com muita decepção. Além do que passei em face de relacionamentos conturbados com alguns servidores, sobretudo de nível de comando, e que se acham superiores porque ocupam cargos de direção, o pior é ter que receber um salário irrisório para aturar essas pessoas.
Estou há 14 anos no Hospital Escola Portugal Ramalho. Aqui tive outra família que me acolheu muito bem. Hoje o que existem são servidores com a cara empinada, autoritários, arrogantes, prepotentes, e certas pessoas que ocupam cargos de direção – comissionados -, como, também, os que exercem cargos de chefia por meio de funções gratificadas. Na condição de superiores hierárquicos, infelizmente não respeitam ninguém e pensam que vão ocupar aquela posição para sempre.
A atual equipe que “dirige” o Hospital Escola Portugal Ramalho, é autoritária, prepotente, não dialoga com servidores subalternos – subserviente, jamais! – e a forma como atuam está adoecendo a todos nós. A grande maioria está com Síndrome de Bounout, que tem como sintomas, stress no trabalho, esgotamento físico e mental, depressão, fadiga, palpitações etc. Tudo isso em face da prática de perseguição e de Assédio Moral.
Os causadores disso são: a Gerente Administrativa, a Gerente de Gestão de Pessoas, o Coordenador Administrativo, o Coordenador de Hotelaria, a Coordenadora do Setor de Arquivo, que atuam de forma autoritária, persecutória, e impõe ordens sem ouvir os servidores, como nós fossemos simplesmente máquinas.
Embora exista um setor para cuidar da saúde e segurança do trabalhador, não existe nenhuma atitude ou declaração contrária a equipe que dirige o HEPR, recomendando que ela pare de executar atos de maldade.
Do ponto de vista da Estrutura do HEPR, sou colega de trabalho de todos os servidores da casa, e, também, já fiz muitos amigos. Mas, o que mais dói e me entristece e ver pessoas chegando para serem atendidas - portadoras dos mais diversos transtornos mentais e dependentes químicos (usuários de drogas) -, e a unidade hospitalar se encontrar praticamente sucateada. Os médicos que aqui estão – e infelizmente são poucos, para dar conta do serviço –, atendem com a maior abnegação, atenção, e fazem o melhor para os pacientes que ali chegam, embora um ou outro não atenda de uma forma inadequada.
É uma luta constante e que não para. Mas o pior de tudo é que a grande maioria dos servidores dessa instituição é muito mal paga.
De quem é a culpa? Do atual governo do Estado que não liga a mínima para nós servidores do HEPR, além da irresponsabilidade da ex-Secretária de Saúde do Estado, Rozangela Wiszomyska, ex-Reitora da Uncisal, que não soube valorizar a força de trabalho e que não teve nenhum compromisso com a área da Saúde e com a população durante o tempo em que ficou ocupando aquele posto.
Infelizmente, por conta daquela gestão desastrosa, elegeram um ditador, uma pessoa de índole má para administrar a Uncisal, com apoio de políticos nefastos como o ex-senador Benedito de Lira e a ex-prefeita Kátia Born.
Desde que tomou posse, O Reitor Henrique Costa nomeou todos os demais diretores das unidades hospitalares, sem a indicação por parte dos gerentes-gerais, numa total afronta ao Regimento Interno da Instituição e das unidades hospitalares.
Além disso, mantém mais de uma centena de servidores de serviços prestados no quadro da Uncisal, quando deveria lutar junto ao governo do estado a nomeação de servidores concursados.
Nesse sentido, foi necessária a atuação do defensor público Othoniel Pinheiro, impetrando diversas ações no Judiciário cobrando do atual Reitor, Henrique Costa, a nomeação dos aprovados, mesmo com o prazo de validade do certame tenha terminado. As ações foram impetradas antes do prazo de validade do concurso expirar.
Em decorrência dessa omissão, o Magnífico Reitor poderá responder por processos nas áreas administrativas, cível e criminal.