A AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
Por ELIANE DOS SANTOS ROCHA REZENDE | 15/03/2023 | EducaçãoARTIGO CIENTÍFICO
A AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
Artigo Científico apresentado à FAUC – Faculdade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialização em Docência do Ensino Superior.
Autora: Eliane dos Santos Rocha Rezende
Orientador:
Várzea Grande
2012
ARTIGO CIENTÍFICO
A AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
Artigo Científico apresentado à FAUC – Faculdade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialização em Docência do Ensino Superior.
Autora: Eliane dos Santos Rocha Rezende
Orientador:
Resumo
A avaliação está presente no cotidiano, uma vez que, se está constantemente estabelecendo comparações entre determinadas ações seja ela semelhante ou diferente, obriga-se as pessoas a fazerem escolhas, nem sempre fáceis. No contexto educacional não é diferente, a avaliação ocupa lugar de destaque, sendo que além dos alunos, os professores as instituições também são avaliados. O objetivo é entender quais são as ações da avaliação no âmbito escolar sendo que se precisam levar em conta as exigências do contexto social no qual estão inseridos, as características de cada grupo, suas aspirações, seus projetos e necessidades. No ensino superior a avaliação tem deixado de ser um instrumento favorável à construção de resultados satisfatórios, e tornou-se um modo mais fácil de classificação, deixando, muitas vezes, de cumprir com seu papel, que é auxiliar o crescimento do aluno, e não decidir sobre ele.
Palavras-Chave: Avaliar. Organizar. Educar.
SCIENTIFIC ARTICLES
ASSESSMENT IN HIGHER EDUCATION
Article submitted to the Scientific FAUC - Faculty of Cuiabá, as a partial requirement for obtaining the title of Specialization in Higher Education Teaching.
Authors: Eliane dos Santos Rocha Rezende.
Advisor:
Abstract
The evaluation is present in everyday life, since we are constantly making comparisons between certain actions be it similar or different, is obliged people to make choices, not always easy. In the educational context is no different, the evaluation occupies a prominent place, and besides the students, teachers institutions are also evaluated. The goal is to understand what the actions of the evaluation in the school are and that must take into account the demands of social context in which they are inserted, the characteristics of each group, their aspirations, their projects and needs. In higher education evaluation has ceased to be an instrument in favor of the construction of satisfactory results, and became an easier way of classification, leaving, often to fulfill its role, which is to assist the growth of the student, not decide on it.
Keywords: Evaluate. Organize. Educate.
Introdução
Nos últimos anos o debate sobre o processo de avaliação da unidade escolar ganhou importância entre os teóricos que postulam a descentralização do sistema educacional como um caminho para a democratização da gestão da educação e a consequente melhoria da qualidade de ensino. Entender o significado da escola e suas relações no sistema educacional, incluindo a sociedade tornou-se uma exigência imprescindível para garantir uma avaliação adequada e justa. Analisar a realidade particular de cada escola torna-se uma tarefa fundamental no processo, pois “problemas” semelhantes não são necessariamente identificáveis, ou seja, o mesmo problema deve ser pensado de forma diferente, em distintas realidades escolares.
Numa sala de aula costuma-se acontecer imprevistos, assuntos que geralmente não estão de acordo com o planejado. Em sua prática, o professor deve estar preparado para responder a necessidades que surgem no decorrer do processo e saber aproveitar as oportunidades e mergulhar no assunto de forma interdisciplinar para que as dúvidas sejam sanadas e a aula aproveitada. É provável que se precise de atividades planejadas com pontuações que visam responder a uma necessidade específica manifestada pelo grupo.
Para um planejamento ser muito bem executado, ou seja, ajustá-lo até que os objetivos sejam cumpridos, o educador deve ter uma postura avaliativa constante. Ele deve avaliar, ao longo de todo o processo, tanto a dinâmica geral do grupo, que vai lhe dar indicações se houver necessidade de mudança no objetivo, deve avaliar também o desempenho de cada um dos alunos, o que pode lhe indicar a necessidade de criar estratégias pontuais ou dirigidas a especificamente a alguns. Nessa perspectiva, não se avalia apenas o que os alunos sabem ou não fazer: está se avaliando também a proposta pedagógica e a adequação do tipo de ajuda que o professor está oferecendo a seus alunos.
Para muitos educadores, antigamente o mais válido era o ensinar. Hoje se fala muito em aprender. Conclui-se que houve uma mudança em quase todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da sala de aula, tipos de atividade e, claro, o próprio jeito de avaliar. O professor deixa de ser aquele que passa as informações para virar quem, o aluno é elaborador do seu próprio conhecimento, é avaliado de forma indagadora e faz com que ele busque o seu conhecimento. Em vez de despejar conteúdos em frente à classe, ele agora pauta seu trabalho no jeito de fazer o aluno a desenvolver formas de aplicar esse conhecimento no dia-a-dia.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos. Da mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do período escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final. Essa nova forma de avaliar põe em questão não apenas um projeto educacional, mas uma mudança social. A mudança não é apenas técnica, mas também política. Tudo porque a avaliação formativa serve a um projeto de sociedade pautado pela cooperação e pela inclusão, em lugar da competição e da exclusão. Uma sociedade em que todos tenham o direito de aprender.
Referencial Teórico
Se o objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providências é sempre informar o que vai ser visto em aula e o porquê de estudar aquilo. Isso é parte do famoso contrato pedagógico ou didático, aquele acordo que deve ser estabelecido logo no início das aulas entre estudantes e professor com normas de conduta na sala de aula. O aluno deve saber sempre onde está e o que fazer para avançar. Assim, fica mais fácil se envolver na aprendizagem. E dá para fazer isso em todas as áreas, desde que a maneira de dizer seja adequada ao assunto e ao objetivo proposto. Quando o educador discute com os estudantes os objetivos de uma atividade ou unidade de ensino, dá meios para que eles acompanhem o próprio desenvolvimento.
As qualidades e virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distancia entre o que dizemos e fazemos. (FREIRE, 1997, p. 80)
A auto-avaliação pode servir tanto para motivar as ações do estudante como para progredir os caminhos de um projeto para a classe como um todo. Esse processo pode ir além da análise do domínio de conteúdos e conceitos e mostrar como está a relação entre os colegas e com o professor. A melhor maneira de pô-la em prática, na opinião de Janssen, é dizer à turma em que aspecto cada um deve se auto-avaliar. Uma lista de pontos trabalhados em sala pode ser apresentada aos alunos para que eles digam como se desenvolveram em relação a cada item.
Se o professor quer que os alunos se avaliem, deve explicitar por que e para que fazer isso. “Ele precisa perceber como essa prática ajuda a direcionar todo o processo de aprendizagem”. (JANSSEN, 2010, p. 27)
Para LUCKESI (2006), o processo de avaliar tem, basicamente, três passos:
- Conhecer o nível de desempenho do aluno (constatação da realidade);
- Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação);
- Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.
Só avalie o que foi ensinado. Não adianta exigir que um grupo não orientado sobre as técnicas de seminário se saia bem nesse modelo de apresentação. E é inviável exigir a aplicação prática da tabuada na prova se, em classe, foi exigida apenas sua memorização. Manter um pé na realidade da turma também é útil. Parece óbvio, mas nem sempre é isso que ocorre.
Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando provoca o desenvolvimento do educando. (LUCKESI, 1992, p. 130)
O primeiro passo, a chamada avaliação inicial ou diagnóstica. O segundo, batizado de avaliação processual ou reguladora, é o conjunto de aferições feito no decorrer do processo de ensino-aprendizagem e serve para mostrar ao professor se determinada tática pedagógica está ou não dando resultados (em caso negativo, não perca tempo: busque alternativas e troque ideias com os colegas e a coordenação). O terceiro é conhecido como avaliação somativa ou integradora, momento em que o mestre estabelece o conceito final com base em tudo o que observou e anotou durante o processo.
A avaliação poderia ser compreendida como uma crítica do percurso de uma ação, seja ela curta, seja prolongada. Enquanto o planejamento dimensiona o que se vai construir, a avaliação subsidia essa construção, porque fundamenta novas decisões. (...) A avaliação será, então, um sistema de crítica do próprio projeto que elaboramos e estamos desejando levar adiante. (...) um ato amoroso, um ato de cuidado, pelo qual todos verificam como estão criando seu bebê e como podem trabalhar para que ele cresça. (LUCKESI, 1992, p. 131)
Aplicar uma prova estabelece critérios para a correção, soma o valor de cada questão, atribui uma nota final, comunica o resultado à turma e... O que vem depois? Se a opção for seguir adiante com novos conteúdos, a avaliação não terá cumprido boa parte de seu papel. A riqueza de informações obtidas com base nas provas permite ao professor entender em que estágio de desenvolvimento o grupo se encontra. Para os estudantes, é um bom momento para rever os erros e avançar naquilo que ainda não foi, de fato, aprendido. Faz toda a diferença analisar as dimensões dos equívocos. Isso auxilia na indicação daquilo em que cada um precisa evoluir e como trabalhar para alcançar melhoras.
No cotidiano é comum estar constantemente avaliando e sendo avaliados por aqueles que estabelecem processos de interação, mesmo que muitas vezes não são percebidos conscientemente. Há, entretanto, um espaço onde essa avaliação determina muitas vezes o destino dos sujeitos: a escola. A avaliação escolar é explicitada através das notas que os alunos conseguem obter, porém, a forma pela qual essa avaliação é representada pelos professores, frequentemente vem provocando sérios prejuízos àqueles que a ela são submetidos.
A finalidade de qualquer ação educativa deve ser a produção de conhecimentos que aumenta a consciência e a capacidade de iniciativa transformadora dos grupos. (FREIRE, 1987, p. 63)
O melhor aluno não é o que mais memoriza as fórmulas, mas sim o que percebeu a razão destas. (FREIRE, 1987, p. 81)
A prática avaliativa, que ocorre na maioria das instituições, dá maior ênfase aos aspectos quantitativos. Avaliar qualitativamente significa valer-se, não apenas de dados quantificáveis, mas utilizar estes dados dentro de um quadro mais amplo, onde o envolvimento e comprometimento do professor são fundamentais.
Através dessa prática, educando e educador, são colocados frente às suas expectativas. Nesse tipo de avaliação o educador deixa de ser um coletor de dados quantificáveis para se tornar um investigador da aprendizagem do aluno, da forma pela qual estão aprendendo e do que fazer para melhorá-la, interpretando os fatos dentro de um quadro de valores que fundamentam sua postura. A avaliação inadequada não prejudica apenas a aprendizagem do aluno, mas, também traz como consequência, prejuízos ao seu desenvolvimento.
Para que serve a nota na escola? Óbvio, responderão muitos – a nota serve para indicar o quanto o aluno aprendeu! Desta forma, promoverá aqueles que estiverem preparados para exercer sua profissão e reterá os que não tiverem aptos.(...) Esta obviedade, porém é contestada diariamente pela prática escolar em que os alunos aprovados demonstram, a seguir, que não aprenderam o que sua nota faz pressupor. (VASCONCELLOS, 1994, p. 42)
A avaliação escolar vem se constituindo em um problema há longa data e, desde sempre, vem excluindo a grande maioria da população do acesso ao saber. Estigmatiza a ignorância de alguns para melhor celebrar a excelência de outros. É ela quem decide quem continuará estudando, o papel que desempenhará na sociedade, bem como quem entra no mercado de trabalho e quem fica no meio do caminho (PERRENOUD, 1999, p. 49). Acreditamos, pelo contexto apresentado, que esses sentidos não vêm indicando uma compreensão do importante papel que a avaliação formativa desempenha no processo ensino aprendizagem.
Metodologia
Foram apresentadas questões que norteiam o processo de reflexão na avaliação e. Foi ressaltada questão avaliativa, juntamente com o regime de progressão continuada. Enfatizando que esta nova forma de ensinar, avaliando continuamente e mudando o planejamento sempre que necessário, leva a um novo significado das concepções de ensino e aprendizagem. O trabalho, nas citações e desenvolvimento, foi baseado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
Justifica-se este artigo, pois uma das questões mais preocupantes quando refletimos sobre a forma de avaliar, é que a escola, hoje, está sem objetivos definidos. O estudo teórico foi baseado em leituras de revistas, tais como a revista Nova Escola da Editora Abril. Uso de livros e pesquisas em sites da internet.
Resultados
Este trabalho foi muito importante, pois, ajudou na compreensão do tema, avaliar no contexto escolar. Tudo deve ser previamente estudado pelo professor, para que o objetivo da avaliação possa ser alcançado.
As instituições precisam incorporar conceitos como interdisciplinaridade, respeito às diferenças, gestão participativa e avaliação eficiente. É importante que o professor entenda que o aluno precisa querer aprender. Perceber como é glorioso pegar um ser humano sem cultura escolar e elevá-lo culturalmente. Essa é a função do educador: passar o gosto pelo saber. E ninguém nasce com isso. Em resumo, o desafio que foi colocado é buscar a melhor maneira de lidar com o conhecimento. Para ajudar a construir um mundo melhor.
Conclusão
Durante a elaboração deste artigo, concluiu-se que a avaliação é fundamental para o desenvolvimento da escola. Seguindo essa meta, o educador precisa sempre atentar-se e aceitar quando for preciso fazer mudanças em seu planejamento, à adequação é uma questão de extrema importância, não adianta passar por cima de problemas sem conseguir soluções.
A avaliação ocorre no decorrer do ano, no dia a dia, cada passo, cada palavra e cada ato do aluno pode e deve ser avaliado não como forma de puni-lo, mas sim, como estratégia para que ele aprenda.
Ao avaliar, o educador deve avaliar-se também, pois, esse tipo de ação ajuda e traz a compreensão para o que precisa ser mudado. Enfim, planejar e avaliar estão interligados, e não podem jamais ficar só na teoria, estas são praticas que devem ser de uso continuo de todas as instituições, pois, tudo o que é bem planejado e avaliado, com certeza chega ao sucesso dos seus objetivos.
Referências
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 18º Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 4º Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1987.
FUSARI, J. C. A Educação do Educador em Serviço: Treinamento de Professores em Questão. São Paulo: PUC, 1988.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2006.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Planejamento e avaliação na escola: articulação e necessária determinação ideológica. São Paulo: Cortez, 1992.
NORTE, Diego Braga. Branca Jurema Ponce fala sobre Planejamento de Currículo. Revista Nova Escola. Ed. 030. Editora Abril, p. 35-36. Janeiro de 2010.