Artigo: A superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase - KPC ? 2ª Parte

Por Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti | 25/10/2010 | Saúde

Artigo: A superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase - KPC ? 2ª Parte

Roberto Ramalho é Jornalista e servidor público estadual lotado na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)

Os exames que são feitos para diagnosticar uma bactéria e de que classe ela pertence são exames de cultura.

O material chega e é inoculado em sistemas sensíveis ao crescimento da bactéria. É preciso, primeiro, cultivar a bactéria em laboratório para depois fazer a identificação dela. E é difícil definir um prazo para isso porque cada bactéria tem seu tempo de crescimento.

De acordo com a Universidade Federal de São Paulo, ao contrário do que se pensa, a KPC não é o nome da bactéria, mas de uma enzima produzida por ela, que é capaz de inativar alguns antibióticos, incluindo os carbapenens, que são os antimicrobianos mais potentes disponíveis para o tratamento de infecções graves.

A KPC só se torna uma superbactéria quando produz uma enzima tão potente capaz de inativar muitos antibióticos, limitando as possíveis opções para o tratamento de uma infecção.

Faz-se necessário registrar que até o momento o micro-organismo está restrito aos hospitais, mas é resistente a quase todos os antibióticos e já causou mortes em alguns estados brasileiros, além do Distrito Federal. As incidências são registradas, na maioria dos casos, em hospitais no caso de pacientes com longo tempo de internação e que realizaram procedimentos invasivos.

Segundo o médico infectologista Marcelo Carneiro, mestre em Microbiologia e professor do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a bactéria KPC desenvolveu uma maneira de ficar resistente aos antibióticos. Ele afirma que "Isso diminui as opções de tratamento das infecções por esses agentes". O especialista destaca que, assim como qualquer outra infecção, os efeitos no organismo são decorrentes da reação inflamatória entre o agente e o hospedeiro. "A presença desse mecanismo de resistência é que dificulta o tratamento e a escolha do antibiótico eficaz, conclui."

De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a proliferação da KPC é inevitável. Nesse sentido, cresce a necessidade de prevenção. Segundo o médico Microbiologista Marcelo Carneiro, as bactérias podem sofrer alterações nas pessoas doentes, e a transmissão ocorre, especialmente, por meio das mãos ? quando não higienizadas adequadamente.

Segundo o Correio Brasiliense o surto de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) nos hospitais públicos e privados do Distrito Federal colocou o país em alerta e impôs uma rígida rotina de higienização nas unidades de saúde. A falta de conhecimento sobre o micro-organismo assusta os doentes e familiares e preocupa os profissionais de saúde. Segundo o jornal publicado no Distrito Federal e de grande circulação nacional o surto de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) nos hospitais públicos e privados do Distrito Federal colocou o país em alerta e impôs uma rígida rotina de higienização nas unidades de saúde. A falta de conhecimento sobre o micro-organismo assusta os doentes e familiares e preocupa os profissionais de saúde.

Além do Distrito Federal já tem casos confirmados também em São Paulo, Paraná, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

A Segundo o Site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) brevemente será divulgado em todo o país novas regras para comercialização de antibióticos. A partir do fim de novembro, a receita passa a ser obrigatória e uma das vias ficará retida. A ANVISA informa ainda que vai publicar uma resolução que obriga os hospitais a colocarem álcool em todos os ambientes em um prazo de 60 dias. A decisão foi tomada após reuniões com os maiores especialistas do país na última sexta-feira em Brasília, dia 22 de outubro.

Segundo apurou o Correio Brasiliense erradicar a superbactéria KPC dos hospitais é tarefa praticamente impossível, segundo especialistas. Mas é essa a meta traçada pela secretária de Saúde do Distrito Federal, a sanitarista Fabíola Nunes. Ela irá iniciar um trabalho para abastecer a rede pública de medicamentos e insumos e ainda mobilizar os profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes, transformando-os em aliados no cumprimento de normas rígidas de controle da infecção hospitalar.

A falta de controle sobre a administração de antibióticos e falhas no controle de infecção são duas causas do surgimento de superbactérias segundo apontadas por Ana Paula D"Alincourt Carvalho Assef, pesquisadora do laboratório de pesquisas em infecção hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Fiocruz ao Correio Brasiliense. "A questão do antibiótico é um problema mundial. "A bactéria fica mais resistente, usa-se mais antibiótico, ela fica mais resistente ainda e, quando se espalha, fica difícil controlar e acabar com ela."

A falta de controle sobre a administração de antibióticos e falhas no controle de infecção são duas causas do surgimento de superbactérias apontadas por Ana Paula D"Alincourt Carvalho Assef, pesquisadora do laboratório de pesquisas em infecção hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Fiocruz ao falar ao Correio Brasiliense. "A questão do antibiótico é um problema mundial. "A bactéria fica mais resistente, usa-se mais antibiótico, ela fica mais resistente ainda e, quando se espalha, fica difícil controlar e acabar com ela, afirma à especialista".

Segundo o Site de notícias da Fiocruz antes de acontecer o surto dessa superbactéria em hospitais de vários estados brasileiros um estudo que investigou a incidência de duas bactérias multirresistentes a antibióticos ? as enterobactérias produtoras de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) e as carbapenemases do tipo KPC (KPC-2) ? em hospitais do Rio de Janeiro obteve o prêmio de segundo melhor trabalho acadêmico no 2º Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica, realizado pela Sociedade Brasileira de Microbiologia, em Florianópolis. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Ao todo segundo a Fiocruz cinco hospitais foram avaliados no estudo. "O interesse sobre o assunto surgiu a partir da crescente incidência dessas bactérias nos hospitais estudados e a carência de dados sobre o tema", relata a estudante Polyana Silva Pereira, que iniciou o trabalho como projeto de iniciação científica e que, devido à importância, continuou nessa linha de pesquisa no projeto de mestrado, conduzido no programa de pós-graduação stricto sensu em biologia celular e molecular do IOC.

Fontes de Informação e consulta para escrever esse artigo:

1. Especialistas em microbiologia entrevistados pelo jornal Correio Brasiliense citado neste artigo;

2. Site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA ? www.anvisa.gov.br;

3. Site da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul - www.saude.rs.gov.br;

4. Site do Instituto Osvaldo Cruz do Rio de Janeiro - www.fiocruz.com.br.

5. Agências de notícias Estado e Globo.